Max Fos
Enquanto discutíamos os detalhes da campanha, eu não conseguia tirar os olhos de Priscila. Cada movimento, cada sorriso, cada gesto dela me afetava mais do que eu gostaria de admitir. A possibilidade de Nina ser minha filha me atormentava a cada instante, mas eu precisava de provas. Não podia simplesmente perguntar a Priscila sem ter certeza.
Durante um intervalo, aproximei-me de Priscila, que revisava fotos no notebook.
— Está indo bem? — perguntei, sentando ao seu lado.
— Sim, estamos conseguindo fazer progresso. Obrigada por estar aqui, Max — ela disse, colocando a mão no meu braço. Seu toque sempre me trazia uma sensação de conforto.
Liam entrou na sala naquele momento, com uma expressão que misturava cansaço e algo mais. Inveja? Ciúmes? Não tinha certeza, mas a tensão era inegável.
— Vamos voltar ao trabalho? Temos muito a fazer ainda — disse ele, tentando mascarar sua frustração.
— Acho melhor irmos para casa e terminarmos lá — Priscila falou, levantando-se um pouco.
— Concordo, as crianças já estão cansadas — disse Liam, enquanto íris, a mais velha, cuidava dos irmãos para que pudéssemos trabalhar.
— Mamãe! — Belinha veio correndo, chamando Priscila de uma maneira que sempre me surpreendia. Era tão bonito e emocionante vê-la adotar os sobrinhos. Eu me sentia culpado por não ter estado ao lado dela quando Nina nasceu ou quando ela assumiu a responsabilidade pelos sobrinhos.
Priscila pegou Belinha no colo e a abraçou com carinho.
— Oi, meu amor. Você está cansada, né? — disse ela, e Iris, a irmã mais velha, concordou.
— Tia, vamos para nossa casa, por favor. A tia Natália é legal, mas eu não me sinto confortável aqui — Iris falou, e Priscila concordou prontamente.
— Claro, querida. Vamos arrumar tudo e ir para casa — respondeu Priscila, dando um beijo na testa de Belinha.
Liam olhou para mim com uma mistura de alívio e ressentimento em seus olhos.
— Eu vou ajudar a levar as coisas para o carro — ofereci, tentando ser útil.
Depois de carregar tudo no carro, aproveitei para brincar um pouco com Nina, que estava agitada. Enquanto isso, Priscila despediu-se dos outros, e eu fiquei sozinho na garagem com Nina.
— Você está animada, filha? — perguntei, e ela riu. Nina era muito risonha e fofa. — Vamos aproveitar que a mamãe não está aqui para eu te ensinar uma palavra muito importante — continuei, erguendo-a. — Pa-pa...
Ela olhou para mim com seus olhos brilhantes, e meu coração derreteu. Nina começou a gargalhar, e meu coração deu um salto. Ela com certeza era a bebê mais graciosa do mundo.
Liam apareceu com a última sacola, colocando-a no porta-malas do carro.
— Não balance ela muito, senão ela vai acabar vomitando na viagem — Liam brincou, meio rindo.
— Certo, certo — respondi, também rindo. — Você está pronta para ir, Nina?
Nina deu um risinho, e eu a coloquei cuidadosamente na cadeirinha. Priscila chegou com os outros, e Liam começou a cuidar das crianças. Observando-o, fiquei surpreso com sua habilidade em lidar com elas.
Eles partiram, e eu me despedi de Natália e Ramon antes de pegar meu carro e seguir para a casa dela.
Durante todo o caminho, senti uma inveja daquele cara por poder estar tão próximo de Priscila.
Cheguei à casa dela e ajudei a levar as coisas para dentro. Priscila estava ocupada com as crianças, e Liam parecia à vontade ao seu lado. A sensação de ciúmes crescia dentro de mim, e eu não sabia como lidar com aquilo.
Trabalhamos a noite toda, e parecia que algo estava faltando na campanha. Vi a preocupação no rosto de Priscila e percebi o quão importante era essa campanha para ela.
A madrugada avançava, e todos estávamos exaustos. Priscila estava sentada no sofá com Nina no colo, que estava enjoada e só queria a mãe. Aproximar-me dela parecia a coisa certa a fazer.
— Pri, você precisa descansar um pouco. Nós podemos continuar daqui — falei, preocupado com seu estado.
— Não posso parar agora, Max. Ainda temos muito a fazer — respondeu ela.
— Pelo menos tome um café e descanse por alguns minutos. Prometo que cuidaremos de tudo — insisti.
Ela finalmente cedeu, levantando-se para pegar um café. Olhei para Liam, que estava observando tudo de perto.
— Priscila, deite com a Nina para ela dormir, e eu e o Max continuamos — Liam sugeriu calmamente, e ela assentiu, pois Nina estava muito enjoada.
Trabalhamos juntos por boa parte da madrugada, a tensão lentamente se transformando em uma colaboração silenciosa. No final, sabíamos que o sucesso da campanha dependia de nosso esforço conjunto, e isso nos uniu, mesmo que temporariamente.
Liam era muito talentoso, e tenho certeza de que Priscila vai aprovar todo o trabalho dele. Eu não fiz quase nada comparado a ele.
— Por que você não trabalha com isso? — perguntei, vendo um pouco do que ele estava preparando.
— Conseguir emprego nessa área não é tão fácil assim, você deve saber — ele respondeu, ajustando alguns detalhes finais das imagens no computador.
— Sinceramente, eu não sei, mas você é muito talentoso. Com certeza estaria bem trabalhando na FOS também — falei, e Liam me olhou surpreso.
— Você acha? Trabalhar na FOS seria incrível, mas parece um mundo à parte da minha realidade atual. Ainda assim, obrigado pelo elogio, Max — respondeu Liam, com um sorriso modesto.
Conforme conversávamos, as horas avançavam, e o trabalho também. Eu já estava exausto.
— Se você quiser, pode ir. Eu termino aqui, Priscila com certeza dormiu junto com as meninas, e vocês vão trabalhar cedo amanhã. Eu consigo tirar um cochilo quando as crianças estiverem na escola — sugeriu Liam, e como já passava das duas e meia da manhã, aceitei. Estava esgotado.
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Continua...
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O babá
DragosteApós a trágica morte de sua irmã e cunhado em um acidente, Priscila, uma renomada empresária conhecida por sua dedicação implacável à carreira, se vê inesperadamente responsável pelos seus quatro sobrinhos órfãos. Acostumada a lidar com os desafios...