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Any Gabrielly

Duas semanas passaram correndo, e eu nem percebi.

Ou fingia não perceber, quanto mais o tempo passava rápido, mais eu desejava que ele não andasse.

Mas não consigo congelar o tempo, isso é inevitável.

Termino de me vestir enquanto finalizo o aluguel do carro que irei pra Califórnia.

Sim, eu vou cruzar o estado de carro.

Eles me entregam o carro na porta do prédio e com o tanque cheio. Pra quê eu preciso de carro se eu posso alugar um e não me preocupar com a burocracia e complexidade de ter um carro?

Mando uma mensagem pra Davi, informando que estou saindo e que ele não precisa se preocupar, eu vou ficar bem, mesmo ele desconfiando disso.

Guardo meu telefone no bolso da calça e pego meu casaco, chaves e claro, a mala. Abro a porta e já vejo alguém saindo do elevador, corro até o mesmo e aperto o primeiro andar.

Quando as portas se abrem consigo ver o carro que escolhi parado em frente ao meu prédio.

Optei por um carro conversível mais antigo, a lataria está intacta, a pintura parece de fábrica e os pneus são novos.

O homem me entrega a chave e sai andando pela calçada. Coloco minha mala no porta-malas e entro no carro, sentindo o cheiro de carro novo. Os bancos de couro vermelho dão um ar vintage pro carro, eu amo a mistura de preto com vermelho em veículos.

Giro a chave e sorrio ao ouvir o ronco do motor.

Dirijo pra fora da cidade escutando música, avisei pra minha psicóloga que eu iria viajar e ela me recomendou escutar minhas músicas favoritas, expliquei minha situação e ela me indicou escutar músicas quais eu gosto, talvez isso me deixe mais calma e relaxada até chegar lá.

Quando eu estiver lá eu penso no que vou fazer, agora eu só quero pegar a estrada e dirigir por aí até anoitecer.

Paro em um posto de gasolina após alguns quilômetros rodados pra beber algo e ir ao banheiro, compro coisas pra comer e volto a dirigir por uma estrada quase vazia.

Quando já está próximo de anoitecer paro o carro em um hotel e pago por uma noite, eu vou preciso de uma cama, só isso.

Abro a porta do quarto e me jogo na cama, fechando os olhos e dormindo do jeito que me deitei.

[...]

Acordo com meu telefone vibrando ao meu lado.

Pego meu telefone e vejo que é Sina, perguntando se já peguei o avião.

Respondo que sim, mas vou ter que pegar um avião com conexão e vou demorar. Se contasse pra Sina que eu iria de carro ela me matava, ela só vai saber quando eu chegar lá.

Tomo um banho e pego minha mala, pago pela estadia e saio em busca de algum lugar pra comer, no hotel era tudo tão caro que meu estômago parou de roncar quando viu o valor do café da manhã mais simples do cardápio.

Depois de duas quadras acho uma lanchonete aberta, já que são 8:00 da manhã. Peço torradas, uma pequena porção de bacon e ovos mexidos, é o tradicional que sempre tem em todo lugar.

Como enquanto vejo alguns e-mails que recebi nesse tempo que estava viajando, respondo alguns e salvo outros pra analisar depois.

Recebo vários e-mails de parcerias, mas eu nunca aceito, eu vivo no meu tempo, nas minhas condições, faço quadros com tranquilidade e as vezes consigo finalizar as obras no meu tempo.

Old MeOnde histórias criam vida. Descubra agora