06. maldade de quem vê

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luiza point of view
📍chácara fernandes – 15:50pm

depois do almoço a galera tirou letrinha pra quem ia ficar responsável pela arrumação de hoje. decidimos que ia ser uma dupla ou um trio pra limpar cada dia e não pesar pra ninguém.

pro meu azar, hoje foi meu dia e apollo ia me ajudar. mas schuler, ajota, bmo e tavin, puxando meu saco, se ofereceram prontamente pra ajudar também caso precisasse. esses garotos são demais.

— nossa, parece que eu tô gravida – falo alisando a barriga e o japonês ri — comi demais. minha mãe da aulas na cozinha.

— papo reto, mó' comida boa – ele diz, enquanto limpava desajeitadamente a mesa da cozinha. engraçado como esses garotos pelo visto nunca limparam nada na vida — ih, tá' me encarando com esse olhar de julgamento por quê?

— nada não, continua seu serviço aí – ri, indo pra beira da pia, começando a lavar as louças — pode chamar algum dos meninos pra me ajudar secando os pratos, por favor?

— tá suave, loira. eu seco.

— que prestativo você – ri e ele da de ombros, todo convencido — duvido que faz isso quando tá' em casa.

— lógico que faço, parça. minha irmã me obriga – estala a língua — não basta a minha mãe.

— posso perguntar uma coisa? – pergunto e ele assente, enquanto secava o prato em sua mão — cê' tem ciúmes da sua irmã?

— ciúmes pique o leo tem de você? – diz e eu ri, rolando os olhos — nesse nível não. antes eu tinha mais, seloco, ela era minha protegida. hoje em dia é cavala' veia' já, aí eu nem ligo mais. mas por que?

— nada, só curiosidade. as vezes acho que ele surta sem necessidade – dou de ombros, entretida no que tava fazendo — hoje mesmo a gente só não brigou porquê a galera tá' aqui e eu não ia pagar esse papelão, né, mas se não fosse, era guerra na certa.

— porra lu, nem compensa mano. sabe que isso é tentando te proteger, né? porquê tipo, hoje, quando cê' passou, os moleque fez questão de falar gracinha' – diz, todo serinho. ele ficava um gato falando assim — e mesmo que os cara seja seu amigo, nois' é homem, nois' sabe a maldade de homem e sabe que qualquer um dos solteiros ali ficaria com você, saca?

— e por causa disso eu sou obrigada a esconder meu corpo? – não, luiza, você sabe muito bem que não foi isso que ele quis dizer, você só quer escutar ele falar mais — não é justo.

— não é isso, não tem nada a ver – ele tenta se explicar. meu deus, eu tô me divertindo com isso! — a culpa não é de quem usa, tá' na maldade de quem vê. mas cê' não é criança também, ele não precisa agir como se você precisasse de babá. até eu memo' reparei.

— então cê' tem propriedade pra falar sobre maldade no olhar, né? – falo e ele da um sorrisinho de lado. ele tá mesmo flertando comigo? — admite aí.

— tenho propriedade sim, bobona. mas nem vou inflar teu ego não, de babão já basta o tavin e o ajota.

ele diz de forma descontraída e eu ri, terminando meu serviço na louça. ai rogério, era só você que eu queria inflando meu ego mesmo, de resto mais ninguém. essa semana vai ser cheia de entretenimento pelo visto.

[...]

agora estávamos todos em volta da piscina. música alta animando o ambiente e copos de bebidas espalhados por todo canto.

ajota, neo, bmo e thiago já estavam nitidamente bêbados, os outros pulando na piscina feito loucos e eu e as meninas de cantinho conversando e dando risada da situação.

mas meu olho não saía dele nem por um minuto. o japonês sem camisa e de bermuda preta, chinelos da rider com um copo com líquido vermelho dentro. o tanto que eu tava afim desse garoto era brincadeira.

achei que não ia nem ligar pra existência dele quando chegasse aqui, mas pelo visto eu tava errada. papo de que além de bonito, ele era atraente pra caralho. o mesmo me lançou umas encaradas, mas nada demais. tava com meu ego abaladinho já, de achar que ele não tava nem aí pra mim.

ri sozinha dos meus pensamentos, que foram afastados assim que o trunks para na minha frente, botando a mão na minha nuca e fazendo carinho na minha bochecha.

— parou de beber, feiosa?

— nem comecei, ianzinho – respondi, dando um sorriso fraco pra ele — acho que não vou beber hoje, o pessoal vai ficar ruim e alguém vai ter que tomar conta.

— eu tomo, ué – da de ombros — cê' não precisa se preocupar. tem que aproveitar também.

— você não toma conta nem de si mesmo, ian – rimos juntos — não sei não...

— confia em mim, cara – ele também já tava levemente bêbado, eu sentia cheiro de energético de melancia saindo da sua boca — os moleque que tava ruim já pararam de beber, tão' só na água agora. ó, não é seu irmão que tá' te brecando não né? se for, eu vou ir falar com ele agor...

— não é por ele não, relaxa – sorri, mexendo nos dreads loiros do garoto — faz pra mim então mais uma caipirinha de limão?

— claro que faço, pra você qualquer coisa.

ele diz e eu ri. o mais alto me da um beijo na bochecha e vai pra trás do balcão, onde estavam as bebidas e coisas pra fazer drinks. aproveitei que ia demorar um pouquinho e subi pro meu quarto pra pegar meu celular que ficou lá em cima carregando.

[...]

𝐌𝐀𝐃𝐑𝐔𝐆𝐀𝐃𝐀, 𝖺𝗉𝗈𝗅𝗅𝗈 𝗆𝖼.Onde histórias criam vida. Descubra agora