25 - meia noite

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As batidas me fizeram olhar para a porta na velocidade da luz. Corri até a porta e destranquei, abrindo devagar.

- pegou tudo? - Jacob olhou em volta.

Concordei com a cabeça e sai do quarto, dando os meus saltos pro homem à minha frente. Jacob vestia sua calça preta, blusa social com alguns botões abertos, deixando as mangas nos cotovelos. Seus cabelos estavam amarrados em um coque samurai e brincos de cruz brilhavam nas suas orelhas e alguns anéis de prata estavam em seus dedos.

Saí do quarto e olhei em volta. Peguei a chave e tranquei a porta pelo lado de fora. Jacob segurou minha mão e me arrastou pelo o corredor até às escadas.

- Gesù. - ele murmurou olhando em volta, enquanto desciamos as escadas rápido. - Meus Deus, o Atlas vai me matar.

- você é o melhor amigo dele, para de ser tão medroso. - acertei um tapa em seu ombro, enquanto ele abria a porta.

- A garota não conhece o próprio marido. Jesus! - ele revirou os olhos, me dando espaço para passar.

Passei por Jacob e desci as escadas da porta principal. Ele destravou o seu carro com a chave e não esperei mais nenhum segundo. Entrei no carro, me sentando no banco do passageiro, vendo-o vir em passos rápidos até o seu carro. Jacob entrou fechando a porta com força e vi pelo retrovisor os portões serem abertos.

- vai ser rápido Sofia. - Jacob jogou meus saltos em meu colo. - eu só me meto em merda mesmo. - deu ré.

- vai ser rápido, relaxa Jacob. ¡Dios mio! - calcei os meus saltos, tentando não demonstrar o meu medo.

Só de imaginar os olhos de Atlas em mim, me vendo chegar tarde em casa talvez bêbada, me faz estremecer. Eu realmente não o conhecia. Não sabia do que ele era capaz. Ouvi os murmúrios sobre o herdeiro dos Vecchi, o cara que mata e volta para casa como se nada tivesse acontecido.

O frio insuportável entrou no carro, o que fez meu corpo arrepiar. E lembrando bem, eu já perdi as contas de quantas vezes papai surtou em seu escritório, colocando o nome dos Vecchi na boca.

Com o passar do tempo, minha mente foi apagando algumas coisas. Não sei se por conta do trauma gerado pelo meu próprio pai, mas pensar demais só me fazia lembrar das noites em que passei em claro, pensando que ele arrombaria a porta do meu quarto e me enforcaria a qualquer momento.

- Sofia! - jacob me chamou em um grito.

- que foi? - o encarei confusa.

- cacete, faz meia hora que eu tô falando com você e você não me escuta. - ele bufou, deixando seu braço na janela. - não aceite bebidas de estranhos. Você não quer ser abusada!

- Era só falar pra mim não aceitar bebidas de estranhos por aí, porque eles podem me fazer mal. Por que você é tão direto? - ajeitei os meus saltos.

- tenho que ser verdadeiro. - riu. - 1. Não aceite bebidas de estranhos. 2. Não fale seu nome verdadeiro, então sei lá. Inventa um. - ele deu de ombros. - 3. Não diz que você é casada com o Atlas Vecchi ou Joker. Em hipótese alguma.

- por que não? - o encarei. - eu não sou?

- Você é. Mas se não quiser tomar uma bala na cabeça, manter a boca fechada é ótimo.

- tanto faz. - cruzei os braços olhando para a minha janela.

- olha. - Jacob respirou fundo. - desculpa. Eu estou estressado porque tô cheio de trabalho. Seu marido não sai do meu pé. Eu sei que é a sua primeira vez nesse tipo de lugar - sua mão foi para a minha coxa. - só não diz o que não devia. Hoje você é a Sofia Martinez, herdeira e mantida em cativeiro. - ele riu, o que me tirou um sorriso.

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