Entre dores e amores- Rebeca Andrade e Simone Biles

15- unexplained pain

4 dias depois

A notícia se espalhou como um incêndio incontrolável em meio à floresta seca. As redes sociais, que antes fervilhavam com vídeos de saltos impressionantes e medalhas reluzentes, agora estavam inundadas com uma tragédia que ninguém poderia imaginar. "Rebeca Andrade e Simone Biles desistiram das Olimpíadas". A manchete era um soco no estômago de todos os amantes do esporte. Mas o motivo por trás dessa decisão chocante era ainda mais devastador: "Owens sequestrou Liam".

As imagens das atletas, normalmente cercadas de alegria e vibrações positivas, foram substituídas por fotos de rostos pálidos e olhos inchados de choro. Rebeca e Simone, ambas ícones do esporte, estavam agora no centro de uma tempestade emocional que as arrastava para longe dos holofotes olímpicos.

Dentro da arena, o clima era pesado. Os jornalistas se aglomeravam em torno da entrada, esperando por qualquer palavra das atletas. Mas não havia nada além de murmúrios e olhares apreensivos. As câmeras capturavam a angústia no ar; os fãs se perguntavam como isso poderia ter acontecido. A segurança era reforçada, mas mesmo assim a sensação de vulnerabilidade pairava como uma nuvem negra sobre a competição.

Rebeca estava no hotel dividindo quarto com Simone, pois ambas haviam saído da vila, o quarto tinha fotos de Liam em todas as paredes. Cada sorriso do menino era um lembrete do que estava em jogo.

-Como ele conseguiu escapar dos paparazzi?- Rebeca perguntou, com sua voz trêmula.

-Ele sempre foi astuto demais...- respondeu Simone, com uma tristeza profunda que ecoava em cada palavra.

As duas atletas decidiram se unir na busca desesperada pelo menino. A ideia de continuar competindo enquanto Liam estava desaparecido era insuportável.

Rebeca optou por deixar Elis ainda com dona Rosa, pois ela e Simone passavam todas as noites em claro e chorando desde então, não queria a filha naquele ambiente, mesmo que ela não estivesse muito diferente. Elis não queria comer, não queria brincar ou assistir TV, até a mamadeira de Nescau a mesma negava pois era uma coisa que gostava de fazer junto com Liam, a frebre emocional se tornou real. Fora que estava se recusando a voltar pro Brasil porque acreditava que a qualquer momento seu amigo entraria correndo pela porta do quarto de hotel.

Enquanto isso, na internet, as hashtags cresciam a cada minuto: #VoltaLiam #OlimpíadasSemLiam #Desaparecido. Os fãs começaram a criar campanhas para espalhar a palavra sobre o sequestro; cartazes com a foto do menino eram impressos e distribuídos por toda parte. A imagem inocente de Liam contrastava brutalmente com a situação terrível em que se encontrava.

As horas se transformaram em dias sem notícias concretas, e o desespero começou a consumir todos ao redor.

Todos ali estavam unidos por um único desejo: trazer o menino para casa.

Mas à medida que os dias passavam sem sinal de vida ou mensagens vindas seja do menino ou de Owens, a ansiedade aumentava. A mídia começou a especular sobre o que poderia ter acontecido com Liam - teorias sobre esconderijos secretos e possíveis lugares onde Owens poderia estar fugindo surgiam a cada instante.

POV: Simone
Depois de tudo que eu passei, percebi que esse não era nem de longe o pior sentimento que já havia experimentado. Cada segundo longe do meu filho era como mil facas perfurando meu coração, uma dor aguda e incessante que me deixava sem ar. Eu me sentia paralisada, mas sabia que não podia desistir. Não tinha o direito de descansar enquanto Liam estivesse em perigo. Ele precisava de mim, e eu precisava ser forte.

Todos os dias, minha rotina se tornava um ciclo interminável de desespero e determinação. Eu ia à delegacia, onde as paredes frias e brancas pareciam absorver toda a minha angústia. Conversava com os policiais, revisando cada detalhe do caso, como se algo novo pudesse surgir a qualquer momento. Ao final de cada conversa, saía com a esperança renovada, mesmo sabendo que cada minuto sem notícias era como um buraco negro sugando toda a luz da minha vida.

Após as diligências na delegacia, eu me dirigia à arena. As câmeras de segurança eram meu último recurso; eu analisava cada frame com a esperança de encontrar uma pista que pudesse levar até Liam. Eu assistia àquelas gravações repetidamente. O tempo passava, mas a angústia só aumentava.

E em meio a essa tempestade Rebeca não me deixou sozinha nem por um segundo. Sua presença era um alicerce em momentos em que a desesperança ameaçava me engolir. Juntas, éramos mais fortes; juntas, buscávamos forças onde parecia não haver nenhuma.

Ver Elis também dilacerava meu coração de uma forma que eu não consigo explicar. A pequena menina estava tão marcada por esse sofrimento que parecia carregar o peso do mundo nos ombros frágeis. Era como se ela estivesse sentindo mais dor do que todos nós juntos; seu olhar vazio e triste refletia a ausência do irmão e o desespero da situação. Eu daria tudo para ver os dois juntos novamente - para ver a luz voltar aos olhos dela e o sorriso no rosto dele.

A luta não era apenas minha; era uma batalha coletiva pela esperança e pela nossa família. Cada lágrima derramada por Elis era um lembrete constante do que estava em jogo - não apenas a segurança de Liam, mas também o amor incondicional entre eles. E embora o caminho estivesse repleto de obstáculos e incertezas, eu sabia que não poderia parar até trazer meu filho de volta para casa.

Com cada dia que passava, a determinação dentro de mim crescia como uma chama indomável. Eu não sabia como ou quando isso acabaria, mas uma coisa era certa: eu lutaria até o fim por Liam e pela felicidade da nossa família - porque no fundo, essa luta era também um ato de amor inabalável.

Eu odeio o Jonathan com todas as minhas forças.

-Biles...-Rebeca se aproximava de mim
-Eu sei que tá doendo, tá doendo muito em todas nós mas você está cansada, da pra ver no seu olhar.-falava preocupada

-mas eu não posso Rebeca, eu não posso

-se alguma coisa tiver que acontecer vai acontecer com a gente dormindo ou acordada. Eu tô aqui com você meu bem, vamos descansar um pouco?- Andrade falou me abraçando por trás

-Eu não queria, mas eu tô com pena de você e sei que se eu não for você não vai conseguir dormir e você tá quase desmaiando de cansaço.- respondi me virando de frente para ela e deixando um selinho em seu lábio