43 - Culpa

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No mesmo momento que eu não queria, eu queria seu corpo grudado no meu e eu odiava isso. Odiava o fato de que tudo que Atlas fazia, me deixava com calor.

— Qual é, monstrinha. Eu sou o seu marido. – ele sussurrou em minha orelha. — Vem cá.

Atlas soltou minhas mãos devagar, me virando com cuidado. Ele me prendeu na pia de mármore com suas mão em cada lado do meu corpo, me deixando sem saída.

— O que aconteceu? – ele perguntou olhando nos meus olhos.

— Você faz todo esse show para depois me perguntar o que está acontecendo? – o olhei incrédula. — Giuseppe estava certo. Eu apenas presto para dar prazer ao afilhado dele.

— No, no! – ele negou rapidamente com a cabeça. — Eu só…

Eu desviei o olhar, relaxando minha postura. Eu me recostei na pia, tentando não mostrar meu desconforto.

— Eu não quero te deixar desconfortável. – suspirou.

— Você tem um minuto? – mordi minha bochecha, virando meu rosto pro lado, me recusando manter contato visual com ele. — Eu preciso conversar com você, Atlas.

Atlas concordou com a cabeça e pegou a toalha no chão. Ele a deixou na pia de mármore e deu-me as costas, saindo do banheiro apagando a luz. Eu suspirei no escuro e logo depois sai do banheiro fechando a porta. Vi Atlas sentar na cama coçando a nuca. Ele passou a mão em seu cabelo úmido e encostou suas costas na cabeceira na cama, junto do mar de travesseiros brancos.

— Diz. – cruzou os braços.

Me sentei na sua frente e olhei em seus olhos. — O que aconteceu quando éramos crianças? – perguntei receosa. — Por que o Jackson me odeia?

— Jackson te odeia porque ele não gosta de você. Simples. – o homem deu de ombros. — Só isso?

— Não, Atlas. Eu quero que me diga o que de fato aconteceu. Por favor, só me diz. – passei a mão no rosto, não aguentando a sua enrolação. — Ele disse que eu precisava falar com você.

— Per l'amor di Dio, Sofia. – ele se levantou, estalando a língua no céu da boca.

Em um movimento rápido eu me levantei também, mas ficando em pé na cama. — O que foi em Atlas? – parei o homem, que suspirou cansado. — Ficou bravinho por que você não teve o que você queria, foi isso?

— Vá se ferrar, Sofia! – ele andou até a porta, me ignorando por completo.

Peguei um travesseiro e joguei em sua direção, vendo o travesseiro bater nas suas costas largas e cair no chão.

— Você é um escroto mesmo! – afirmei alto e em bom tom, pegando mais um travesseiro. — Eu te odeio! – joguei mais um.

Atlas se virou para mim e pegou os dois travesseiros no chão, apertando-os com força com suas mãos grandes. Ele se preparou e jogou mais um que bateu direto em meu rosto, o que me fez vacilar um pouco.

— Seu escroto! – franzi o cenho indignada, me preparando para revidar o golpe.

— Você é uma insuportável. – ele jogou o outro travesseiro, que bateu em meu peito. — Criança idiota!

— E você – me preparei. — é um baita de um pré-adulto que parece mais um velho de 54 anos. – joguei o travesseiro com toda a minha força em sua direção. — Um velho tarado! – resmunguei alto, pegando mais um.

— E você é uma adolescente insuportável, que se finge de santa. – Atlas jogou o travesseiro em mim, se aproximando mais. — Que sente vontade mas tem medo.

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