CAPÍTULO 34

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Depois da escola, fui para a casa da minha mãe. Ao chegar, meus avós já estavam de malas prontas. Assim que entrei, meu coração apertou vou sentir a partida deles.

- Ah, vovó...

Me aconchego nos braços dela, que me beija a cabeça com carinho.

- Não fica assim, querida. Lembre-se, logo vamos nos ver de novo.

Balanço a cabeça, assentindo, mas meu peito ainda dói. Abraço meu avô, que me dá um beijo carinhoso na testa.

- Você é tão linda, minha bonequinha.

Sempre que meu avô me elogiava, eu me sentia tão pequena, como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. Sinto os braços da Mia ao redor de nós, um abraço aconchegante, como se tentasse me proteger daquele momento doloroso.

Depois que Otávio e minha mãe foram levar os avós no aeroporto, fiquei com a Mia. Decidimos fazer bolinhos de todos os sabores, e logo estávamos na mesa, esperando ansiosamente os bolos ficarem prontos.

- Então vai me dizer como pegou intimidade com o Luke?

- Ah, foi simples. Um dia, indo para a escola de bicicleta, eu caí. Ele me ajudou, pediu para não contar para você, até consertou a minha bicicleta. Depois, fui vendo ele por aí.

- Por que ele pediu para não me falar?

- Não sei, ele só pediu. Teve uma vez que ele me deu carona também, e uma garota que estava no carro não gostou, mas ele nem se importou.

Reviro os olhos. Luke sendo Luke. Ele nunca gostava de seguir regras, e isso me irritava, mas eu não podia negar, algo nele sempre me puxava.

Quando comemos os bolinhos, minha mãe chega, e eu, sem pensar muito, mando uma mensagem para o Gael, pedindo para ele me encontrar no restaurante que era próximo da casa da Camila. Ao chegar, avisto ele sentado me esperando.

- Pedi um solvente para você.

Ele se levanta, dá um beijo rápido na minha bochecha, e eu sorrio, me sentando de frente para ele, amarrando meu cabelo em um coque.

- Me conta, onde você estava na noite em que sumiu da festa?

- Fiquei na festa, me sentei num banco do lado de fora e fiquei até amanhecer.

- Nicole, você é louca?

- Depois o Cal me encontrou e me levou até o Luke, e aí quase a gente se pegou.

- Nicole...

Ele dá uma risadinha.
- E você queria pegar ele?

Dou de ombros, sentindo meu corpo esquentar só de lembrar dele. Uma sensação boa, quente, que só ele sabia me causar.

- Sim e não.

Vejo o Jink entrando no restaurante, aceno para ele e logo ele vem até mim.

- Nicole.

- Jink, senta com a gente?

Ele senta ao meu lado, ficando de frente para o Gael.

- Gael, esse é o Jink. Jink, Gael.

Eles apertam a mão rapidamente e a conversa vai fluindo. Jink fala sobre sua irmã, que é enfermeira, e eu falo sobre minha vontade de conhecer a área, até que o Gael precisou ir embora, me deixando com o Jink.

- Você pode ir lá na semana que vem, minha irmã vai adorar tirar suas dúvidas.

- Tô louca para saber como a área funciona.
- E se você quiser, pode... - Ele para de falar e olha para frente. - É o Luke.

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