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CAPÍTULO 30

Ao entrar em casa, minha mãe me recebeu com um olhar tranquilo, sem perguntar nada, apenas mencionando que havia café na mesa. Eu sabia que ela entendia por onde eu tinha andado e, com meus avós de visita, queria aproveitar cada momento com eles antes de se despedirem. Dei uma passada rápida no banheiro, tomei um banho quente e vesti um short preto e uma camisa branca simples. Ao abrir a gaveta de joias, meus olhos encontraram o colar de diamante que Luke havia me dado. Algo me impulsionou a usá-lo, talvez uma mistura de nostalgia e provocação silenciosa.

Após tomar café rapidamente e dar um beijo na minha mãe, saí e peguei um táxi para a praça onde havia combinado de encontrar Gael e Camila. A praça, com uma vista incrível para o mar, era um dos meus lugares favoritos na cidade. As ondas batiam nas pedras, criando uma melodia suave e revigorante, quase como se a natureza estivesse sussurrando calma ao meu redor.

Assim que desci do táxi, avistei Gael acenando para mim. Abracei-o com entusiasmo. Ele era o tipo de amigo cuja presença sempre trazia leveza e risadas, algo que eu precisava.

- Me conta essa história de novo, só pra eu rir mais uma vez - Gael começou, gargalhando, já sabendo que eu havia fingido dormir na casa de Luke.

- Para de rir, Gael! - reclamei, mas um sorriso escapou.

Ele secou as lágrimas de tanto rir, quase perdendo o fôlego.

- Nicole, você fingindo que estava dormindo é a melhor coisa que já ouvi! - Ele falou entre risos.

Revirei os olhos, fazendo uma careta para ele.

- Engraçadinho você, né? - brinquei, mas Gael se colocou em posição dramática, com a mão no peito.

- Mas sério, ele tem razão. Você devia ter pedido carona, ou pelo menos me chamado. Eu te levaria sem problemas. - Ele me olhava com um semblante protetor, misturado com divertimento.

- Não queria atrapalhar. E você estava ocupado, né? - Lembrei da noite anterior com um sorriso maroto.

- E eu levaria do mesmo jeito! - Ele riu, se dando por vencido.

Nesse momento, Camila apareceu com um sorriso contagiante, radiante como sempre. Ela se juntou a nós no banco e, assim que se sentou, eu não resisti e perguntei:

- E você, hein, onde passou a noite, mocinha?

Ela me olhou com aquele sorriso misterioso, enquanto Gael arregalava os olhos de curiosidade.

- No bar. - Camila respondeu casualmente, fazendo Gael quase cair da cadeira.

- No bar?! Você passou a noite lá? - Ele perguntou, com a expressão perplexa. Camila riu, e então, mordeu os lábios antes de confessar:

- Eu... estava com um cara.

A risada de Gael explodiu. Ele levou a mão à boca, depois olhou para mim com o olhar travesso, cheio de malícia.

- Um boy misterioso! - Ele sussurrou para mim, como se aquilo fosse um segredo do mundo.

Caímos na gargalhada juntos, enquanto Camila apenas revirava os olhos.

- Mas fala sério, pelo menos vocês dois tiveram uma noite melhor que a minha. - Suspirei, lembrando da chuva e do desconforto.

- Olha, verdade seja dita - Camila respondeu, rindo. - Fiquei sabendo que você dormiu lá em casa... e chegou toda molhada.

Gael explodiu de tanto rir, quase se engasgando, sabendo da verdade. Lancei a ele um olhar sério. Ele se inclinou para frente, segurando a barriga, e eu não pude deixar de rir com ele, contagiada.