Capítulo 50

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Priscila Barcella

Eu odeio o Felipe. Sério, se ele não fosse sobrinho da esposa do senhor Salles, não estaria aqui. Sinto que o Max compartilha do mesmo sentimento. Estava com tanta raiva! Quem é ele para falar assim com o Liam? Tive que me segurar para não fazer nada na frente da minha filha, nem do Afonso. Não posso perder o emprego.

Mas queria saber o que o Max tem na cabeça para dizer que a Nina é filha dele. Isso não faz o menor sentido. E ele ainda fala isso na frente de toda a empresa e do Afonso.

Falando em Afonso, que cara insistente! Não sei mais como dar um fora educadamente. Não posso me envolver com ninguém, nem com o Afonso gostosão. Um relacionamento não está nos meus planos. Não posso me envolver assim com ninguém, especialmente agora com as meninas.

Max levou o Felipe para a sala dele, e consegui me esquivar do Afonso. Entrei na minha sala com a minha bebê, mas precisava ter uma conversa urgente com o Max para entender o que está acontecendo.

— Ai, minha filha linda, sua mãe só se mete em confusão, não é? E você não precisa de um pai novo, né? — perguntei a ela, que ficou me olhando. — Sou péssima com essas coisas de sentimentos. É, filha, eu sei que ninguém é igual a ninguém, mas escute bem: você não precisa de mais ninguém além de mim — abracei minha bonequinha linda. — O titio te arrumou assim, tão linda você já é...

— Senhora Barcella — o Liam falou, entrando.

— Sem senhora, por favor. Sério, não tenho palavras para agradecer pelo que fez. Você foi um gênio; não sei como te agradecer — falei, abraçando-o, mas logo me afastei. — Muito obrigada por salvar a campanha.

— Eu fiz isso pelas crianças...

— Mesmo assim, muito obrigada. Você deveria trabalhar com publicidade; é muito bom nisso. Não é, bonequinha? Seu tio é demais — falei, e ele sorriu. Estava com saudades desse sorriso, pensei.

— Se quiser sair com o...

— Não é o que está pensando. Ele quer marcar um jantar de negócios. São só negócios, nada além disso. — Não sei por que estou dando explicações.

— Certo, não precisa se explicar. Você é a patroa, eu sou o funcionário...

— William Rodrigues, para com isso, por favor. Pare com isso.

— Só estou fazendo meu trabalho, e além disso, daqui a pouco o pai da Nina entra, e não quero problemas com seu ex — ele falou, e eu revirei os olhos.

— Preciso explicar isso para ele. Não imaginava que vocês dois achavam isso. — falei, e pela cara dele, estava confuso.

— Senhora — Joyce falou, entrando com os botões da camisa trocados e várias pastas nas mãos. Eu me segurei para não rir. — Senhora, não sabia que estava acompanhada. Desculpe-me.

— Tudo bem. E os botões agora? — falei, e ela olhou para a camisa, ficando toda vermelha.

— Não é o que a senhora está pensando...

— Não estou pensando nada. O que veio fazer?

— Claro, preciso da sua assinatura.

— Sobre o quê? — perguntei a ela.

— São os projetos que aprovou na semana passada — explicou, toda vermelha.

— Vá para o meu banheiro — falei, pegando os papéis. — E você, vá para o tio rapidinho, meu amor, só para a mamãe assinar estes papéis. E você, pare com isso, por favor. Sou a Priscila. — falei, entregando a Nina, que ficou reclamando.

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