Flashs e falsas verdades

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A cidade brilhava sob a luz da lua, as ruas iluminadas por lâmpadas amareladas que pareciam dançar ao vento. O ar estava fresco, carregando o cheiro de chuva e as promessas de uma nova noite. Carlos e Isa estavam sentados no carro, estacionados em uma das avenidas mais movimentadas da cidade. A tensão entre eles era palpável, como se o ar estivesse carregado de eletricidade.

Carlos desligou o motor e, com um suspiro, virou-se para mim. Seus olhos estavam inquietos, um reflexo da ansiedade que ambos compartilhavam. O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor, uma mistura de expectativa e hesitação.

— Desembucha. — A voz dele tinha um tom de urgência, mas eu estava perdida em meus pensamentos, tentando encontrar uma forma de explicar a complexidade daquela situação.

— Calma! Eu tô pensando. — Respondi, cruzando as pernas, percebendo que o carro não tinha película escura nas janelas. O fato de estarmos expostos naquele momento me deixava um pouco nervosa, com os pensamento bagunçados que pareciam pequeno perto do que realmente estava em jogo.

Carlos se recostou no banco, com a frustração tomando conta de seu rosto. — No seu tempo. Podemos ficar aqui a noite inteira.

A cidade ao redor deles estava viva, pessoas saindo de carros e se dirigindo ao cassino próximo, enquanto flashes de câmeras disparavam à distância. Um lembrete constante de que suas vidas estavam sob os holofotes, e a vulnerabilidade que isso trazia era quase insuportável.

— Estamos namorando. — As palavras saíram de mim involuntariamente como um sussurro, mas seu efeito foi imediato. Carlos virou lentamente para mim, sua expressão uma mistura de surpresa e confusão que chegava a ser engraçada.

— QUE? Por quê? — As mãos dele passaram pelo cabelo, enquanto ele olhava para duas loiras que acabavam de sair de uma Ferrari em frente ao cassino, como se a cena pudesse distraí-lo da gravidade da situação.

Eu revirou os olhos, vendo o olhá-las de forma diferente, mesmo sabendo que estava prestes a ter que explicar tudo de novo. — Vazaram fotos? — O tom era de "não é óbvio", mas a frustração estava começando a tomar conta.

Carlos me olhou com uma expressão de incredulidade. — Mas não mostram nossos rostos! Ninguém vai acreditar, a não ser que sejam muito burros.

— Mesmo assim. — Minha cabeça girava com as implicações. Se a reputação de Liam fosse manchada, isso poderia afetá-los a todos. — Quer saber? Foda-se.

— Que? — Ele se virou rapidamente, a confusão se transformando em preocupação.

— Liam se meteu em confusão. Estão falando dele, e não vai pegar bem. Se vincularem suas ações à Red Bull, tipo "O Liam, piloto da Red Bull", pode dar muito ruim.

Respiro fundo, vendo a expressão de Carlos mudar. Não queria que a situação se tornasse pessoal, mas estava longe de ser simples. Ele começou a rir, mas não era um riso de alegria; era um riso sarcástico que me revoltou.

— Ata! — Ele se divertiu com a ideia, mas não entendia a gravidade. — Por que você não assume o Arthur? Não vai fazer diferença nenhuma. É só negar tudo. As fotos foram tiradas de longe, ninguém notará que sou eu.

— Com certeza, ninguém notará. — A ironia escorreu em meus lábios. Carlos percebeu o deboche, e a tensão aumentou.

— Você tá me assustando. Tá falando sério? — A mudança em seu tom fez com que eu risse, um riso genuíno que me pegou de surpresa.

— Não é brincadeirinha. — Mas logo meu rosto se tornou sério. — Óbvio que não, seu idiota. Porque diabos eu falaria algo do tipo por uma brincadeira?

At Hing Speed- Carlos SainzOnde histórias criam vida. Descubra agora