Os policiais levaram Jonathan, e Rebeca, com o coração pesado, voltou para as crianças. Ela se aproximou de Liam, que estava parado, com os olhos cheios de lágrimas e uma expressão de medo no rosto. Quando tentou encostar nele, ele recuou rapidamente, como se estivesse fugindo de algo.
- Filho, que isso? - disse Simone, tentando sorrir para acalmá-lo. - Dá um abraço na tia Rebeca! Ela estava morrendo de saudades de você.
- Não... eu não quero! - Liam respondeu, a voz embargada pelo choro.
Rebeca percebendo a tensão no ar, se aproximou rapidamente. Sua preocupação era evidente.
- O que está acontecendo, Liam? - Rebeca perguntou com um tom de voz suave e acolhedor.
Liam olhou para a mãe com os olhos marejados e respondeu:
- O papai falou que a tia ibeca é uma pissoa malvada.
Rebeca sentiu um nó na garganta ao ouvir isso. Aquelas palavras ecoavam na sua mente como um eco amargo. Simone tentou intervir:
- Mas você já não tem experiência suficiente com o seu pai para saber que ele mente?
Liam balançou a cabeça negativamente, ainda em dúvida.
- Mas ela acabou de bater nele, mamãe... Só pissoas malvadas fazem isso!
Rebeca suspirou profundamente. Sabia que precisava encontrar as palavras certas para explicar a situação sem aumentar o medo da criança.
- Liam, nós sabemos que a agressão não resolve nada - começou Rebeca. Mas logo foi interrompida por Simone- Mas são momentos e momentos. Agora até eu estou com vontade de bater no seu pai.
As palavras dela foram como uma lâmina afiada cortando o silêncio tenso. Liam olhou para ela com um misto de confusão e preocupação.
- Mamãe, mi leva embóia! - pediu ele, sua voz agora soando perdida e desesperada.
Simone olhou para o filho e depois para Rebeca, compreendendo a gravidade da situação.
- Vamos. Mas depois iremos conversar sobre isso, certo? - respondeu Simone suavemente.
- Certo... - Liam murmurou, ainda desolado.
Entraram no carro e o silêncio era ensurdecedor. O ambiente estava carregado de emoções não ditas; cada um imerso em seus próprios pensamentos e medos. Rebeca ligou o motor e começou a dirigir em direção ao hotel. A estrada parecia interminável; cada quilômetro percorrido aumentava a sensação de angústia no ar.
Ela olhou pelo retrovisor e viu Liam olhando pela janela, perdido em seus próprios pensamentos. O coração dela doía ao ver seu menino tão confuso e assustado. A ideia de que Jonathan tinha conseguido criar tamanha insegurança em Liam deixava-a angustiada.
Aquela viagem iria durar mais uma hora e meia e cada segundo parecia uma eternidade. Rebeca desejava poder aliviar a dor do menino, mas sabia que precisava ser paciente e esperar o momento certo para conversar sobre tudo o que estavam passando.
Depois de quinze minutos as crianças adormeceram.
-Rebeca
-Pode falar.- Ela respondeu concentrada na estrada, os olhos fixos na pista à frente.
-A gente já viu que essas crianças não podem se separar.
-E...?
-O que você acha da gente colocar as crianças no psicólogo? Eles estão precisando entender seus próprios sentimentos, parece que estão sufocados. Eu só achei que tudo ia melhorar quando a gente pegasse o Liam novamente, mas aí ele vem com essa de ter medo de você.
-Eu não vou fingir que estou bem com isso porque eu realmente não estou, mas isso não é culpa dele. Nós realmente precisamos por eles no psicólogo porque assim não dá.
- Como eu odeio o Jonathan.
- Você não sabe como eu fico feliz de ouvir isso. -Um sorriso se formou nos lábios de Rebeca enquanto ela recebia um tapinha na coxa de Simone, seguido de uma risada.
-O que você acha de ficarmos mais um tempinho em Paris? A gente contrata uma psicóloga online dos EUA ou até do Brasil mesmo, até pra conversar com eles sobre mudanças. Porque em algum momento nós vamos ter que voltar pra nossos países. Eles têm que entender que vão continuar tendo contato e até mesmo podem se visitar de tempos em tempos...
-É uma boa ideia. Vamos dar o tempo de um mês, até dois se for necessário. Eu só não quero mais estresse. Mas eu não vou aguentar ficar dois meses em um hotel; vamos ter que arrumar uma casa.
-A gente pode resolver isso ainda essa semana, o que acha?
-Como?
-A gente tá no México, mas lembra que em Paris ainda tem minha mãe e as meninas da minha e da sua equipe? Temos pessoas de confiança lá, pra gente já voltar com o nosso espaço.
-Ótimo! Mas ainda temos quanto tempo aqui?
-Bom, as buscas aqui foram mais rápidas do que o previsto. Graças a Deus, não duraram nem 24 horas, então ainda temos mais uma semana.
-Acho que podemos turistar como pessoas normais.
- Também acho hein...
- Mas agora temos um dever importante...
-Qual?
- Vamos engordar essas crianças!
-Eles estão só osso mesmo!
Ao chegarem no hotel Simone deu banho nas crianças enquanto Rebeca ligava para pedir a janta... Quase não conseguiu, pois já eram quatro da manhã, mas explicando a situação direito e oferecendo algumas notas deu tudo certo.
Colocaram as crianças na cama e elas pareciam estar sem sono algum e esperando por algo.
-o que houve gente - Simone perguntou já deitada olhando para as crianças
-a mamadeia de chocoiate- Liam falou como se fosse óbvio
-MAMADEIRA DE CHOCOLATE?- Rebeca e Simone falaram juntas
- a caja caiu Liam
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Entre dores e amores- Rebeca Andrade e Simone Biles
RomanceEm 2018, no Catar, duas estrelas do esporte se cruzam pela primeira vez: Simone Biles, a prodígio da ginástica americana, e Rebeca Andrade, a promissora atleta brasileira. A conexão instantânea entre elas promete um amor que transcende fronteiras. N...