33 - Alice

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Os portões da mansão foram abertos. Homens com máscaras segurando as mesmas armas de sempre, estavam na frente da casa. Olhei para Atlas que não me olhou de volta, assim como fez a viagem toda de carro até aqui. Às vezes parecia que ele não estava respirando, por um momento.

— chegamos. - o homem no volante avisou.

O motorista parou o carro em frente a mansão. Atlas saiu do carro e então estendeu sua mão para mim, pedindo que eu a pegasse. Sem demora alguma eu segurei a sua mão, sentindo meu estômago revirar por um momento. Meu marido fechou a porta com força e eu ajeitei minhas roupas em meu corpo.

Passei meu braço em volta do seu, tentando não me sentir nervosa e quando olhei para o seu rosto, pude ver um sorriso crescer em seus lábios. Eu revirei os olhos e voltei a minha atenção a casa. Uma mansão antiga. Gramado verde, uma fonte no meio e duas escadas que davam para a porta principal.

As pequenas plantas murchas envolta da fonte que não tinha muita água. Nas paredes das escadas, luminárias com luzes amarelas. Assim como também estavam penduradas nas paredes da casa ao lado de fora. Mas o que mais me deixou impressionada, foi o enorme lustre na porta principal dupla. Ele era gigante e com as luzes amarelas. O que combinava com o sol se pondo daquele dia.

Subimos as escadas e paramos frente à porta. Atlas me olhou por breves segundos, antes de bater na porta. O que fez o moreno ao meu lado engolir em seco. Enquanto eu espiava de canto de olho, Atlas. Eu me perguntava o que estava acontecendo. Nunca tinha visto ele assim antes.

As portas foram abertas lentamente, mostrando um senhor não tão velho assim. Ele era meio baixo. Vestindo um terno preto. Sua barba era rala e seus cabelos pretos igual ao de Atlas, estavam penteados para trás com gel.

— Benvenuto, Joker. – o senhor sorriu para Atlas. — Devi essere...Sofia, ho ragione? – ele me olhou de cima a baixo.

— Giuseppe. – Atlas estendeu a sua mão para o homem, que a apertou em um comprimento.

Olhei para Atlas que também me olhou. Apontei com a cabeça discretamente pro senhor à nossa frente. Indicando que eu não havia entendido absolutamente nada.

— ele perguntou se você se chamava Sofia. – riu nasalado.

— ah, sim. – me virei para Giuseppe. — Sou Sofia. – sorri amarelo pro senhor que concordou com a cabeça, nos dando espaço para passar.

Joker, alguns dos papéis que você precisa assinar estão no seu escritório. – avisou.

O homem ao meu lado respirou fundo e suspirou. Atlas apenas concordou com a cabeça, parecendo estar exausto. Entramos mais a dentro da casa e eu tentei de todos os jeitos possíveis, não mostrar a minha animação e nervosismo, olhando para cada canto da casa. Uma mansão antiga na Itália. Lustres gigantescos cristalinos. Pisos brancos enquanto as paredes tinham também uma elegância pura, assim como todos os móveis.

Andamos juntos até a sala, enquanto meus olhos brilhavam com cada detalhe da mansão dos Vecchi. Na sala havia um carpete gigante no chão. Sofás cinzas com almofadas. Uma mesinha com um bule de chá e xícaras com detalhes dourados. Uma lareira apagada e em cima, um quadro enorme. Olhei para trás e vi Atlas parado, o que me deixou completamente confusa.

Ele apenas andou comigo até o começo da sala, ficando na entrada do cômodo e encarou o chão. Eu dei de ombros não me importando com o homem, assim como ele havia feito comigo, quando cheguei em sua casa pela primeira vez. Voltei-me a atenção para o quadro. Era uma mulher…linda por sinal.

Ela sorria com um sorriso largo, como se tivesse acabado de fazer a melhor coisa da sua vida. Seus cabelos eram pretos e longos. Seus olhos fechados e um colar no seu pescoço. Um colar de prata com uma cruz fina, o que me deixou confusa, só de pensar que eles teriam uma religião. Não vi nada de que daria provas para isso, na casa de Nova York.

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