22. talentosa e inteligente

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apollo point of view
📍restaurante la mar – 13:33pm

o resto da manhã foi naquele mesmo pique, os caras falando merda e discutindo por tudo e por nada. o assunto de hoje era sobre a boate, bmo, tavin, ajota e trunks entraram em uma aposta pra ver quem pegaria mais mina na noite, valendo dinheiro e os carai'.

achei engraçado a forma que a luiza prestava atenção mas fingia que não enquanto eles combinavam isso, ela queria saber se eu entraria na aposta e nem conseguia disfarçar. de verdade? isso nem deveria ser uma preocupação dela. bom, não hoje em dia né, não curto mais esse tipo de coisa, mas se fosse uns meses atrás, quem sabe...

pô', eu tava curtindo ficar com ela e não acho que me interessaria em beijar outra mina no momento. não é como se eu tivesse sentimentos ou sei lá, é só não achar que tem necessidade memo'. e fizemos um combinado, né, mas tenho certeza que nada mudaria entre nós caso um dos dois queira quebrar.

[...]

agora estávamos em um restaurante na orla da praia, vista linda pra caralho, junto com as pessoas que eu amo enquanto eu curtia uma semana de férias e da vida louca em são paulo, cê' tem vontade de voltar? porquê eu não. só de pensar na rotina chata novamente eu já fico triste.

— mano', tava' pensando aqui – tavin diz – já vamo...

— carai', tavin pensando? – neo interrompe ele, que faz careta — pode esperar que hoje chove.

— ô neo, me respeita aí – tavin retruca — parei pra pensar que daqui a pouco a semana de folga acaba e vamo' ter que voltar pra correria de novo. porra, se eu pudesse moraria nesse lugar.

— eu tava' brisando nisso agora pouco – digo, dando um gole da coca-cola que eu tinha pedido pra tomar — descansar é bom, mas já tá' me dando saudade da minha mãe, namoral.

— né? a minha me liga todo dia perguntando como tá' sendo – kakau diz — lu, amiga, tinha esquecido de perguntar. como tá' indo o curso?

— a luiza faz curso? – ajota pergunta — porra, e eu vagabundando na rua e bebendo quase todo dia...

— seu curso é a rua – luiza diz e rimos — tá' indo tudo bem, amiga. cansativo né, mas é normal, eu tô' feliz fazendo isso.

— cê' faz curso do que?

— técnico de enfermagem – ela responde alva — mas só vou começar a estagiar depois de uns meses, por enquanto só aula teórica.

— seloco', quando cê' tiver estagiando avisa – foi a vez de schuler — que eu faço questão de me machucar e ir no hospital que você tiver'. quero cuidados especiais.

— pode deixar.

ela diz e ri, voltando a prestar atenção no prato que o garçom tinha acabado de deixar na mesa. logo estavam todos comendo.

[...]

depois de satisfeitos, fomos pagar a conta na recepção. vi de longe a luiza paquerar os doces da enorme vitrine que tinha ali, não pensei duas vezes em pegar um brownie e levar pra ela. corri um pouco pra alcançar ela, que já tava' lá na frente.

— ó, peguei pra você.

— pra mim? – diz e ri envergonhada, encarando o doce na minha mão — assim do nada? não precisava.

— porra, capaz que se você não comesse esse brownie, teria febre mais tarde – falo enquanto caminhávamos pela orla da praia. o pessoal estava um pouco mais na frente — igual criança que não pode passar vontade.

— eu tô' tentando cortar doce, sou muito formiguinha – admite, enquanto abria a embalagem do doce cuidadosamente — por isso não comprei. mas já que você trouxe, não vou recusar, né?

— me deixaria até ofendido, lulu – falo e vejo ela rir, negando com a cabeça após escutar o apelido. a mais baixa oferece o doce e eu nego — tô' suave, comi demais.

— primeira vez que te vejo recusar comida – diz e ri, enquanto comia — em, tá' animado pra mais tarde?

— lógico, show do kayblack e veigh juntos. vai ser foda, me amarro em um show.

— gosto muito dos dois também, mas tô' com um pressentimento ruim, sei lá – diz e eu faço uma careta — não faz essa cara, não tô' jogando praga não.

— espero mesmo que não – falo e ela ri — vai ser chave, mano. fica pensando nessas coisas não.

— ô, seus lerdo – tavin grita lá da frente — acelera o passo aí, antes que eu deixe os dois pra trás. o pai que vai no toque hoje!

ri pra caralho e luiza também, pensando no quão louco o leo tava' pra deixar o otávio dirigir o carro dele.

[...]

chegamos na chácara e o pessoal se dividiu, uns subiram pra descansar pra mais tarde e outros ficaram lá embaixo jogando videogame. eu aproveitei que tava' vazio lá atrás e fui deitar na rede que tinha na varanda. mó' bom ficar deitado nesse bagulho'.

apertei um baseado rapidinho' e quando ia acender, vi a luiza aparecer do lado de fora. me dando um sorriso assim que me viu.

— tá' isolado aí por quê?

— cansado de escutar o schuler falando merda – brinco e ela ri alto, apoiando uma perna na outra e botando uma das mãos na cintura — tô' brincando, só queria deitar nessa rede mesmo, muito gostosinho.

— tenho uma dessas no meu quarto, eu adoro também – diz e eu chamo ela, dando batidinhas no lugar espaço do meu lado — a não, esqueci que o pessoal tá aí.

— na verdade não – diz e ri, vindo se deitar do meu lado. tremi na base pensando na cena do leo vendo isso, e ela percebeu — calma, medrosinho. o leo e alguns dos meninos saíram pra ir no shopping. ninguém vai ver não.

— suave então – falo e ela assente, me dando um selinho. entrelacei minha perna na dela, que deitou a cabeça no meu peitoral — aí, nem sabia que cê' fazia curso e pá, tinha até esquecido que nois' tinha vida em são paulo.

— ai, que horror – diz e eu ri — pior que esses dias tão' sendo muito bons mesmo, mas logo acaba. minha vida lá é basicamente curso, academia, free-lance e as vezes escrever umas letras.

— você escreve? – pergunto surpreso, essa é nova pra mim — não fazia ideia. você já lançou alguma música?

— não exatamente – ri — não me sinto confiante e inspirada o suficiente pra isso, mas tenho algumas letras. geralmente eu passo pro leo, ele adapta algumas coisas e coloca nos sons dele.

— você jura?

— juro – ri, encarei seus lábios rapidamente e logo voltei a prestar atenção no que ela dizia — você tá' falando com a responsável pela maior parte de chega de falar de ice, bebê.

— caralho, lu. isso é muito foda – falo entusiasmado e ela ri, envergonhada — aquela letra é uma das mais picas que eu já ouvi na minha vida. mano, você tem que lançar uma com a sua voz algum dia, ia estourar com certeza.

— você acha mesmo?

— lógico, fia'. se quiser comprar meu feat, tamo' aí.

— vai se fuder, ou – fala e eu ri alto. óbvio que eu tava brincando — mas tô' confortável só escrevendo. minha prioridade é estudar mesmo.

— porra, na hora que o schuler falou que se machucaria se propósito só pra ser cuidado por você eu até concordei – falo e vejo ela dar uma risada gostosa — seloco', imagina você de jaleco, que coisa linda.

— para, eu fico envergonhada – diz — mas e sua rotina, como é?

𝐌𝐀𝐃𝐑𝐔𝐆𝐀𝐃𝐀, 𝖺𝗉𝗈𝗅𝗅𝗈 𝗆𝖼.Onde histórias criam vida. Descubra agora