39 - Não existem amigos

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Desliguei o chuveiro, me tremendo inteira de frio

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Desliguei o chuveiro, me tremendo inteira de frio. Eu suspirei e brinquei com os meus pés na água quente que descia pelo ralo. Peguei a toalha branca pendurada no meu box e enrolei no meu corpo. Com cuidado, eu saí do box sentindo o vento frio do banheiro, mesmo não tendo sequer uma janela ali.

Me coloquei de frente pro espelho que estava embaçado por conta do vapor da água quente. Passei minha mão no espelho ali, conseguindo visualizar meu reflexo, perfeitamente limpo. Passei os olhos no meu pescoço, ainda vendo as marcas ali. Roxas em um tom leve, estava sumindo? Eu não sabia, mas aparentava que sim.

Mordi meu lábio inferior, me pegando pensando naquele dia. Durante a tarde, fiquei na sala conversando com Francesca e no meio da nossa conversa, eu sempre me perdia, pois minha cabeça me entregava alguma parte daquela noite e após lembrar de tudo, eu me xingava mentalmente. Por que eu saí?

Vesti minha roupa. Um pijama de cetim preto e um roupão de cetim, amarrado em um perfeito laço. Arrumei meus cabelos, e sai do banheiro. Desde que saímos daquela casa que Atlas havia me levado, não consegui tirar da cabeça o que Giuseppe me disse naquela manhã. Ivy era ex de Jacob. Então, quando ele se cansou, ele a deixou lá para trabalhar? Mas se ele a deixou lá, por que ela está junto dele agora? Ele apenas pensa nela na cama dele? São tantas perguntas.

Suspirei derrotada. Sai do meu quarto ouvindo aquele maldito sino insuportável. O sino tocou mais uma vez, avisando que o jantar estava sendo posto na mesa naquele exato momento. Sem muita pressa, andei até a escada, mas uma porta batendo com força, chamou minha atenção, o que me fez olhar para o corredor.

Jacob. Jacob xingou a sua porta o que me fez rir nasalado. Quando ele ouviu a minha risada, seus olhos encontraram os meus. Eu achei que ele daria o seu sorriso, mas ele não fez. Apenas andou em minha direção. Meu peito se encheu de esperanças. Eu achava que ele me abraçaria ou falaria alguma coisa, mas ele passou por mim como se eu não existisse.

Naquele momento, senti como se alguma coisa tivesse sido quebrado dentro de mim. O desespero de perder meu único amigo bateu na minha janela. Eu me perguntava o que eu havia feito. Atlas havia dado um esporro nele, por conta do que eu contei? Ou ele estava apenas estressado? Comecei a descer as escadas rapidamente. Com os pensamentos a mil. Passei pela sala vazia como sempre e entrei na sala de jantar, vendo todos ali presente e a mesa colorida como sempre.

- Está atrasada. - Giuseppe me repreendeu.

- Não sabia que tínhamos horas para jantar. - me sentei ao lado do meu irmão. - Achei que essa droga de formalidade fosse apenas uma fachada, mas vocês levam a sério.

- Costumes da família. - Giuseppe respondeu.

- E você como um velho quis aplicar isso para sempre, não é? - revirei os olhos, ouvindo a risada baixa de Jackson.

- Pessoas que não tem nem o amor do pai, não sabem dessas coisas, mesmo. - ouvi Jacob falar.

Ergui os meus olhos para Jacob lentamente, desacreditada do que ele havia dito. Amigos falam essas coisas?

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