CAPÍTULO 15

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Emete me deixou em casa e depois levou Gael. Não falamos muito durante o trajeto, mas Gael parecia estar super animado, empolgado com o homem que conheceu na fogueira. Já eu, só conseguia pensar na conversa com Luke. Ele quer que sejamos apenas amigos. Vou tentar aceitar, mas não posso controlar o que sinto por ele. A sensação de ser rejeitada me consumia, deixando um vazio difícil de preencher.

Acordei já eram oito da manhã. Eu havia prometido à minha mãe que passaria o fim de semana na casa dela, então fiz uma mochila com algumas roupas. Desci as escadas, e meu pai estava na cozinha, com um sorriso raro estampado no rosto.

- Bom dia, querida.
- Bom dia, pai.

Notei que ele parecia mais animado do que o normal. Havia um brilho diferente em seu olhar, e ele estava sorrindo mais do que de costume.

- Parece mais feliz hoje, pai.
- Ah, sim, querida. Consegui um emprego novo.

- Que notícia ótima! - Respondo, sentindo uma felicidade genuína por ele. Desde que se casou com minha mãe, ele só trabalhava na livraria, mas eu sabia que ele precisava de algo mais para se sustentar.

- E onde seria? - perguntei, curiosa.

- Voltei ao meu velho cargo de corretor de imóveis.

Bebi um gole de café, tentando esconder meu sorriso, mas era impossível. Ver meu pai animado trazia uma sensação de alívio.

- Que notícia boa mesmo.

Ele assentiu, com um olhar orgulhoso. Sentia-se satisfeito, e isso era evidente. Olhou para minha mochila, como se soubesse que eu estava pronta para sair.

- Vai ficar com a sua mãe até domingo? - perguntou, ajustando a gola da camisa.

- Sim. Volto domingo à tarde, e a Mia vem comigo.

- Ótima notícia, filha. Tô com saudades dela.

Continuei comendo minha torrada, aproveitando aqueles minutos de calma até ouvir a buzina do carro da minha mãe lá fora. Me despedi do meu pai com um abraço apertado, sentindo a afeição que sempre o acompanhava.

Saí de casa e entrei no carro da minha mãe, que me envolveu em um abraço caloroso assim que sentei.

- Que saudades, minha boneca.

- Também estava com saudades, mãe. E a Mia? - perguntei, ajeitando o cinto de segurança e colocando minha mochila no banco de trás.

Ela sorriu, aquela expressão serena que sempre me transmitia calma e segurança.

- Em casa, estudando.

Observei o rosto da minha mãe enquanto ela dirigia, sentindo uma leve nostalgia ao estar ao seu lado. Senti que estar com ela me trazia uma paz que eu realmente precisava. Ao longo do caminho, o peso dos últimos dias parecia se dissipar, como se o simples ato de voltar ao lar da minha mãe fosse suficiente para aliviar meu coração.

🦂

Chegamos à casa da minha mãe, um lugar pequeno e modesto, com apenas um andar. As paredes, já desgastadas pelo tempo, parecem embaçar um pouco a luz que entra, dando um ar triste ao ambiente. Não há muitas divisórias, tudo é apertado e se mistura, como se o espaço fosse apenas uma ideia de lar, sem a segurança que um deveria oferecer. Vou direto para o quarto que divido com Mia. Empurro a porta sem bater. O quarto é simples: duas camas estreitas com lençóis um pouco gastos e um guarda-roupa pequeno que mal suporta algumas roupas. Mia ainda dorme na cama dela, os cabelos bagunçados espalhados pelo travesseiro.

- Mia? - chamo suavemente.

Ela resmunga alguma coisa, mas não responde. Me deito na minha cama, observando o teto.

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