Priscila Barcella
O caminho foi tranquilo. A Nina chorou um pouco, mas logo parou quando comecei a conversar com ela. Chegamos ao shopping, e ele a tirou da cadeirinha, pegando também a bolsa dela. Peguei minha bolsa, e fomos andando juntos.
— O que você quer fazer primeiro? — ele perguntou.
Eu simplesmente odiava não ter um plano. Sempre gostei de ter tudo organizado para não perder muito tempo.
— Eles precisam de roupas, e temos que ver tintas e papéis de parede. Você acha que vamos demorar quantos dias para terminar? — perguntei, pensativa.
— Sinceramente, não sei. Mas acho que dois dias. Você vai contratar um pintor?
— Não, pensei em fazermos isso nós mesmos. Mas, se eu ver que não vai dar certo, eu contrato.
— Certo, então vamos primeiro nas roupas? — ele sugeriu. — Acho que é o mais urgente, principalmente porque o frio está chegando e eles não estão acostumados — ele disse, e não argumentei, afinal, estamos em abril.
— Sim, depois os móveis e as tintas, papéis de parede, essas coisas. Tenho uma campanha para fazer na loja de móveis, então prefiro deixar isso por último.
— Certo — ele concordou, e começamos a andar. Logo avistei uma loja de roupas infantis e entrei. O babá entrou logo atrás de mim com a Nina, que estava um pouco agitada e começou a chorar. Mesmo com apenas três meses e alguns dias, ela é muito esperta.
— Vem, meu amorzinho — ela estendeu os braços e sorriu, como se gostasse do jeito que a chamamos. — Vem com a mamãe, meu amor — falei, pegando-a no colo, e ele sorriu todo bobo.
— Senhora, quer que eu ajude...?
— Priscila, por favor. Qual é seu nome mesmo?
— Liam — ele respondeu, sorrindo.
— Então, Liam, você que é um expert em crianças, me ajuda a saber o que eles precisam — falei, olhando um vestido de princesa rosa com glitter. — O que você acha, meu amorzinho? — perguntei à Nina.
— Eu acredito que seja muito grande, mamãe — ele falou, fazendo voz de bebê.
— É para sua irmã — falei, beijando o rostinho dela.
— Sim, a Belinha vai amar, vai ficar fofinha — ele disse, e procurou outras roupas.
— Olha isso — ele falou, me mostrando uma roupinha de mini executiva.
— Ai, que coisa mais linda. Eu tenho uma igualzinha, vou levar. Mas vamos focar nas roupas de inverno, porque crianças perdem roupa tão rápido.
— Vocês gostariam de ajuda? — uma vendedora perguntou.
— Tem alguma roupa neste estilo para bebê? — ele perguntou à vendedora.
Ela foi buscar, e olhamos algumas roupas. Eu estava encantada. Quando criança, sonhava com roupas novas; agora posso dar isso para minhas meninas.— O que você acha deste macacão? — ele perguntou, mostrando um macacão rosa muito lindo.
— É lindo, mas é de botão. Prefiro os de zíper, principalmente agora que está ficando frio. É mais fácil para trocar.
Conversamos com a vendedora, e ela trouxe várias opções. Tive que me segurar para não levar a loja toda. Depois de comprarmos roupas para as menores, ele me arrastou para outra loja onde compramos roupas para Ítalo e Íris.
— Um tênis que pisca — falei assim que passamos por uma loja de calçados.
— Eu sempre quis um — Liam disse.
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O babá
RomanceApós a trágica morte de sua irmã e cunhado em um acidente, Priscila, uma renomada empresária conhecida por sua dedicação implacável à carreira, se vê inesperadamente responsável pelos seus quatro sobrinhos órfãos. Acostumada a lidar com os desafios...