CAPÍTULO 39

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Ri com Gael, e ficamos ali por mais alguns minutos, rindo e observando o movimento ao redor, até que avistamos o carro de Luke se aproximando. Ele estacionou, desceu do carro e caminhou em minha direção, seus olhos me prendendo, ele me deu um breve selinho, que me deixou com o coração acelerado, como sempre. Parecia um toque casual, mas a intensidade no olhar dele dizia algo a mais.

- Vim buscar você - disse ele, com aquela voz baixa e autoritária que sempre me deixava um pouco desconcertada.

- Eu... não posso. Eu combinei com o Gael de almoçar - murmurei, hesitante, tentando me lembrar da promessa de não deixar Luke controlar tanto meus planos.

Antes que eu pudesse insistir, Gael sorriu e, com um olhar meio maroto, respondeu:

- Nem se preocupe. Vocês podem ir, eu tenho uns assuntos inacabados para resolver.

Havia um brilho diferente no olhar de Gael, como se ele quisesse me dar algum sinal que eu não conseguia decifrar. Dei de ombros, sem entender, mas um pouco aliviada por ele ter compreendido a situação.

- Então, podemos ir? - Luke perguntou, impaciente, como se não aceitasse outra resposta senão minha companhia. Senti um arrepio na nuca ao ver aquele olhar intenso dele, e acabei assentindo, um tanto hipnotizada.

- Tchau, Gael! - me despedi, tentando agir com naturalidade, mas Gael apenas acenou com um sorriso de compreensão que me deixou um pouco intrigada.

Luke passou o braço ao redor da minha cintura, firme, enquanto me conduzia até o carro. Entrei, e ele deu a volta, acomodando-se ao volante. Quando o motor ligou, eu me voltei para ele, com a expectativa crescendo.

- Onde vamos? - perguntei, a voz um pouco hesitante, mas com uma faísca de curiosidade.

Ele me olhou com aquele meio sorriso enigmático.

- Vamos passar na oficina primeiro, e depois quero levar você para jantar - respondeu, os olhos fixos na estrada.

A ideia de um jantar me surpreendeu, e senti um sorriso surgir em meu rosto, que ele notou logo.

- O quê? - ele perguntou, com um olhar que misturava humor e mistério.

- Nada... só estou surpresa. Você me levando pra jantar... não estou acostumada.

- Ontem não comi direito com você... - ele comentou, como se estivesse justificando.

- Não tem problema. Hoje a gente come junto - respondi, meu coração aquecido pela ideia de finalmente passarmos mais tempo juntos.

Ele assentiu em silêncio, e o restante do trajeto transcorreu com um silêncio confortável, quase carregado de uma expectativa. Quando chegamos à oficina, o ambiente estava agitado, com mecânicos concentrados nas motos e em um único carro no canto. Ao sairmos do carro, notei que alguns homens nos observaram, mas, quando viram Luke, todos o cumprimentaram com um "chefe", como se ele fosse mais que um simples colega.

Ele apenas acenou com a cabeça em resposta e entrou na sua sala, e eu o segui. Ao entrar, percebi que algo havia mudado - a mesa não era mais a mesma. A antiga, de madeira marrom, havia sido substituída por uma nova.

- Bela mesa - comentei, sorrindo, tentando disfarçar o nervosismo que o ambiente sempre me causava.

Ele riu de leve, sem tirar os olhos de mim enquanto se acomodava na cadeira atrás da mesa.

- Um pequeno acidente aconteceu com a outra - respondeu, e eu soube imediatamente a que ele se referia. Era a mesma mesa que ele havia destruído na nossa última briga ali, quando ele perdera o controle e arremessara objetos, revelando um lado obscuro e tempestuoso.

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