13. ela não é meu tipo

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apollo point of view
📍chácara fernandes – 10:12pm

acordo com o barreto derrubando a porra de um copo de vidro do lado da minha cama e fazendo o maior barulhão, sepá' que os caras querem me matar enquanto eu durmo memo'.

aproveitei que já tava' geral acordado se arrumando e fui me arrumar também, numa' preguiça de fuder. ter ficado até' as quatro da manhã atoa com aquela maluca acabou comigo, irmão.

[...]

saímos da chácara e o sol já tava dando moca, um pra cada cabeça mesmo. fomos andando porquê já que a praia ficava pertinho de lá, não compensava ir de carro. ajota fez questão de colocar o funk mais insalubre do mundo pra tocar no caminho, fazendo os turistas e as senhorinha' encarar a gente feião'. acho é graça.

chegamos e fomos procurar um lugar suave pra ficar, logo achamos e começamos a botar' os pertences na mesa.

— sono do carai' hein, japonês - jotape diz — é sem zoeira a décima vez que eu te vejo bocejar, não dormiu a noite, foi?

— ué, como não? – bigão pergunta — se quando todo mundo deitou ele foi junto, dormimos praticamente na mema' hora.

— deitei no memo' horário que geral, mano – falo e vejo luiza desviar o olhar, como se tivesse com receio do que eu falaria. e eu sei bem o motivo — é que não consegui pegar no sono direito, tava acordando a cada uma hora. já tava' ficando puto.

— tendeu, irmão.

— ué mas e aquela foto que cê' postou da luiza fazendo brigadeiro foi que horas? – barreto pergunta. assim você me ferra, barreto — inclusive, nem pra me chamar também né? falso.

— foi quando eu e o apollo descemos pra beber água – thiago diz antes que eu pudesse responder. moleque é genio, eu nunca conseguiria pensar numa' desculpa em tão' pouco tempo — ela já tava' lá, aí ficamo' fazendo companhia e depois subimos de novo.

– e sobrou? porra, todo mundo fala do brigadeiro da luiza mano – alva diz — eu tenho que experimentar.

— sobrou o prato na pia pra lavar irmão, se você quiser...

falo e vejo a galera rir. sentamos em uma mesa bem perto do mar, a luiza de frente pra mim me lançava umas encaradas de vez em quando e eu retribuía três vezes mais. hoje ela tava muito bonita, mano, nem sei o porquê. papo de que eu queria beijar ela de novo.

o pessoal tava entretido conversando sobre alguma coisa que eu nem fiz questão de saber, tinha coisa melhor pra eu me preocupar.

entro no insta e pesquiso o nome de usuário da garota, rapidamente clicando pra mandar mensagem na dm.

direct
apollo.emici x lu.fernandes

cê tá linda demais hoje
tem alguma coisa diferente
so n sei oq

eu to igual a todos os dias
kkkkkkkkkk
mas muito obrigada
vou tirar print disso
e colocar em um quadro

bobona kkkkkkkk
to falando serin
mas ou
vai me beijar de novo quando?

já quer mais?
nao esperava por isso
to impressionada

obvio que eu quero
e ce tb
so pelas encaradas que ta dando
desde que chegamos

calma aí senhor ego
n to encarando ninguem
mas posso pensar c carinho sobre

pensa ai, mano
mas pensa logo
n vou aguentar muito tempo

•••

vejo ela rir pra tela do celular e me encarar, me fazendo rir também. que garota maldita, mano, tá' memo' entrando na minha mente.

— tá' rindo do que, otario? – ajota diz, sentando do meu lado. disfarçadamente abaixei o celular e botei no meu colo — esquece, quero saber não. mas ó, os cara tá' chamando cê' lá no quiosque.

— nem tinha percebido que eles saíram – falo sincero, me levantando da cadeira de plástico e calçando o chinelo — é pra que mesmo?

— pra tu ver o que vai beber, aí já paga tudo junto – diz e eu assinto — nó, e nem te falei, tem uma atendente mó' gostosa lá, cê' vai ver.

— cê' é foda, ajota.

falo rindo e faço um toque rápido com ele, saindo de lá.

caminhei até onde os caras estavam e já fiz logo meu pedido. pedi uma dose de balena rosa só pra começar, e depois um copão' de whisky com gelo de maracujá.

reparei no trunks do meu lado, que já tava' com o copo dele na mão mas logo recebeu outro, com caipirinha de limão. chuto de longe que é pra luiza, como sempre. não lembro de ter visto ela pedindo nada, mas tá' suave, ele gosta memo' de babar ela.

na real nem sei porquê isso me incomodou. não incomodou na verdade, só achei engraçado.

— hoje cê' tá' no mundo da lua hein, cuzão' – bigão diz, e os moleque já me encarou tudo junto. aí é foda, nem fiz nada — o que tá' rolando?

— deve tá' pensando na ex – schuler diz — um tempão' já e ele não esquece, coitado.

— seloco', como que esquece também? – foi a vez de alva — meteu chifre nele até o talo', desse jeito fica insuperável mesmo.

— me pegaram pra cristo hoje, né? – falo depois de pegar meu copo já pronto no balcão, agradecendo a tal' atendente gostosa que o ajota falou e saindo de lá — tô' só quieto, seus viado.

— viu o jeito que a mina olhou pra você? – bmo fala eufórico, quase sussurrando — porra, mó' estouro.

— vi foi nada, cuzão.

— lerdo do caralho' – tavin xingou — você é muito burro, mano. não basta ter o maior enredo com a luiza e não saber usar, ainda ignora a atendente gostosa quase esfregando os peitos na sua cara. se fosse eu, já teria pegado as duas.

— ih' irmão, eu tô' suave – digo tentando segurar o riso. gostoso demais esse bagulho de geral achar que eu sou um lerdão', quem sabe, sabe e eu ainda vou me divertir muito com essa porra — eu nem ficaria com a luiza, mano, nem é meu tipo.

— eu tô' achando que seu tipo é homem mesmo, irmão – bask diz — um negão bem grandão'.

— porra, falar que a luiza não é seu tipo, cê' tá' de sacanagem – schuler diz — ela é sonho de consumo.

— fala baixo, seus pau no cu – thiago avisa, já que estávamos perto da mesa, onde estavam leo, luiza, ajota, ana e kakau conversando — leo não pode nem sonhar com isso.

— não posso sonhar com o que? – leo acaba escutando e pergunta. ih! — ih', qual foi?

— não pode nem sonhar que foi o bmo que arranhou seu carro no dia que a gente saiu pra jantar fora – tavin diz rapidamente. não era uma mentira de fato aconteceu, mas como ele conseguiu pensar nisso tão' rápido? — e ainda colocou a culpa no mendigo que tava' deitado lá perto.

— filho da puta!

leo diz quase que automaticamente e a galera cai na risada. estar com esses mano é saber que vai ser resenha na certa.

geral sentou de novo e é óbvio que a caipirinha de limão que o trunks pegou era pra luiza, e ele ainda fez questão de sentar do lado dela, lançou o braço em volta do pescoço dela e tudo. é, aí é foda.

[...]

𝐌𝐀𝐃𝐑𝐔𝐆𝐀𝐃𝐀, 𝖺𝗉𝗈𝗅𝗅𝗈 𝗆𝖼.Onde histórias criam vida. Descubra agora