Old Me

011

Any Gabrielly

Enquanto desfazia minha mala ouço alguém bater na porta.

— Pode entrar.

A porta se abre revelando Noah, um sorriso surge em meus lábios.

— Olha quem está aqui.- O mesmo diz ao me abraçar. — A chefona chegou!

— Você ainda me chama assim?

— Sempre vou chamar você assim.

— Eai? Pronto pra casar?

— Eu estou pronto desde que vi ela pela primeira vez.

— Quê fofo.

— Fiquei muito feliz quando Sina disse que convidaria você pra ser madrinha dela, vocês ficaram bem próximas nesse um ano, parece que foi ontem que você ficava com a gente na velha mecânica dos Beauchamp's. Eai, o quê você fez durante esse um ano?

— Bom, eu virei artista.

— Wow! Que incrível.

— Eu pinto quadros mas ainda corro.

— Você não desistiu disso?

— Não, é algo que eu gosto, adoro estar atrás do volante, sentindo o cheiro da gasolina, sentir a adrenalina correr pelas minhas veias.

— Da pra ver na sua expressão o quanto você gosta disso. Te desejo toda sorte do mundo e que você consiga ser o que nunca conseguiu ser.

— Estou tentando me descobrir Noah, é um processo lento, cuidadoso e meticuloso mas aos poucos vai indo.

— Você mudou bastante Any.

— Já vivi muito durante esse um ano, vivi coisas que me mudaram, talvez pra melhor, talvez pra pior.

— Bom, eu tenho que ir receber meus padrinhos, Hina e Krystian estão quase chegando. - O mesmo me avisa.

— Ótimo, estou com saudade daquele casal.

— Vou ter que conversar com meus sogros sobre alguns detalhes do casamento, mas nos falamos depois, ok? - Assinto. — O almoço será servido ao meio dia, não se atrase.

— Se eu não me perder nessa casa enrome...

Noah dá risada, saindo pela porta.

Me jogo na cama, encarando o lustre lindo sobre a cama.

Olho ao redor e realmente o quarto é lindo demais pra ser um quarto de visitas. Observo a minha mala e penso se vou ou não desfazer ela agora, é trabalhoso e eu estou cansada.

Minha mão dói muito pois dirigi pra caralho pra chegar aqui. A escolha foi minha, tudo tem sua consequência.

Mexo o pulso lentamente exercitando o mesmo mas isso só intensifica a dor, a única coisa que pode me fazer melhorar é uma bacia de gelo, mas não vou sair pedindo uma bacia e gelo pela casa.

Penso por alguns segundos até me levantar e sair do quarto, olho para os lados mas antes de sair tiro uma foto da porta do quarto, vá que eu me perca aqui dentro.

Seria vergonhoso demais.

Caminho pelo corredor em busca de um banheiro, chego perto das portas escutando pro lado de dentro, quando escuto vozes deduzo que são quartos.

Não quero abrir uma porta e encontrar uma pessoa desconhecida fazendo sei lá o que.

Quando dobro o corredor vejo duas portas uma ao lado da outra, entro na que tem uma flor rosa pendurada na porta e acerto, é o banheiro.