𝐌𝐀𝐃𝐑𝐔𝐆𝐀𝐃𝐀, 𝖺𝗉𝗈𝗅𝗅𝗈 𝗆𝖼.

37. o principal é muito

mais um hj só pq tô boazinha e esse tá curto
ces nem imaginam oq vem por aí

apollo point of view
📍chácara fernandes – 17:27

— ai, amor! ainda bem que eu te encontrei.

a luiza diz, fazendo com que a alice e eu a encarasse automaticamente. a pergunta era, o que ela 'tava fazendo? e a quanto tempo ela 'tava ali?

— 'cê sumiu, 'tava te procurando pra me ajudar com um negócio – ela diz se aproximando, colocando o braço em volta do meu pescoço e a outra mão guiando meu queixo pra me dar um selinho. que porra é essa? — 'tá tudo bem aqui? precisa de alguma coisa, alice?

— não preciso mais, valeu – diz sem jeito e da um riso forçado — não sabia que os dois estavam juntos...

— e se soubesse acho que também não importaria pra você, né? – luiza diz com certo deboche. nossa, 'isso tá ficando interessante — mas beleza... 'vamo lá comigo, vida?

— bora.

falo ainda em êxtase pelo que 'tava acontecendo. eu queria rir pela atitude claramente impulsiva da luiza, mas também queria gritar de felicidade pelo selinho que eu tinha acabado de receber, e queria chorar de alegria por ela ter me salvado da maluca da japa. puta que pariu!

ela segurou na minha mão e me levou pra dentro de casa, se certificando que estaríamos sozinhos, pra aí sim começar a rir. que garota maluca!

— o que foi isso que acabou de acontecer?

— ai, não me pergunte – ela diz, achando graça e apoiando o corpo nas costas do sofá — foi por impulso, quando eu vi já tinha feito... eu tô' meio balançada já também.

— isso eu sei, você jamais faria isso sóbria – falo e ela ri fraco, negando com a cabeça — quer dizer então, que 'cê 'tava me procurando, amor?

— não começa, rogério! foi só pra te salvar – deu de ombros — nada muda entre a gente e pensando bem, eu até deveria ter deixado ela lá enchendo seu saco.

— vira essa boca pra lá! eu não aguentava mais – falei sincero, negando com a cabeça — mas e se ela contar pro leozin?

— ela não vai – diz com propriedade, agora como ela tinha tanta certeza eu não sei — ela não vai ter coragem nem de contar isso 'pras amigas dela, imagina comentar alguma coisa com o leonardo... conheço essa aí, só é cobra quando ninguém tá' vendo. da pior espécie ainda.

— sabe o que eu acho? – pergunto me aproximando e ela me fita com cara de deboche — acho que cê' não fez isso pra me salvar... fez por ciúmes mesmo.

— nossa, queria conseguir voltar no tempo agora – faz cara de tédio e eu ri — não é ciúmes coisa nenhuma! mas eu também não sei o que é. só não gostei de ter visto isso.

— você me fala tudo isso mas não faz o principal – falo e vejo ela me encarar com curiosidade — me dar mais uma chance.

— o principal é muito – diz com naturalidade — não te quero comigo, mas também não quero com outras.

— e você diz isso 'numa naturalidade, né? nem parece que isso é tóxico pra 'carai – falo e ela ri, dando de ombros. claramente balançada pelo álcool mesmo — então repete olhando no meu olho, fala na minha cara que 'cê não me quer mais.

digo me aproximando mais, colando nossos corpos aos poucos. pude reparar no seu peito subindo e descendo conforme eu chegava mais perto, indicando certo nervosismo da garota. aproximei meu rosto do dela o suficiente pra sentir sua respiração e nossos lábios encostarem levemente.

— eu tenho certeza que eu vou me arrepender disso mais tarde...

é a última coisa que ela diz antes de me beijar. a garota que 'tava encostada no sofá, agora estava em cima dele, com as pernas entrelaçadas no meu quadril. o beijo se intensificava cada vez mais, como se indicasse saudade de ambos lados. como era possível sentir tanta saudade em tampouco' tempo? eu também me perguntava isso. mas sinceramente? que se foda, eu 'tava feliz pra caralho de ter beijado essa garota de novo.

[...]