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Any Gabrielly

— Onde você foi? - Josh questiona após um longo período de silêncio.

— Comprar tintas, tem algumas tintas que são difíceis de achar, saí cedo mas acabei demorando mais que imaginei pra encontrar todas.

— Não precisa comprar mais nada?

— Não.

— Ok.

— Você parece ansioso pra assinar o contrato.

— Eu? Por que estaria? - Questiona surpreso.

— Não sei, mas você parece estar mais ansioso do que eu.

— Não é nada demais, eu só tenho um negócio pra fazer depois disso.

— Parece ser bem importante.

— É bem importante.

Percebo que Josh não quer tocar no assunto então não digo mais nada em relação a isso.

— Soube notícias de Sina e Noah?

— Estão curtindo a lua de mel deles nas Maldivas.

— Maldivas?! Sina me disse que não queria lua de mel.

— Noah a convenceu a ir, vão passar três semanas lá e depois vão voltar pra Nova York.

— Quando Sina pretende abrir a escola de dança?

— Até o meio do ano que vem, segundo ela.

— Sina apesar de ter nascido em uma família rica, sabe correr atrás dos seus sonhos. Ela é uma mulher incrível.

— Você também é uma mulher incrível.

— Bajulação a essa hora não, por favor. - Digo, o fazendo rir.

— Eu tô falando sério, você pilota, pinta quadros, sabe usar arco e flecha, sabe como sobreviver em um local inóspito. Você também é una mulher incrível.

— Minhas qualidades não equivalem as de Sina.

— Você deveria se valorizar mais Any.

— Tá fazendo bico como psicólogo?

Josh ri, negando com a cabeça.

— Deveria considerar a ideia. - Sugiro.

— Quer uma consulta comigo?

— Não largo minha psicóloga por nada.

— Você consulta com uma psicóloga? - Josh questiona sério.

— Sim, é normal quando você está fora da casinha e tenta se matar.

No mesmo instante Josh freia, estacionando o carro.

— O quê você disse? - O mesmo questiona ao me olhar.

— Você pergunta isso como se não fosse normal na maior parte da população.

— Por que não me contou isso?

— Por que já passou.

Josh desvia o olhar, encarando o volante em silêncio, só o que escuto é sua respiração acelera.

— Tá tudo bem Josh, eu não vou me matar, eu tentei fazer isso uma única vez, não é como se eu fosse subir na janela do meu prédio e querer me jogar de lá de novo.

— Por que não me contou?

— Por que é passado. E isso aconteceu depois que você foi embora, tinha muita coisa envolvida, minha mãe, meu pai que sumiu, a pressão psicológica que me atormentava todo dia. Mas eu tô bem agora, graças ao Davi, pena que eu não posso mais contar com ele.

Old MeOnde histórias criam vida. Descubra agora