26. surpreendida

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luiza point of view
📍boate honey club – 02:30pm

depois de aproximadamente meia hora na fila, ana finalmente conseguiu usar. eu já aproveitei pra ir também, pois se me desse vontade em algum outro momento eu preferia fazer na roupa do que ter que esperar de novo.

a bebida já tinha batido, eu tava' me sentindo leve e minhas pernas estavam amortecidas. fiz xixi tomando cuidado pra não encostar em nada, lavei as mãos e saí do banheiro. pegando na mão de ana e voltando pro camarote.

— amiga, eu...

antes que ela pudesse terminar a frase, fui surpreendida pela cena que eu tinha acabado de me deparar.

apollo tava' beijando uma garota.

porra, ele estava mesmo beijando outra garota. eu não conseguia saber o que eu tava' sentindo direito, meu coração acelerou de uma forma que eu pensei que ele fosse explodir. não sei o que era pior, ele quase engolindo a mina, ou o trunks, leo, bmo e uns garotos aleatórios gritando em volta, como se ele tivesse acabado de ganhar na loteria. era como se ele tivesse feito a aposta.

— vem, lu, vamo' pra lá – ana diz, com certa cara de pena. não relutei, apenas segui ela pra onde o resto dos nossos amigos estavam — relaxa, tá'? acontece.

— o que aconteceu? – barreto percebe e se aproxima, ele era um dos únicos ou talvez o único sóbrio ali — que foi, luiza? tá' passando mal?

— não, barro. tô' bem – minto, dando um sorriso sem mostrar os dentes — quais músicas eu perdi?

— só as que você menos gosta – barreto diz e eu ri. é, pelo menos isso — termina logo esse copo, parça! faz três dias que tá' com ele na mão.

— já criou até mosquito.

ana diz e eu ri, virando o que ainda restava. e foi aí que eu senti que tudo ia desabar. talvez esse fosse meu pressentimento ruim de mais cedo, só não imaginei que tivesse a ver com o garoto que eu tava' curtindo ficar.

— seloco', apollo acabou de pegar a mina mais gostosa dessa boate sepá' – trunks diz, parando do nosso lado. a minha cara de poucos amigos chegou no chão se duvidar — tinham que ver, eu até gravei.

— a mina mais gostosa tá' aqui, trunks – ajota diz, botando o braço em volta do meu pescoço — essa ele nunca vai conseguir pegar.

quem dera isso fosse verdade, ajotinha. talvez eu não ia estar com cara de otaria e chateada pela falta de comprometimento com o combinado que fizemos hoje mais cedo. filho da puta!

— mas você talvez consiga.

falo de repente, surpreendendo todos ali. até eu mesma, eu não pensei, só saiu. ana arregalou os olhos e foi aí que eu me dei conta, mas sinceramente? que se foda! ele vai se arrepender de ter vacilado comigo.

ajota não pensou duas vezes, meu corpo que estava colado na grade, agora estava colado no meu. ele me beijou. e não era como se ele beijasse mal, longe disso na verdade, só não era quem eu queria que fosse. depois de um tempo, pela falta de ar, nos soltamos. ele me deu um sorriso como se tivesse vencido na vida, e aquilo me fez rir sozinha.

— mano, qual a necessidade? – trunks diz. sua expressão era de raiva, e isso me gerou uma interrogação enorme na cabeça — fala pra mim qual a porra da necessidade de beijar o cara?

— oxe trunks, tá' chapando? – jota perguntou por todos ali, que não entenderam nada o motivo desse escândalo dele — o que que tem?

— porra luiza, você tá' parecendo uma pu...

antes que ele terminasse a frase, um tapa forte é dado na cara dele. eu mesma fiz o favor.

— quer ficar puto por que mesmo? – falo quase que gritando. eu sentia minha pele queimar de tanta raiva que eu sentia — é meu dono nessa porra? você é meu amigo, seu otario! o que foi em? você nunca na vida me disse esse tipo de coisa, nunca se quer aumentou o tom de voz comigo, pra agir assim do nada? qual o seu problema?

e nesse momento eu não ouvia mais nada. eu tava' bêbada, muito bêbada, mas podia sentir todos os olhares naquela "sala" voltados a mim. até o pau no cu do apollo olhava, mas ele tinha tanta cara de drogado, que nem conseguia levantar do sofá que estava.

kakau, ana e barreto me tiraram dali, com certo cuidado, me abraçando e dizendo coisas confortantes na qual eu nem entendi direito. leo também se aproximou, mas ele pelo visto não entendia nada do que se passava. e era melhor assim.

nunca achei que essa semana viraria esse inferno.

[...]

𝐌𝐀𝐃𝐑𝐔𝐆𝐀𝐃𝐀, 𝖺𝗉𝗈𝗅𝗅𝗈 𝗆𝖼.Onde histórias criam vida. Descubra agora