Capítulo 56

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Max Fos

Estava louco para conversar com a Priscila, já que contei para todo mundo sem querer sobre a minha filha. Ela não pode nem pensar em negar que eu assuma a paternidade, mas conhecendo a Priscila, é bem capaz que ela faça isso.

Acordei até mais cedo e ia até o apartamento dela para podermos conversar, mas meu pai pediu uma reunião logo cedo.

Assim que cheguei no escritório, ele já estava na minha sala segurando a minha foto com a Priscila na nossa formatura. Eu guardo essa foto na minha gaveta, então não entendi por que ele estava segurando-a.

— A reunião é como o senhor Fos ou como meu pai? — perguntei, e ele sorriu.

— Os dois. Pelo visto, você e ela se assumiram — ele falou, colocando a foto na minha mesa. — A Priscila é uma ótima pessoa, e espero que vocês me deem muitos netos. Imagine minha casa cheia de crianças correndo e gritando "vem brincar, vovô" — meu pai falou, todo animado.

E como eu queria que fosse verdade.

— Ai, pai, não é nada disso — falei, sentando-me, meio frustrado.

— Não tente negar, Max. Eu sei que você está louco para assumir a paternidade da sua filha. E eu apoio totalmente. Priscila é uma ótima garota. Eu sempre quis uma filha como ela, e tê-la como nora é maravilhoso.

— Pai, eu ainda não conversei com a Priscila sobre a Nina...

— Nina? Gostei do nome. Significa no "graciosa". Quando vou conhecer a menina? — ele perguntou, sorrindo todo bobo.

— Pai, eu não conversei com a Priscila ainda sobre isso, e não sei como ela vai reagir. Mas prometo que vou resolver isso o mais rápido possível.

Meu pai assentiu e ficamos em silêncio por alguns segundos.

— Você sabe que pode contar comigo, certo? Estou aqui para te apoiar em qualquer decisão que você tomar. E sei que a Priscila também é uma mulher forte e vai lidar com isso da melhor forma possível.

— Eu sei, pai, mas você também sabe como é a Priscila. Eu não vou fazer absolutamente nada sem a autorização dela e sem conversar com ela primeiro...

— Você tem certeza que a filha é sua? — meu pai perguntou.

— Se ela for filha da Priscila, ela é minha filha. Eu conheço a Priscila, e ela não transa com qualquer um. E se não for minha, eu vou ficar um pouco triste porque já amo a Nina, mas vou ficar feliz pela Priscila — falei, e meu pai olhou para mim sem entender.

Eu amo muito a Priscila, e justamente por isso eu ficaria feliz se ela conseguisse ter relações com outra pessoa. Se ela se sentir bem com isso, eu tenho que comemorar, pois ela está conseguindo cicatrizar as feridas abertas, e isso é tudo que eu mais quero: vê-la feliz.

Ela já sofreu tanto nesta vida, e é a pessoa mais doce e protetora que eu conheço. Pena que as pessoas não conhecem a Priscila que eu conheço.

Naquele minuto, eu viajei no tempo, 16 anos atrás.

[...] Eu não estava muito bem em algumas matérias e, para fugir das aulas particulares que meu pai iria me colocar, entrei no programa de monitoria da faculdade para alunos com dificuldades, onde pagávamos para alunos que entendiam mais do assunto.

E foi assim, em uma noite de sexta, que a vi naquela mesa do canto cheia de livros. Ela parecia até uma miragem, de tão linda.

— Max, por favor, troca comigo — meu melhor amigo, Tales, pediu. Ele tinha uma queda pelo Fabrício, que seria meu monitor.

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