O carro para na frente da minha casa. A rua está deserta; o Tay está dirigindo, com a Camila ao seu lado no banco da frente, e eu fico atrás. Eu sabia que naquela noite não ia conseguir esquecer o Luke tão cedo. Ele me protegeu mais como uma irmã, e isso não poderia ser mais complicado.
- Bom, chegamos - diz Camila, virando-se no banco para olhar para mim.
- Cole, me desculpa mesmo, tá? - diz Tay. Eu entendo a que ele se refere, mas não estava chateada. Afinal, eles não tinham culpa pelo ocorrido. Eu realmente gostei de como o Luke me protegeu, embora não fosse confessar isso a eles.
Tay me dá um sorriso tenso, como se estivesse envergonhado por algo que não podia controlar. Apenas dou um sorriso curto a ele, mostrando que estava tudo bem e que realmente não me importava com aquilo. O que me chateou foi o fato de ele ter me tratado como uma irmã.
- Tudo bem - falo com a voz mais calma possível.
- Vamos te dar o cachê depois, para a gente gastar - Camila sorri de orelha a orelha.
- Certo, já vou indo.
Saio do carro e vou até o veículo onde Camila está sentada. Ela abaixa o vidro e me dá um beijo no rosto. Rapidamente, me viro e começo a caminhar em direção à minha casa. Está um pouco frio, mas nada que eu não possa aguentar.
- Te amo - ela grita para mim, e eu a vejo parada ali. Nos conhecemos desde pequenas e a amo como uma irmã.
- Também te amo - respondo com um sorriso curto no rosto.
Eles sempre esperam eu entrar em casa antes de ir embora, por causa do horário. Entro, subo as escadas e vou para o meu quarto, deitando-me na cama. Relembro o que aconteceu no bar naquela noite: Luke ameaçou aquele homem e eu me senti protegida de verdade. Luke sempre me defendeu desde criança, mas agora não éramos mais crianças. Para ele, eu ainda era.
Adormeço com esses pensamentos sobre o Luke. Sei que não devo me envolver, mas achar ele legal eu posso. Me arrumo e desço as escadas. Hoje é domingo e não tenho planos.
O cheiro do café da manhã me invade assim que entro na cozinha. Meu pai adora preparar as refeições da manhã. Ainda estou no meu modo zumbi quando ele fala comigo.
- Bom dia, Nicole! - diz meu pai, enquanto prepara panquecas.
- Bom dia. Cadê a mamãe e a Mia? - falo com a voz cheia de sono.
- Aqui estamos nós.
Uma voz feminina doce vem de trás de mim. Minha mãe, que já sabia da minha presença, aparece com a Mia vestida para a praia. Faço uma pequena careta para a Mia.
- Vão sair? - pergunto.
- Sim, vamos. Minhas amigas me chamaram para ir à praia.
Lembro da última vez que fui com minha mãe. As amigas dela me fizeram perguntas constrangedoras. Prometi a mim mesma nunca mais ir a qualquer lugar com elas.
- Não vou ficar aqui, mãe.
- Certo. Eu queria que seu pai fosse.
Vou ficar sozinha, mas não me importo. Vou assistir a algo ou ligar para a Camila para ver se ela tem planos. Às vezes, ela fica na minha casa e eu na dela, e é assim que nos divertimos. Mas pode ser que esteja querendo demais ir para a casa dela.
- Vou ficar com a Camila, mãe.
- Tá certo, querida.
Minha mãe beija meu pai e, ao olhar para a Mia, me aproximo dela, enquanto meus pais estão distraídos um com o outro. Mia está mexendo no celular.
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GANGSTER
RomanceNicole Forbes é uma garota de 17 anos, muito tímida e recatada, que mora em uma cidade pequena. Sempre foi uma romântica incurável. Sua vida muda quando descobre que Luke Bryan, irmão de sua melhor amiga e chefe de uma gangue, está de volta à cidade...