CAPÍTULO 17

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Minha mãe já tinha ido embora, mas continuei sentada ali no Gnyys, tomando sorvete, como se cada colherada fosse capaz de afastar um pouco das minhas preocupações. Já estava no terceiro copinho, e o lugar estava calmo, quase vazio, com poucas pessoas espalhadas pelas mesas. A ideia da minha mãe sobre eu estar com Luke ainda ecoava na minha cabeça, e confesso que aquilo me incomodava um pouco. Ela não pareceu nem um pouco feliz com a ideia, e, sinceramente, nem a culpo. Luke não é exatamente o tipo de pessoa que os pais sonham para suas filhas.

Meu celular vibrou, interrompendo meus pensamentos. Olhei a tela e vi o nome de Camila piscando.

- Alô?

- Nicole, onde você tá? - A voz dela tinha um tom animado, quase ansioso.

- No Gnyys. Por quê?

- Vai ter uma festa na cabana hoje! - Ela fez uma pausa, como se estivesse esperando minha reação antes de continuar. - O pessoal vai nadar no lago, dançar, aproveitar... Vamos?

Eu hesitei. Não sabia se estava exatamente no clima para festas, mas talvez fosse bom me distrair, me afastar um pouco de todos esses pensamentos pesados.

- Hm, não sei, Camila... - Fiquei em silêncio por alguns segundos, ouvindo-a do outro lado da linha.

- Ah, vai, por favor! A gente vai se divertir, você precisa disso - insistiu ela, quase implorando.

Respirei fundo e decidi que talvez ela tivesse razão. Uma festa poderia me ajudar a esquecer um pouco tudo que estava acontecendo na minha vida.

- Certo, mas tenho que passar em casa para pegar um biquíni.

- Ótimo! Te encontro no Gnyys em cinco minutos! - E, antes que eu pudesse responder, ela já tinha desligado.

Suspirei e terminei o último pedaço do sorvete, tentando me convencer de que seria uma boa ideia. Logo, Camila chegou, com aquele sorriso contagiante e um brilho de empolgação nos olhos. Ela parecia tão animada que quase me fez esquecer as minhas inseguranças.

Entramos no carro dela, e no caminho para casa ela falava sem parar sobre a festa.

- Dizem que vai ter fogueira, e que alguém vai levar um violão. Imagina só, a gente deitada na grama, pegando um sol e nadando no lago, enquanto o pessoal toca música. Não é perfeito? - disse ela, os olhos brilhando.

- Parece mesmo - respondi, tentando me animar com a ideia.

Paramos em casa e subi para pegar o biquíni. Camila continuava falando sobre como o lugar era incrível, cheio de gente legal e sobre os drinks que iam servir. Peguei meu biquíni e voltei ao carro, e seguimos direto para a cabana. Ela parecia mais empolgada que o normal.

- A gente troca de roupa na cabana mesmo- ela riu, me olhando de canto.

- Ah, tá bom! - respondi, rindo. - Você parece muito empolgada.

- É... E olha, quem sabe a gente não encontra um cara interessante? Tem uns amigos do Luke que vão estar lá... E, antes que você diga qualquer coisa, não podemos deixar todas oportunidades passar- ela disse, me dando uma piscadinha.

Revirei os olhos, mas acabei rindo. O jeito dela era mesmo irresistível, e aos poucos comecei a me sentir mais leve, como se a energia dela fosse capaz de espantar qualquer sombra.

🦂

Chegamos na festa, e o lugar estava ainda mais cheio do que eu imaginava. Pessoas espalhadas por todos os lados, bebidas na mão, e alguns até se divertiam ao redor de grandes barris de cerveja. O som alto e o riso das pessoas se misturavam ao ambiente do dia.

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