Capítulo 16

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{788} palavras

Max Fos

Eu voltei decidido a apagar a Priscila da minha vida, mas ao vê-la novamente, a dúvida me assombrou: estaria sendo um idiota ao querer excluí-la? Quando a vi com aquele bebê no colo, só tive uma certeza: sou pai, tenho uma filha linda.

Conheço a Priscila, ela não vai admitir a verdade tão facilmente. Sempre foi meio egocêntrica e se achar que me afastar da nossa filha é o melhor para a Nina, jamais vai revelar a verdade. Sei que confrontá-la pode ser um tiro no meu pé, então preciso reconquistar a confiança dela aos poucos.

Estava no apartamento da minha irmã, precisando desabafar. Cheguei da reunião na cafeteria e encontrei minha irmã sentada no sofá, assistindo televisão.

— Chegou cedo — ela disse, e me joguei no outro sofá. — Reunião com a Frozen? — brincou.

— Estava com a Priscila e dei mais uma mancada. Falei da mãe dela…

— E o que tem demais em falar da mãe dela? Ou você xingou a mãe dela? — ela perguntou, se ajeitando e desligando a TV.

— Nunca xingaria a mãe de ninguém. E outra, fiz a burrice de esquecendo que a mãe dela foi assassinada na frente dela quando tinha cinco anos — falei, passando a mão na cabeça.

— Nossa, Max, você realmente consegue se envolver em situações complicadas. Mas tenho certeza de que a Priscila vai entender que você não quis magoá-la de propósito.

— Espero que ela não se afaste de mim...

— Max, não me diga que você vai voltar a correr atrás da Priscila! Ela já deixou claro que não quer ninguém na vida dela, e você mesmo me disse que ela nunca mudaria de ideia. O que te fez pensar que ela mudaria de ideia agora? — ela perguntou, já impaciente.

Mesmo sendo a minha irmã mais nova, ela sempre me ajuda a juntar os pedaços.

— Ela é mãe — falei, e minha irmã se levantou e correu para a janela. — O que foi, doida?

— Fui ver se não está chovendo canivete — respondeu, e eu revirei os olhos.

— Engraçadinha você, hein. Mas é sério, a Priscila é mãe, e eu sou o pai — falei, e minha irmã arregalou os olhos.

— Que palhaçada é essa, Max… — ela interrompeu.

— Não é palhaçada! A Priscila tem uma filha de três meses, além dos nove meses da gravidez. A filha é minha. Ela não me falou nada, mas não sou idiota, a menina é minha filha — falei com certo orgulho.

— Uau, isso é realmente chocante. E como você pretende lidar com isso?

— Não sei, mas sei que tenho que reconquistar a confiança da Priscila aos poucos. Afinal, não posso simplesmente sair da vida da minha própria filha.

Minha irmã me olhou seriamente, como se estivesse ponderando sobre o que eu acabara de contar.

— Tem certeza que a filha é sua? — perguntou, se aproximando.

— A Priscila não vai para cama com qualquer um. Ela sofreu muito no passado. Já foi difícil a gente ter alguma coisa. E além da nossa filha, ela adotou três crianças. Ela está diferente, você tinha que ver como a Priscila fica com a nossa filha, ela é tão carinhosa, tão doce, nem parece a Priscila do escritório. Ela me lembra a Priscila que conheci há 15 anos, até o medo voltou. Sei que está difícil para ela, mas ela criou uma barreira e não sei como ajudar — falei, realmente preocupado por ela.

— Talvez seja difícil para ela aceitar isso no momento, Max. Mas é importante que você esteja presente e disposto a reconquistar a confiança dela. Mesmo que seja um processo lento, é fundamental que você se mostre presente para sua filha e para a Priscila. E lembre-se, a comunicação é essencial nesse momento. Tente conversar com ela, mostrar sua preocupação e seu desejo de fazer parte da vida delas.

— Você tem razão, a comunicação é a chave. Preciso conversar com a Priscila, mostrar a ela que estou aqui para apoiá-la e para ser um bom pai para nossa filha. Não posso simplesmente desistir, tenho que lutar por elas.

Minha irmã assentiu, parecendo satisfeita com minha determinação.

— Estou orgulhosa de você, Max. Tenho certeza de que você vai conseguir superar essa situação e construir uma relação saudável com a Priscila e com sua filha. E saiba que eu estou aqui para te apoiar no que precisar. E preciso conhecer a minha sobrinha. Imagina quando o seu pai descobre que você tem uma filhinha!

— Não vou contar nada para ele. Imagina, ele pode atrapalhar a carreira dela. Quando estivemos em Toronto talvez eu conte. O importante é eu conquistar as minhas meninas — falei, e minha irmã sorriu.

— Tenho certeza de que você vai conseguir, Max. E quando você estiver pronto para contar para o seu pai, tenho certeza de que ele vai ficar feliz em conhecer sua filha. Estou torcendo por você, irmão. E a mamãe… acho melhor você deixa para contar quando a minha sobrinha já souber correr — minha irmã falou, e nós começamos a rir.

Ela depositou um beijo na minha bochecha.

— Já vou, meu pai me chamou para uma reunião — disse, revirando os olhos. Minha mãe tem quatro filhos, cada um de um pai diferente, e só eu tive a sorte de ser filho único do lado do meu pai.

— Boa sorte na reunião — falei. Depois que ela foi embora, fiquei pensando...

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Continua... 

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