41. preocupação necessária

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apollo point of view
📍chácara fernandes

conversei mais um pouco com a luiza, até o remédio aparentemente começar a fazer efeito e ela cair no sono novamente. antes de dormir, eu perguntei se ela queria comer alguma coisa, mas ela negou todas as vezes e isso 'tava começando a me preocupar. suave que eu que sou o desesperado por comida, mas ver ela desse jeito e não fazer nem questão de tentar levantar da cama, era de fato um tanto quanto estranho.

levantei da cama com cuidado pra não acordar ela e saí do quarto, descendo as escadas e indo em direção a cozinha, onde estavam jotapê e kauane.

— fala comigo, novo apaixonado – jota brincou e eu ri — cadê a luiza?

— dormindo igual um bebê – digo e caminho até a mesa, onde tinham algumas caixas de pizza. abro uma delas e coloco em um prato, afim de esquentar no micro-ondas — 'tô achando que ela vai ficar doente, mano.

— como assim?

— 'tá toda mole, sei lá – falo e kakau me encara — 'tava pelando de febre, reclamou de dor no corpo e de cabeça também.

— ela já tomou remédio? – kakau pergunta enquanto comia — eu tenho vários na mala se precisar.

— tomou sim, eu tive que obrigar ela, mas tomou – o micro-ondas apita e eu tiro meu prato, colocando em cima do balcão — 'vamo ver como vai ser daqui pra mais tarde.

— deve ser gripe, agora de noite deu uma esfriada mesmo – jota diz e eu assinto, mordendo minha fatia de pizza — senta aí com 'nóis, quero saber da fita de hoje mais cedo com a alice e a luiza, que eu não entendi foi nada.

— 'pô mano, é uma longa história.

sentei na mesa junto com o casal, amassando a minha pizza, que ou 'tava muito boa, ou só era eu com fome mesmo. comecei a contar para os dois tudo que tinha acontecido, sem pular uma vírgula da história.

— é nada que a luiza deu uma dessas – jota rachava o bico — que cena de novela mexicana mano.

— né? me senti pique o ator principal, que as mina fica disputando – falei e foi aí que ele riu mais — 'cêis tinha que ver, luiza 'mó atriz.

— eu já sabia que ela ia fazer algo desse tipo, conheço a minha amiga – kakau diz — e eu e a ana morrendo de curiosidade pra saber o que 'tava rolando, porquê ela saiu e demorou super pra aparecer.

— é que 'nóis 'tava ocupado – ri — e mano, sei nem como ninguém viu, pro leo aparecer naquela sala do nada e dar um show era 'facinho.

— 'cêis da muito mole com essa parada – jota diz e eu assinto, não era mentira dele e nós sabíamos disso — mas suave, já 'tá na cara pra geral mesmo.

— mais suave ainda então, assim ninguém dá em cima dela – ri me levantando da mesa, colocando o prato já vazio na pia — o leo não descobrindo, pra mim é o que importa.

— muita maconha no cérebro daquele ali, pra ele sacar uma parada assim, só sendo muito óbvio mesmo – jota brincou e eu ri — que horas são em, mano? 'mó sono.

— também 'tô morto – falei, encarando o relógio no meu pulso — vai dar três horas. vou ver se durmo, amanhã 'nóis deve ir embora de tarde né?

— provavelmente isso mesmo – kakau diz, dessa vez se levantando e guardando as pizzas na geladeira — nem queria ir, acho que quero morar nesse lugar pra sempre.

— nem fala, é meu sonho – jota se lamentou — bem que o ajota diz que vida de vagabundo é bom 'memo.

— nem fala desse mano perto de mim, faz o favor – brinquei e jota riu — mano, vou subir lá, dar um cheiro na minha dona encrenca e capotar. boa noite 'pro 'cêis.

— e falando em dona encrenca, tomei 'mó 'tapão da minha hoje, por nada ainda – jota diz e eu ri, mas kakau só fez careta — boa noite irmão, dorme bem.

— eu achei justo, só fala asneira – kakau da de ombros — boa noite apollinho, até amanhã.

— até.

dei um tchau geral e fui em direção às escadas, subindo as mesmas e caminhando até o quarto da luiza. assim que entrei, ela ainda estava do mesmo jeitinho de quando saí. a luz baixa das leds do quarto me permitiam ver exatamente o rostinho dela, que parecia bem avermelhado inclusive. deitei ao seu lado e me cobri com os lençóis, chegando mais perto dela e passando minha mão na sua testa, pra checar a febre. ela 'tava piorando.

— lu, fala comigo – chamei enquanto beijava seu rosto, ela se mexeu um pouco mas logo pareceu acordar — como você 'tá, em?

— igual a antes.

— mano, 'cê não quer ir pro hospital não? – pergunto e ela nega, ainda sonolenta — sério, 'cê tomou remédio e 'tá piorando, não faz sentido.

— acho que não fez efeito ainda – diz  com os olhos fechados, tateando meu rosto e fazendo carinho — acordei e não te vi, 'tava fazendo o que?

— comendo, 'cê não quis ir comigo, fui sozinho – dei de ombros e ela riu fraco — daqui a uma hora mais ou menos, a gente toma outro remédio, pode ser?

— pode.

— nossa, achei que você ia negar – ri fraco — que esquisito.

— nem 'tô em condições disso, o negócio 'tá feio – fez careta e eu dei um selinho nela — 'cê não 'tá com sono? é mega tarde já.

— 'cansadão, mano – confessei — mas seu irmão e a galera devem chegar já já, melhor eu ir pro outro quarto. se eles chegarem e eu tiver aqui, já sabe né.

— relaxa, fica comigo mais um pouco – fez bico — ele não deve chegar por agora.

— melhor não, lu.

— eu não aceito um não. 'tô dodói, poxa! – ri e eu também, fazendo careta — 'tô implorando pra você ficar numa cama de casal sozinho comigo e você 'tá negando? não é esse o apollo que eu conheço...

— 'carai, mano. 'cê 'tá entrando na minha mente – digo e ela ri alto — eu fico então. mas só até você pegar no sono, valeu?

— justo!

[...]

amigas, apareci
eu simplesmente to sem tempo ate pra respirar agr que minhas aulas voltaram
e eu faço estagio ent fico fudida p escrever
desculpem
amo vcs

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⏰ Última atualização: Oct 12 ⏰

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𝐌𝐀𝐃𝐑𝐔𝐆𝐀𝐃𝐀, 𝖺𝗉𝗈𝗅𝗅𝗈 𝗆𝖼.Onde histórias criam vida. Descubra agora