44 - Apenas uma chance

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— E-eu acho melhor a gente parar. – a garota falou rapidamente, embolando em suas palavras.

Eu ri vendo a garota tímida com suas bochechas vermelhas. Acariciei sua bochecha, não acreditando no que eu havia escutado. Estávamos ficando sem assunto e ela queria sair daqui?

— Não. – sussurrei. — Per favore, Sof. Não sai daqui. – pedi baixinho, não querendo seu corpo longe do meu. — Me dê uma chance. Talvez eu seja um assassino mesmo. Mas eu nunca, nunca sujei as minhas mãos com pessoas inocentes.

— Desculpa, mas isso me deixa confusa, Atlas. Às vezes você é legal e logo depois escroto demais. Sem contar o que disseram sobre você.

— Não! – neguei com a cabeça rapidamente, quase desesperado. — Meu pai, que era um mafioso com sangue ruim, Sof. Deixe-me te mostrar. – parei, criando coragem para continuar. — Posso carregar esse sangue nas veias, mas não sou que nem ele.

— O que você é, Atlas? Um menininho ferido? – suas palavras saíram carregadas de desprezo. — Você sempre teve tudo, Atlas. Sempre. Cresceu rodeado por dinheiro. – ela parou. — Me desculpa, eu preciso ir. Eu não deveria ter deixado, eu sinto mu…

— O dinheiro não compra tudo. – eu a interrompi. — É Sofia, eu tenho tudo: dinheiro, uma casa e...ainda tenho a minha família. Matteo, Jacob, Jackson... – deu de ombros. — Le nostre nonne – sorri de leve. — e eu tenho você. Mas isso não significa que eu não me sinta perdido às vezes. – falei baixo, quase como um sussurro. — Eu errei com você. Te tratei mal na primeira vez que tivemos contato....Sof, eu só queria o seu bem. Deixei que boatos sobre mim invadissem sua cabeça. – acariciei sua bochecha.

Seu rosto sério agora estava confuso, como se estivesse lutando entre o que sentia e o que pensava sobre mim. Seus olhos se desviaram dos meus, e eu umedeci os lábios, incapaz de suportar mais o silêncio pesado.

— E se isso for mentira? – engoliu em seco, a voz trêmula como um fio quebrado. — e se tudo for uma fachada?

— Sof...– a chamei baixinho. — Eu sei o que eu sinto por você. Eu sinto isso desde de quando te segurei no colo, quando eu só tinha 3 anos. – virei seu rosto para mim, buscando os castanhos que eram como luz para mim.— Eu te escolhi quando me deram a chance, Sof. O que você quer que eu faça? Me ajoelhe? Por que eu faria tudo para ter você, Sofia. Tudo!

Seu corpo com a parte de cima completamente nua, encostada na minha pele fria. Suas delicadas mãos deslizaram pelos os meus braços, subindo lentamente para os meus cabelos, enfiando os dedos nos fios negros.

Aproximei meu rosto do seu, movendo-me devagar, com medo que eu a assustasse. Nossas bocas a centímetros de distância, corações batendo em sincronia, respirações desreguladas. Juntei nossas testas e com os olhos fechados, ainda pude ver seus olhos claros como folhas de outono iluminadas.

— Talvez...eu não esteja fazendo a coisa errada. – ela murmurou baixinho, arrancando de mim uma risada suave. — Ter um mafioso como meu marido, talvez não seja tão ruim assim.

— Não quando ele é um gostoso como eu. – juntei nossos lábios em um selinho demorado. — Todas as vezes em que eu mentir para você, eu deixo que você crave uma faca em mim, amore. Deixarei meu sangue escorrer pois mentirei para a minha mulher. A única que deixarei deitar ao meu lado.

— Está falando sério? – senti seu sorriso. — Posso fazer isso enquanto você estiver dormindo? Mesmo que você não esteja mentindo.

— Você realmente me odeia, garota. – afastei meu rosto do seu, tentando esconder o meu sorriso, arrumando os travesseiros. — Você vai dormir comigo, agora! Eu preciso dormir, porque se não matarei alguém.

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