18. camarim

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luiza point of view
📍chácara fernandes – 00:00pm

ficamos um tempinho assistindo o filme, mas logo o pessoal começou a subir pra ir dormir, estavam todos exaustos. trunks ainda veio me perguntar se eu realmente não ia dormir com ele e eu confirmei, deixando o garoto realmente confuso. mas inventei uma desculpa qualquer e ele demonstrou acreditar, subindo e me deixando sozinha com apollo, ana, kakau, bask, jota e tavin.

— eu vou subir também – digo sussurrando, próximo ao ouvido de apollo — quer ir comigo? não vou dormir agora, só quero deitar na minha cama.

— pô', com você me chamando assim nem teria como negar – diz e eu ri baixinho, achando graça — bora lá.

assinto e levanto, tentando não acordar as pessoas que cochilavam ali. subimos em silêncio e logo estávamos no meu quarto.

[...]

ficamos um tempinho conversando enquanto eu organizava umas roupas que estavam soltas pela cama. logo depois deitei e ele fez o mesmo, ficando do meu lado.

— queria conseguir dormir, mas madrugada é foda pra mim.

— cê' tem insônia, é?

— aham, a muito tempo já – explico, me ajeitando no edredom branco em cima de mim — meu sono é todo desregulado, eu só consigo dormir quando vejo a claridade bater na janela.

— ih', garota – diz de um jeito engraçado, me fazendo rir — tive uma época da minha vida assim também, podepá' que vou te ajudar. posso fazer um chá pra você?

— você? fazer um chá? – pergunto impressionada — você pelo menos sabe ligar o fogão?

— ó que tiração comigo – diz fingindo estar ofendido — eu sempre vi minha mãe fazer pra mim, óbvio que eu sei também. e não é nada muito difícil, sua otaria, eu tenho capacidade!

— óbvio que tem – ri — eu não curto tanto chá, mas já que você se ofereceu eu aceito então.

— bora lá.

ele diz animado e se levanta da cama. ponho minhas pantufas cor de rosa no pé e acompanho ele, descendo as escadas em completo silêncio. a essa hora só estavam na sala os casais ana e bask e kakau e jotape, mas que dormiam feito anjinhos.

apollo entrou na cozinha e ligou as luzes menos chamativas. rapidamente começou a fazer o chá pra mim. nem prestei muita atenção, só fiquei sentada no balcão mexendo no celular e esperando o tal' chá ficar pronto.

eu tava achando uma gracinha' esse tratamento do apollo comigo, de se preocupar e querer estar perto toda hora. acho que nunca tive essa coisa com outro ficante. tudo bem que é como se morassemos juntos, mas mesmo assim, eu tava curtindo viver isso com ele.

o mais velho se pôs entre as minhas pernas em cima do balcão e depositou selinhos demorados em mim, dando uma risadinha e se afastando novamente pra desligar o fogo.

— tá' pronto – diz assim que despeja o líquido quente na xícara, me entregando — prova aí, chata. se não gostar eu tomo, é mó' bom.

— hum, vamo' ver – beberiquei a bebida tomando cuidado pra não me queimar e realmente, ficou bom mesmo — caraca!

— bom, né? – ri e eu assinto com a cabeça, impressionada, dando mais um gole — seloco', o pai manja muito na cozinha. e ainda vai conseguir dormir igual um neném, cê' vai ver.

— então tá' bom.

apagamos tudo e subimos novamente pro meu quarto, que a esse ponto estava mais gelado ainda por conta do ar condicionado. entrei, me certifiquei que a porta estava trancada e deitei. apollo que estava no banheiro saiu e fez questão de pular em cima de mim, quase me esmagando. tentei rir baixo mas foi em vão, depositei tapas fracos nas costas do garoto, que rolou o corpo ficando do meu lado.

— seloco', mó cama boa a sua.

— é mesmo, melhor que a da minha casa ainda – falo vendo ele se arrumar embaixo do lençol, entrelaçando nossas pernas — cê' tá' quentinho.

— você é quente sempre – diz com certa malícia e eu ri, abraçando ele mais forte — terminou de tomar o chá?

— terminei, já tô' sentindo meu corpo relaxar – exagerei, vendo ele rir — tô' brincando, ainda não fez o tal' efeito que você disse que ia fazer.

— relaxa, leva um tempinho – diz me dando selinhos — ou, cê' se importa de eu acender um fino?

— não, pode ficar a vontade. tem um cinzeiro na primeira gaveta da penteadeira.

ele assente e levanta da cama, me deixando sozinha. caminhou até a penteadeira e tirou o cinzeiro da gaveta, voltando pra cama. tirou o isqueiro do bolso e acendeu o baseado bolado entre seus dedos.

— não sabia que cê' fumava.

— é só as vezes – diz depois de dar o primeiro trago, me encarando — em ocasiões especiais.

— a é? – ri, me sentando também — e o que tem de especial hoje?

— estar com você, ué – deu de ombros. porra, tô' começando a gostar desse cara mais do que eu esperava gostar — você quer?

— eu passo – ri fraco — somos o oposto, eu só fumo quando tô' triste. me ajuda a parar de pensar um pouco.

— tendeu'.

ele diz por fim e volta a prestar atenção no seu beck. liguei a alexia e cliquei na primeira música da minha playlist, camarim, do kayblack. encarei o teto do quarto iluminada pela led azul, relaxando meu corpo e cantarolando a música de fundo.

— louca ela invadiu meu camarim, doida veio em cima de mim...

— disse que ela sente tesão quando me vê no palco – cantamos juntos, me fazendo rir fraco — mandando rima no improvisado...

— cê' ficava assim me vendo rimar né – apollo diz, me fazendo rir. o quarto já exalava maconha nesse momento — pode admitir, as novinha gama no pai mandando flipada'.

— beleza, senhor ego – respondo — se acalma aí que eu nem fazia questão de te ver rimando.

— mente pra outro, luiza – diz convencido — agora que eu sei que cê' era doida por mim, vou falar sobre toda hora. tô' com moral demais, a mina mais gata que eu já conheci me dando moral.

— é verídico isso?

— óbvio.

— porra, bom saber disso, vou parar de fazer caridade.

falo e ele ri, negando com a cabeça e empurrando minha testa levemente, me fazendo rir também.

[...]

𝐌𝐀𝐃𝐑𝐔𝐆𝐀𝐃𝐀, 𝖺𝗉𝗈𝗅𝗅𝗈 𝗆𝖼.Onde histórias criam vida. Descubra agora