Olhei para cima lentamente. Seus olhos grudados nos meus, seu rosto molhado, seus cabelos pingando água, alguns fios nos seus cílios. Sua mão gelada passou delicadamente pela minha costela indo até a minha cintura.
Meu coração disparou naquele momento, um frio na barriga me assustou. Suas mãos apertaram minha cintura e lentamente ele se aproximou do meu pescoço, o que fez meu corpo arrepiar. Beijos foram desferidos ali. Minhas mãos subiram para seus cabelos, afundando meus dedos nos macios fios de Atlas.
— Ainda me odeia? – deixou mordidas leves em meu pescoço. — Consegue me odiar mesmo estando assim tão perto de mim?
— Sim. – respondi fechando os olhos. — Eu acho que eu vou te odiar para sempre.
Atlas deixou mais e mais beijos em meu pescoço até o meu ombro. Eu não conseguia me mexer e nem dizer nada para impedi-lo de fazer aquilo.
Eu estava gostando.
Ao mesmo tempo, uma parte de mim dizia para afastar o homem e ser teimosa. Mas por algum motivo, meu dia estava péssimo. As dores me deixaram com raiva e eu sentia mais raiva ainda, por saber que precisava da ajuda do homem que eu nem queria conhecer. Atlas.
O banheiro quente por conta do chuveiro quente acima das nossas cabeças. O vidro do box, totalmente embasado. Por um momento, eu achei que iria cair. Minhas pernas tremiam e a cada beijo e aperto que Atlas deixava em meu corpo, meu corpo respondia quase caindo no chão.
— Atlas...– chamei baixinho.
— hum?
— E-eu preciso tomar um banho. – gaguejei.
Sua risada me fez revirar os olhos. Atlas se afastou do meu corpo, o que me fez resmungar e ao mesmo tempo agradecer por isso. Vi o homem pegar a esponja de banho roxa, enchendo a de sabão. Estendi minha mão esperando que ele me entregasse, mas ele negou com a cabeça, o que me fez arquear uma sobrancelha confusa.
— Você não consegue tomar banho. Monstrinha. – ele sorriu de lado, desligando o chuveiro atrás de mim.
Aquele maldito sorriso me fez revirar os olhos. Tudo que Atlas fazia, fazer isso era a minha resposta. Era a única coisa que eu conseguia fazer. Revirar os olhos. Atlas pegou o meu braço passando a espuma nele todo. Logo em seguida, fez a mesma coisa no outro. Sua esponja subiu no meu pescoço e desceu para os meus seios. Ele desviou os olhos dos meus. fez aquilo fitando os meus seios, totalmente concentrado.
— Eu não acho os seus peitos pequenos. – ele disse, ensaboando um a um.
— Eles são um maior que o outro, Atlas. Pequenos demais. – revirei os olhos. — Não precisa dizer isso só para termos algum assunto.
— No estou dizendo isso só para termos um assunto. – ele negou com a cabeça, dessa vez olhando para mim. — Estou dizendo a verdade. São lindos.
— Tá bom. – ri nasalado, desviando o olhar.
— Seu pole será colocado amanhã no primeiro andar. – sua esponja agora desceu para a minha barriga. — O que mais você quer?
— A Ivy é ex do Jacob? – perguntei curiosa. — Se é mesmo. Por que ela trabalhava naquela boate?
O que aquele velho disse, às vezes entrava na minha cabeça. E não vou mentir, senti um leve arrepio só de imaginar.
— Por que ela quis. – ele recuou um passo. — Vire-se. – pediu.
Assim fiz. Me virei de costas para o homem, enquanto segurava os meus cabelos molhados.
— Como assim, ela quis? – insisti desconfiada.
A esponja agora foi para os meus ombros. Passou pelas minhas costas delicadamente, deixando o cheiro do sabonete no ar.
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Darkside
RomanceSofia Martínez, é como um anjo, que deixa qualquer um apaixonado. Não só pela sua beleza, mas pelo jeito que a garota tem de tratar as pessoas à sua volta. O sorriso que tem em seus lábios, mesmo que debaixo da sua máscara encantadora, Sofia carrega...