47 - Luta!

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Entrei devagar no quarto, vendo a garota sentada na cama no meio do ninho de travesseiros. Seus cotovelos estavam em seus joelhos, enquanto suas mãos cobriam o seu rosto vermelho, por conta do seu choro baixo que me destruía.

Adentrei o cômodo fechando a porta atrás de mim, para que ela escutasse que não estava sozinha. Quando voltei os olhos para a mesma, ela me olhou, agora limpando seus olhos. Me aproximei devagar da cama, com medo de invadir o seu espaço.

— Você não precisava falar assim com seu irmão. – me sentei na cama, ouvindo-a bufar. — Você não é uma criança, Sofia.

— Eu sei, tá legal?! – seus olhos desviaram dos meus. — Só que aquele idiota do meu pai não saí da minha cabeça. Esse trauma não vai embora, Atlas. Você não está no meu corpo, tá legal? – a garota jogou seu corpo para trás, caindo no meio dos travesseiros.

— Eu sei como é. – sussurrei.

— Não, você não sabe. – ela resmungou, totalmente cansada. — Você não sabe, Atlas.

— Tem razão, eu não sei. – limpei suas lágrimas que escorriam pela sua bochecha. A garota cruzou os braços. — Eu não sei o que você passou lá, apenas você. Eu não sei quanto a mão do seu pai pesava. Eu não sei da ardência da sua pele. – ela me olhou, sua pele quente em minhas mãos. — Mas eu sei como é essa angústia que você está sentindo. Eu não sou um anjo como você, Sofia.

— Eu não me considero um anjo.

— Mas você é. – sorri, vendo que a fiz ficar vermelha. — E eu odeio que deixarei Jackson te mudar.

Naquele momento, no calor do momento. Eu aceitei a ideia de Jackson. Ele não disse aquilo na cozinha atoa e todos nós sabemos. Ele queria fazer Sofia virar uma nova pessoa, e eu odiava a sua ideia. Mas aceitei.

Ela me olhou confusa, querendo uma resposta.

— Jackson conversou comigo e matteo. Com Jacob não, por que ele decidiu falar sobre algum cara que Ivy leu. – eu ri nasalado, sendo acompanhado por ela. — Deixarei que ele te treine. Você também terá um psicólogo. Está de acordo?

Na mesma hora sem hesitar ela concorda com a cabeça, o que me doeu pra cacete. Eu queria aproveitar sua inocência o quão antes era. Jack iria criar um monstro, eu sabia disso. Mas ele nunca deixaria o anjo mais lindo morrer.

— Um Demônio e um Anjo, dariam certo? – seus olhos brilharam com as lágrimas.

— Todos nós amamos.

A garota se reergueu, e em um gesto rápido, juntou nossos lábios. Seus lábios frios, sua pele quente e seus cabelos caídos em seus ombros. Um selinho rápido que para mim, durou 1 hora.

— Prometo que vou te ajudar em tudo. – segurei suas mãos delicadas. — Prometo. – deixei beijos em suas mãos, ainda olhando em seu rosto.

— Posso ir até Jackson, então? – ela perguntou virando seu rosto, desviando totalmente do assunto.

— Pode. – eu ri, não me segurando. — O baile começa às dez. – a lembrei soltando suas mãos com cuidado. — Não demore. Eu odeio…

— Atrasos. – Sofia me interrompeu, revirando os olhos.

— Vou pedir para Jackson não te ensinar a como atirar. – vi a garota sair de cima da cama. — Você pode me matar.

— Eu farei isso. – ela respondeu ajeitando sua blusa de cetim.

— Não, não faria. – me deitei de bruços, vendo-a se distanciar da cama.

— Não mesmo. – suspirou entrando no closet.

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