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Any Gabrielly

Me sinto indecisa com as minhas escolhas de roupas pra colocar na mala. Preciso pensar se estiver frio, se estiver calor, se tiver piscina se não tiver e formos pra praia.

Em uma dessas que eu levo uma mala estourando de roupas e não uso nem 10% delas.

Acontece. Melhor do que esquecer de algo e ter que comprar.

Me atento a colocar minha bolsinha de remédios, pois é, eu virei uma velha. Preciso tomar dois remédios quando sinto dor, um pra dor muscular que é pra dor nas costas e o remédio que me receitaram pra dor na mão, que quase não surte efeito mas eu tomo, é melhor que nada.

Quando termino de dobrar e colocar a última peça dentro da mala respiro fundo, esperando que ela feche.

Faço pressão sobre a mala, amassando as roupas pra elas fecharem e consigo, fecho o zíper da mala com sucesso.

— Achei que não daria pra fechar. Você é demais malinha. - Digo dando leves batidas na mesma.

Tiro ela de cima da cama e me surpreendo com o peso, não está tão pesado.

Isso é um milagre, pelo menos pra mim.

Deixo a mesma do lado do quarda roupa e também a minha bolsa com meus documentos, não quero ser barrada em nenhum lugar na estrada.

Não mudei minha escolha de ir de carro, preciso desse tempo sozinha, eu gosto de dirigir e também gosto de viajar de carro. Só eu, uma playlist de música e um café gelado, não tem coisa melhor.

Já tive a experiência de cruzar o país de carro e gostei, espero não ter nenhum perrengue na viaja.

Meu celular vibra, pego o mesmo e vejo que um cliente mandou um entregador vir buscar o quadro.

Coloco o mesmo em cima de um pequeno carrinho especial pra movimentar quadros, desço pelo elevador de serviço já que é maior e não quero discutir com vizinho chato, sei disso pois já vivenciei isso, e o quadro nem era tão grande assim.

As portas se abrem e me dirijo até a parte de fora do prédio, já vendo o entregador parado ao lado do seu carro.

— Bom dia, Srta Any Gabrielly certo? - Questiona ao olhar no seu formulário.

— Isso.

— Só assina aqui pra mim rapidinho. - Pede, me entregando a prancheta e a caneta.

Rubrico meu nome na linha pontilhada e devolvo a prancheta pro homem.

— Poderia me passar o seu número? - Olho pro mesmo de imediato. — Não é pra entrega, eu achei você muito bonita e queria o seu número pra conversarmos. - Justifica sem jeito.

— Desculpe, mas eu não estou querendo sair com ninguém no momento. Ando cheia de trabalho e não tenho tempo de sair e nem conversar com alguém. - Tento ser o mais gentil que consigo ser pro cara não ficar chateado.

— Eu entendo. - O mesmo diz baixo, passando a mão pela sua nuca. — Então tenha um bom dia. - Diz simples, já caminhando até seu caminhão.

Assinto, me distanciando.

Que clima estranho, toda vez a mesma coisa. Sempre fico sem jeito de rejeitar alguém, mas não estou procurando um relacionamento no momento e nem uma diversão passageira.

Eu estou me redescobrindo aos poucos, isso está me fazendo bem.

Estou fazendo o que gosto, no tempo que posso e quando posso. As vezes rola uma pressão daqui, uma pressão dali mas nada que me faça ficar louca.

Old MeOnde histórias criam vida. Descubra agora