32. satisfação alice

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apollo point of view
📍chácara fernandes – 13:23h

essa conversa não terminou do jeito que eu esperava. agora eu me sinto um otario por achar que realmente as coisas voltariam a ser como era antes. mas o que me deixava pilhado mesmo era o fato de saber que ela queria, mas muita coisa impedia a gente seguir como antes. mas é isso, tá' suave, somos amigos e seguimos em paz. minha parte tá' feita e as coisas estão esclarecidas, não tenho que ficar martelando a minha mente querendo pedir o perdão de ninguém agora.

não era como se eu tivesse desistido, mas insistir depois de ela deixar bem claro que não conseguiria, não ia rolar.

a semana já tava' acabando, ia ser isso e depois vida normal.

kakau assim que me viu aparecer na área de lazer, me encarou como se pedisse por respostas, eu até ia lá, mas a luiza foi mais rápida e caminhou até a amiga, que deu um abraço nela como se quisesse confortar. é mole, eu que tomo fora e ela que fica triste, vai entender.

— como foi lá? – jota pergunta baixo, chegando do meu lado — a kakau me contou.

— ih irmão, red total – falo e dou um riso fraco, voltando a beber do meu copo — ela me escutou, a gente se resolveu, só não vamo' ficar mais, pelo que eu entendi.

— mentira, cuzão'.

— tô' te falando, levei um fora serinho – digo e ele me abraça de lado, dando um tapinha no meu ombro — mas é isso, pelo menos minha consciência tá' tranquila.

— é o que importa.

ele fala por fim e eu assinto, quando ele ia voltar a falar, somos interrompidos por ajota, que chamava a gente do outro lado da piscina. caminhamos até lá e os caras tavam' numa' empolgação surreal, achei que tinham ganhado na loteria.

— aí, mano, só pra avisar mesmo pros' solteiros – bmo começou — que eu mandei chamar umas minas pra colar e a gente encerrar a semana com chave de ouro. leo já foi buscar elas.

— ih e todo mundo concordou com isso? – jota pergunta — me avisa quando elas chegarem, pra eu já ir pra bota da minha muié'.

— falei com as meninas e elas disseram que tudo bem – bmo volta a dizer — só a luiza que ficou desconfiada, disse pra não deixar nenhuma entrar no quarto dela, se não ela manda embora na paulada.

— quem vê até pensa – kant diz e a gente ri, isso era blefe total.

— aí, alguém quer ir na farmácia comigo? – ajota pergunta — tenho que comprar uns negócios...

— não precisa comprar nada não, mano – schuler fala — todo mundo sabe que cê' não vai comer ninguém.

— ué ajota, cê' não tava' pegando a luiza? – bigão pergunta e eu agradeço mentalmente, tava' doido pra sanar minha curiosidade, só não queria perguntar — o cara quer todo mundo, mano.

— disse bem, eu tava'. ela só me deu um beijo, disse que não quer mais nada – fala e abaixa a cabeça, fingindo tristeza — ontem foi meu único dia de sorte, agora as coisas já voltaram ao normal, tomei um toco.

— vê pelo lado bom, irmão, pode pegar as que vão chegar sem peso na consciência – digo e vejo jota, bigão e bask darem risada e tentarem disfarçar — males que vem para o bem, né?

— é isso, mano.

ele responde e eu forço um sorriso. bigão tentava disfarçar a risada mas quase não conseguia, me fazendo rir também. se eu não posso ter, vou ficar feliz que ele também não, ué.

[...]

eu tava' na beira da churrasqueira, os manos tavam' revezando e chegou minha hora. eu queria? tanto faz, não tava fazendo nada mesmo. ainda conseguia comer primeiro que todo mundo. duvido que vai sobrar pão de alho e queijo coalho pra esse povo, eles que não prestem atenção pra ver se eu não como tudo.

pouco tempo depois, leo e thiago chegam com as mina lá, umas 5 ou 6, por aí. sei nem como coube no carro esse tanto de gente, mas tá' suave.

as garotas foram entrando, cumprimentaram o pessoal e se espalharam pela área da piscina. uma delas, japa do cabelo longo e preto fez questão de passar a mão pelas minhas costas nuas enquanto me cumprimentava. eu tava sem camisa por conta da fumaça, tinha tirado e colocado no ombro. após ela se afastar, pude ver o sorrisinho provocativo que a mesma carregava em seu rosto. ih, tá' querendo flertar comigo ou eu tô' maluco?

— você que é o apollo?

— o próprio.

— hum, que interessante – diz e ri, mordendo o lábio inferior — então pelo visto, o que dizem sobre você é verdade.

— andam falando de mim por aí, é? – pergunto rindo também. tava' achando a maior graça — posso saber o que?

— poxa, isso eu vou ficar devendo – respondeu, apoiando o corpo sob o balcão a minha frente — mas quem sabe mais tarde eu te conte... aliás, meu nome é alice. alice nakamura, é um prazer!

— satisfação, alice.

falo e ela dá mais um sorriso, passando por mim e fazendo questão de esfregar seu corpo no meu. encarei ela de cima abaixo, não acreditando no que eu tinha acabado de ver. que garota abusada, cara.

e não foi só eu que achei, porque quando levantei a cabeça, vi de longe a luiza assistindo toda a cena, com cara de poucos amigos. era ciúmes ou eu tô' com o ego inflado demais? e o pior é que agora nem tem como saber. é luiza, acho que agora cê' sabe como eu me sinto vendo meus parceiro te chamar de gostosa na minha frente. imoral isso.

[...]

𝐌𝐀𝐃𝐑𝐔𝐆𝐀𝐃𝐀, 𝖺𝗉𝗈𝗅𝗅𝗈 𝗆𝖼.Onde histórias criam vida. Descubra agora