luiza point of view
📍chácara fernandesnão lembro de ter respondido mais nada, apenas senti meu olho pesar e eu apagar. achei que acordaria de boa em relação as dores, mas parecia pior, agora com um incômodo pra respirar e dor no peito. não precisei me mexer muito pra ver o apollo deitado na cama, mas concentrado no celular e um pouco afastado de mim. ele parecia jogar um jogo, porquê xingava sussurrando e fazia expressões de lamentação, como se tivesse disputando a partida mais importante da vida dele. acabei rindo sem querer e ele percebeu, me encarando e dando um sorriso amarelado.
— ja acordou, princesa?
— infelizmente, 'tava dormindo gostoso – digo e dou um sorriso sem mostrar os dentes, ainda bem sonolenta — meu corpo 'tá meio dolorido e minha cabeça dói, parece que fui atropelada.
— deve ser ressaca, eu... – ele diz se aproximando, mas para de falar assim que encostamos nossos corpos, fazendo uma cara estranhamente engraçada — 'carai, luiza!
— ué, que foi? – ri — 'tô feia assim?
— mano, 'cê 'tá pelando de febre! – diz com certa preocupação, me fazendo rir levemente do seu drama desnecessário — não 'tá sentindo mais nada além de dor?
— acho que não, sei lá. acordei agora, não consigo raciocinar direito – ri, mas ele continua sério, me fazendo rir mais — tira essa cara de preocupado, eu 'tô bem! só tomar um remédinho que isso passa.
— 'pera ae, vou lá pegar pra você então – levanta da cama rapidamente, caçando os chinelos pelo chão e se preparando pra sair do quarto — onde tem?
— não precisa, lindo! eu já desço e pego.
— fala logo, luiza! – diz impaciente e eu faço careta — tem que tomar agora, pode piorar daqui pra mais tarde.
— caixa de primeiros socorros em cima do armário da cozinha.
ele assente e sai do quarto, me deixando sozinha. eu achava exagero, mas não ia contestar muito, já que isso não costuma acontecer. minha mãe vive dizendo que eu sou "dura na queda" porquê não fico doente nunca e quando fico, não dura nada e logo eu 'tô bem de novo. e eu adorava isso, não tinha um método especial, mas era um alívio 'pra uma pessoa como eu, que odiava dar trabalho para os outros. não demorou muito e ele entra no quarto novamente, com um copo de água em mãos e a cartela de comprimidos na outra.
— toma!
— que engraçado você preocupado comigo. apesar de achar uma preocupação desnecessária – falo depois de engolir o medicamento com a ajuda da água — é bem fofo!
— não acho desnecessário não – deu de ombros — você devia deixar os outros cuidarem de você um pouco.
— não gosto – fiz careta — e isso deve ser uma gripe só, nada demais.
— nossa, eu já te disse o quanto você é chata hoje? – diz se sentando ao meu lado na cama e eu ri, me cobrindo mais. eu 'tava realmente com muito frio — seu queixo 'tá tremendo de frio, mano.
— eu sei, mas é por causa da febre – justifico — será que o pessoal chega muito tarde?
— nem sei, mas tomara – o garoto se deita ao meu lado, fazendo carinho no meu rosto com o dedo polegar — quero passar muito tempo com você.
— recuperar o tempo perdido né – ri levemente e sinto ele me abraçar forte, me fazendo respirar fundo de dor — devagar, coisa linda. não vou sair correndo não.
— você 'tá com uma carinha ruim, 'tô ficando preocupado real – ele coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha — isso costuma acontecer?
— o que? eu ficar doente? – ele assente — bem raro, só quando tenho crise de asma.
— não sabia que 'cê tinha asma – diz e eu ri — você tem que começar a fazer uma lista sobre coisas que eu preciso saber sobre você, não curto muito surpresas.
— que engraçado – ri — a coisa que eu mais gosto de fazer é surpreender os outros.
— posso te perguntar uma fita nada a ver com o assunto? – pergunta em um tom sério, me despertando uma curiosidade enorme — só por saber 'memo.
— claro que pode.
— 'cê perdoaria o trunks depois de tudo? – essa pergunta me surpreendeu, porque eu entendi exatamente o que ele queria saber e os motivos. apollo agora tinha insegurança com o trunks e isso era nítido, mas nunca imaginei que ele perguntaria isso assim, do nada — não é querendo te induzir a nada, não quero que 'cê pense isso, eu só queria saber.
— sendo bem honesta, eu não tenho certeza – falo e vejo o semblante dele mudar automaticamente, como se não esperasse isso de resposta — ele fez muita merda? fez, mas eu conheço ele a tanto tempo, sabe? muitos anos, a gente já brigou outras vezes e sempre acabamos nos resolvendo. trunks era meu amigo, amigo no qual eu podia contar pra tudo. eu acho que não consigo ter raiva dele.
— mesmo depois de tudo que ele fez pra você? – sua pergunta soou como uma facada no meu peito — você já esqueceu?
— eu acho que nunca vou esquecer – ri sem humor — mas como eu te disse, não consigo ter ódio. e mesmo que eu minta dizendo que sim, eu sei que no fundo, eu na verdade não tenho rancor nenhum e torço sempre pro bem dele, apesar de tudo.
— como você consegue ser 'tão boa assim 'pras pessoas? – ele diz e eu ri, era acostumada a escutar essa frase — sério, mano, eu queria conseguir perdoar assim, mas não dá pra mim.
— eu nasci desse jeito e vou morrer igual – ri fraco e ele também — mas posso te dizer uma coisa?
— pode, ué.
— mesmo que eu perdoe ele, mesmo que ele implore pelo meu perdão ou que faça qualquer outra coisa pra me ter de novo – ele assente prestando atenção — ele nunca mais vai ter minha confiança como antes. e com isso, eu quero dizer que ele jamais vai frequentar minha casa novamente, que jamais vai estar comigo em dias especiais pra mim, que sequer vai ter liberdade pra estar entre meus amigos de novo ou participar de coisas importantes sobre mim. e o principal, é que ele nunca mais vai fazer nada que atrapalhe a gente.
— então eu não preciso me preocupar com ele, né?
— não precisa a muito tempo já – ri fraco e ele também. fiz carinho no rosto do garoto, que me deu uma sequência de selinhos longos e me encarou de uma forma na qual eu nunca tinha visto antes — não se preocupa com ele e nem com ninguém, 'tá bom? é que agora eu sou sua mina.
— você é muito minha agora, mano.
[...]
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𝐌𝐀𝐃𝐑𝐔𝐆𝐀𝐃𝐀, 𝖺𝗉𝗈𝗅𝗅𝗈 𝗆𝖼.
أدب الهواة"𝖼𝖾̂' 𝗆𝖾 𝖿𝖺𝗓 𝖽𝖾𝗅𝗂𝗋𝖺𝗋 𝗇𝗈 𝗋𝖺𝗉 𝖽𝖾 𝗂𝗆𝗉𝗋𝗈𝗏𝗂𝗌𝗈 𝖾 𝗆𝖾 𝖿𝖺𝗓 𝗍𝖾 𝖻𝖾𝗂𝗃𝖺𝗋 𝖼𝗈𝗆 𝖾𝗌𝗌𝖾 𝗌𝖾𝗎 𝗌𝗈𝗋𝗋𝗂𝗌𝗈. 𝖽𝖾𝗌𝖼𝗋𝖾𝗏𝖾𝗋𝗂𝖺 𝗏𝗈𝖼𝖾̂ 𝖾𝗆 𝗅𝗂𝗇𝗁𝖺𝗌, 𝖺𝗌 𝗏𝖾𝗓𝖾𝗌 𝗉𝖾𝗇𝗌𝗈 𝗊𝗎𝖾 𝗂𝗌𝗌𝗈 𝖾́ 𝗌𝗈́...