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Any Gabrielly

Quando volto vejo Josh parado em frente a parede de vidro, encarando o lado de fora.

— Vem aqui. - Peço colocando a caixa de primeiros socorros sobre a mesa.

— Eu tô legal. - O mesmo diz ao movimentar a mão, mostrando que está bem.

— Senta aqui. - Dessa vez digo séria, o fazendo se sentar ao meu lado. — Valeu por aquilo, talvez ele entenda dessa vez e pare de colocar minhocas na cabeça do Davi.

— O quê aconteceu?

— O Davi meio que não gosta de você, então ele me joga pra cima do Ben tem um tempo, mas eu já disse pra ele que não quero namorar agora e que considero o Ben apenas um amigo. Mas parece que o Davi estava alimentando os sentimentos do Ben pelas minhas costas.

— E o quê você vai fazer agora?

— Sendo sincera? Não sei. Eu acho que vou deixar rolar, o que tiver que dá vai dar e o que tiver que ir embora irá. Só sei que não vou ter nada com o Ben, e em relação ao Davi ainda não sei como vou fazer

— Gostei do seu jeito de pensar.

— Cansei de me preocupar com o futuro e não ser o que eu planejava, afinal nunca saía como o planejado. - Brinco, passando a pomada nos nós dos seus dedos.

— E se não for como você pensa, o quê vai fazer?

— Minha cabeça diz uma coisa, meu coração diz outra. Vou colocar eles na balança e ver quem tem mais chances.

— Faz sentido.

— Prontinho. - Digo ao colocar o band-aid na sua mão.

— Posso te fazer uma pergunta?

— Pode.

— Posso ver o seu estúdio?

Assinto, guardando as coisas de volta na maleta a deixando sobre a mesa.

Caminho até a porta abrindo a mesma em seguida, dando espaço pra Josh entrar.

— Só não liga pra bagunça e o cheiro de tinta, estou trabalhando com tinta acrílica, então ela é meio fedida.

— Eu não me importo. - O mesmo diz, ao caminhar entre as telas.

— Você é uma verdadeira artista.

— Eu sou só uma pintora desconhecida que vende quadros regulares pra enfeitar casas.

— Você menospreza seu talento Any.

— Você encomendou um quadro mas eu ainda não consegui começar ele.

— Não tem problema, tudo no seu tempo. - O mesmo diz simples, observando os quadros.

— Queria que todos os clientes fossem como você, eles me precionam tanto com um prazo tão apertado.

— Manda eles se fuderem.

Dou risada, me encostando no arco da porta.

— Não é tão fácil assim Josh.

— Eu não teria paciência.

— Eu sei disso.

— Ainda bem que você me conhece.

— Quer tentar?

— O quê? Pintar um quadro? Nem pensar!

— Por que? Não é tão difícil.

— Pra você que tem experiência com isso, não pra mim que não sei nem diferenciar as tintas.

Old MeOnde histórias criam vida. Descubra agora