25- the rainbow after the rain

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Simone acordou primeiro, envolta por uma sensação deliciosa de que não tinha dormido tão bem em anos. O sol da tarde filtrava-se pelas cortinas, lançando um brilho suave sobre o quarto, e ela aproveitou aquele momento de tranquilidade para admirar a beleza da mulher deitada ao seu lado. Os traços delicados do rosto dela, iluminados pela luz suave do sol, pareciam quase etéreos. Simone passou a mão gentilmente pelo rosto de Rebeca, sentindo a maciez da pele. Com um sorriso nos lábios, inclinou-se e deu um selinho carinhoso nela, na esperança de que esse gesto a despertasse. E deu certo.

- Meu amor! - exclamou a Simone

- É tão bom acordar assim... - respondeu Rebeca sentindo seu coração aquecer

- Ué, dona evangélica, não tô te entendendo - disse a mulher com um sorriso travesso.

- E você, hétero? Também não tô entendendo - retrucou Rebeca, rindo da situação.

- Bem que o povo da igreja fala... - começou a mulher.

- É o fim dos tempos - disseram juntas, rindo alto e contagiando o ambiente com sua alegria.

O clima leve foi interrompido pela pergunta:

- Que horas são?

- 15:20. O que temos que fazer mesmo? - perguntou Simone, tentando se lembrar das tarefas.

- Arrumar a roupa das crianças no armário delas e as nossas nos nossos. Depois colocar as compras do mercado na geladeira pra não estragar.

- Nem compramos comida pra festa mais tarde! - Simone exclamou, lembrando-se da celebração que se aproximava.

- Comida o caralho! Quem inventou que traga o que comer. Já deixei isso avisado pra dona Flávia.

- Ah tá bom então, menos trabalho para nós... Eu queria decorar o quartinho das crianças. Essa casa é tão clean; queria deixar pelo menos o quarto deles com a carinha deles, sabe? Um toque pessoal.

- Então... Nem deu tempo da gente explorar a casa. Mas quando pedi pras meninas procurarem uma casa pra gente, dois dias depois elas arrumaram essa aqui (mas passaram o dia inteiro canelando por Paris e pesquisando muito). A Flávia conseguiu alguém pra reformar o quarto das crianças em apenas quatro dias!

- Parece que essas meninas trabalham pra você! Hahaha! Tá pagando quanto?

- O suficiente! Hahaha! Mas brincadeiras à parte, somos muito unidas; nunca deixamos uma a outra desamparada. Você não imagina como a Flavinha ficou depois de descobrir que engravidei de um estranho por causa de uma festa que ela me forçou a ir. Eu nunca culpei ela; jamais faria isso. Mas ela se sentiu mal e ainda sente até hoje. Então tudo que ela puder fazer por mim, ela faz... Eu não me aproveito disso, sabe? Mas quando preciso de algo na correria já sei com quem contar; fora que hoje em dia eu sou rica, né? Tudo fica mais fácil pra mim.

- Agora eu entendo como você resolve tudo sem eu nem ver... É porque você não resolve nada! - brincou a mulher com um olhar divertido.

- Na lógica é isso mesmo! Tenho meus contatos. Agora vamos pro quarto deles? Aproveitar e já levar as roupas pra lá! As roupas do Liam já estão dobradas?

- Estão; a minha é que não está!

- Ih, então estamos no mesmo barco! As da Lica estão arrumadinhas e as minhas estão emboladas dentro da mala.

Entre dores e amores- Rebeca Andrade e Simone Biles Onde histórias criam vida. Descubra agora