𝐌𝐀𝐃𝐑𝐔𝐆𝐀𝐃𝐀, 𝖺𝗉𝗈𝗅𝗅𝗈 𝗆𝖼.

01. pós bda

luiza point of view
chácara fernandes — 10:24pm

― essa hora e ce ainda ta dormindo, menina? ― barreto diz, abrindo a cortina do quarto e me fazendo revirar na cama ― bora levantar, cheio de convidados te esperando, sua mal educada!

― bom dia pra você também, barreto.

— aé, foi mal – ri junto de neo, guri e jotape que assistiam toda a cena — bom dia lindona.

— o que tão fazendo aqui? – pergunto ainda meio sonolenta, me sentando na cama — vocês não iam chegar só depois do almoço?

— disse bem, a gente ia – jotape responde — mas a tia liliane disse que ia fazer almoço pra nois', aí resolvemos vir mais cedo.

— grande ideia da minha mãe, me lembrem de agradecer ela mais tarde.

falei e escutei os garotos rindo, saindo do quarto e me deixando sozinha.

pra contextualizar, depois da bda oito anos meu irmão resolveu chamar a galera pra vir passar a semana na chácara da nossa família. fiquei sabendo disso de última hora e mesmo assim, amei a ideia, sou suspeita pra falar porque cresci no meio disso, mas é sempre muito bom estar com esse pessoal.

sou cinco anos mais nova que meu irmão, leozin, mas era engraçado como os amigos dele me tratavam como uma criancinha na época que ele ainda rimava, mesmo que eu fosse, isso ainda não agradava a luiza de dez anos de idade.

um tempo depois, sem dar as caras na batalha, ele me levou na bda 6 anos e foi aí que eu me aproximei do pessoal de novo. e mano, foi uma experiência totalmente diferente ir assistir o evento já "adulta". ali eu entendi a proporção que a batalha da aldeia tinha tomado, e isso é muito foda!

o leonardo mesmo que longe nunca deixou de ver e acompanhar, assim como eu, na real que eu nem gostava de aparecer junto com ele ou de que soubessem que éramos irmãos. nunca gostei da ideia de ser sombra do meu irmão ou coisa do tipo, mas não tem como, quem era das antigas sabia e me tratava igualzinho a quando eu era uma neném, o mesmo carinho, a mesma vibe, a mesma energia.

[...]

— ala' quem resolveu levantar da cama – alva diz, assim que eu boto o pé na cozinha — fala aí, iza.

— meio que o barreto me obrigou a levantar né – digo e escuto ele rir, dou um bom dia geral e me sento na mesa ao lado do thiago e do bmo — todo mundo já chegou?

— que nada, irmã – kakau diz — ainda falta um montão' de gente.

— até seu crushzinho da adolescência vem – thiago diz e o pessoal ri, prestando atenção — nem queria explanar, galera, mas a luiza só faltava chorar pro leo apresentar o apollo pra ela.

— po, pior que isso é verdade – leonardo diz rindo.

— vai se fuder os dois, vai – falo e o pessoal ri — em minha defesa, eu tinha 15 anos.

— ta suave luizinha, eu já era doido pela lili nessa época e hoje em dia nois namora – magrao diz — quem sonha realiza, acredita.

[...]

tomamos café todos juntos enquanto conversávamos e depois os meninos entraram em uma discussão pra quem ia no mercado fazer a compra das coisas que precisávamos pra passar a semana. no fim, sobrou pro jota, thiago, bmo, leonardo e o alva, que se ofereceu porque queria aproveitar pra gravar conteúdo pro canal dele.

eu e o resto do pessoal íamos ficar em casa pra receber a galera que faltava chegar.

depois de ajudar a arrumar a bagunça do café, subi pro meu quarto pra colocar uma roupinha mais arrumada e um biquíni pra entrar na piscina mais tarde. lembrei que os meninos tinham tocado no assunto da minha paixaozinha do passado e comecei a rir sozinha. hoje em dia eu nem ligo mais, já trombei com o apollo em vários eventos e a gente conversa normalmente, ele nem sonha que eu era doida por ele antigamente, e isso é o que torna a história mais legal.

não que eu não ache ele atraente hoje em dia, longe disso, na verdade. só não era a mesma coisa.