07. namoradinho

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apollo point of view
📍chácara fernandes – 14:30pm

— seu namoradinho tá' te chamando lá embaixo, luiza.

— meu namoradinho? – ela ri sem entender e eu balanço a cabeça afirmando — tô namorando e nem sabia.

— é ué, o trunks – digo convicto, observando ela guardar o carregador dentro da gaveta da penteadeira — não entendi porra nenhuma agora.

— eu não namoro com ele não – diz, confirmando o que eu já sabia. só queria ouvir da boca dela — a gente nem fica mais, na verdade. por que diabos todo mundo pensa que eu tô' com ele?

— por causa do jeito que ele te trata? – mais afirmo do que pergunto e vejo ela balançar os ombros — toda vez que eu vejo ele tá' te abraçando por trás ou fazendo cafuné em você. achei que ficassem.

— é, faz sentido – ri — quer dizer então que você anda me observando, né? porquê pra prestar atenção nisso, tem que no mínimo ser muito atento.

— te observando? eu? – digo sarcástico, vendo ela cruzar os braços achando graça — é, talvez.

— cuidado ein, japonês. vai acabar vendo coisa que não quer.

diz provocativa e sai do quarto, me deixando sozinho. ri baixinho da cena que acabou de acontecer. tinha zero necessidade de eu fazer essa pergunta ou me fazer de idiota, mas eu só queria uma confirmação de que ela não tá' com ele. o motivo? se pá' que nem eu sei, mas tô me amarrando na ideia de flertar com essa garota.

desci as escadas logo após ela, voltei pro canto que eu tava com os moleques e continuamos trocando ideia.

— ô, baixa a bola aí que eu só converso com quem tem título grande – bigão diz zoando, discutindo com os caras sobre um assunto que eu não tinha sacado ainda — pois é, cala a boca então.

— meu estadual tem peso hein, nem queria falar nada – digo, dando de ombros — era prime de 2019 eu acabava com qualquer um.

— fica na sua, japonês – kant diz — cê tem pesadelo com o dudu até hoje, mano.

— mas e meu título rimando no vagão? – schuler diz — ganhei todas, pai.

— lógico que ganhou, cuzão – bmo diz — não tinha ninguém rimando contra você, era só freestyle.

— mano, vamo falar do que realmente importa. a gente tem que ir pra um puteiro – ajota falava — porra ia ser muito foda, imagina o tavin num' lugar desse, ia ficar deslumbrado.

— ô ajota, vai tomar no seu cu – tavin xingou, fazendo a galera rir — os cara acha que eu sou criança, só pode.

— memo' se fosse, cuzão. mó ideia de retardado – neo diz — tanto rolê pica pra ir, e o cara quer entrar em puteiro.

— nessa eu apoio ele – schuler diz e ele e ajota fazem um toque. não sei quem tava mais louco — a gente tem que curtir a vida, mano!

— schuler só entra se tiver' mudo – foi a vez de thiago — se ele começa a falar, os cara proíbe a entrada na hora. não é permitido usuário de k9.

— claro que é, cuzão – magrão começa a falar — eu tenho um primo...

[...]

tomei meu banho, vesti a primeira roupa que encontrei e desci pra sala, onde já tinha uma galera discutindo qual filme a gente ia ver. decidiram pedir pizza já que geral tava na preguiça e eu tenho certeza que nego vai dormir antes mesmo desse bagulho' chegar. e óbvio, não pude deixar de notar o trunks deitado no colo da luiza. é, assim fica difícil não achar que cêis' fica.

o resto do dia foi geral bebendo, conversando, e no fim acabou todo mundo na piscina. acabei até descobrindo uma parada que me fez enxergar tudo com outros olhos agora, me deixando pensativo e curioso pra caralho.

tava escuro quando a galera começou a subir pra tomar banho. por incrível que pareça, ninguém deu pt hoje. papo de quando os caras começaram a ficar ruins, a gente já obrigou eles a beber água e aí geral ficou de boa.

fiz questão de dar um tapão' no trunks, pra ele sentar direito. luiza percebe e ri, a maldade tá' nos olhos de quem vê mesmo. essa garota tem cara de que vai acabar com a minha vida.

𝐌𝐀𝐃𝐑𝐔𝐆𝐀𝐃𝐀, 𝖺𝗉𝗈𝗅𝗅𝗈 𝗆𝖼.Onde histórias criam vida. Descubra agora