Capítulo 31

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Priscila Barcella

Minha tarde foi muito agitada e passei boa parte da noite me organizando. A Nina veio à tarde e passou o resto do tempo comigo. O Max colocou um Moisés no meu escritório com alguns brinquedos musicais; ele arrumou um cantinho todo especial para ela. Além do Moisés, tinha um cercadinho com um tapete musical, alguns livros infantis e uma naninha de patinho que ela simplesmente adorou.

Ela ficou bem entretida no cantinho dela e me deixou trabalhar tranquila.

Quando cheguei à noite, a casa estava em um enorme silêncio. Quando entrei no meu quarto, vi a Isabela dormindo abraçada a um vestido meu, o que achei muito estranho. Apenas a cobri, dei banho na Nina e tomei um banho antes de dormir.

Na manhã seguinte foi a mesma coisa: arrumei a Isabela, eles foram para a escola e eu fui tomar café.

— Priscila, já terminou? — o Liam perguntou, e eu olhei para a Nina que ainda mamava. — Entendi, vou colocar os papéis de parede e te espero para me ajudar a montar os móveis — ele falou, e eu estava concentrada olhando para a Nina. O leite da mamadeira, que ia pela sonda até o meu seio, acabou, mas ela ainda continuava ali. Isso estava me machucando, mas tudo vale a pena por ela.

E eu estou me tornando o que sempre temi: uma idiota.

— Pode ir, senão não vai dar tempo. Hoje eu tenho uma reunião às 11 horas — falei, e ele levantou pegando os pratos. Observei que ele os lavou antes de sair.

Fui para o escritório arrumar uns papéis antes de subir. Assim que cheguei à minha mesa, vi uma caixa com um presente e um cartão.

"Oi Pri, é uma lembrancinha para a menina mais linda deste mundo, e claro que estou falando da Nina. Dentro tem algo que você queria há muito tempo."

Assim que vi a letra, sabia que era do Max.

— O Max está te mimando, né, filha — falei, abrindo a caixa. Havia um móbile de berço que tocava música e, além disso, uma roupinha linda da marca que o Max ama, que é uma fortuna. — O Max endoidou, só pode, viu filha.

No final da caixa, tinha algo feito com resina. Quando abri, vi que era uma luminária com uma foto minha, da Pilar e da mamãe no primeiro e único Dia das Mães na escola. Na hora, as lágrimas apareceram nos meus olhos e eu me sentei no sofá.

— Olha, filha, esta é a mamãe Pilar, a de rosa; ela sempre pedia a rosa. Eu sou a de vermelho, e esta é a vovó. Eu pedi às pessoas que mais amei neste mundo — falei chorando, olhando para aquela foto.

Não sei como o Max conseguiu. Eu uma vez falei a ele o quanto queria ter uma foto da minha mãe, e não acredito que ele fez isso.

A foto na luminária trouxe uma enxurrada de memórias e emoções. O Max sempre soube como tocar meu coração de maneira tão delicada e especial. Ainda com lágrimas nos olhos, me levantei do sofá, segurei a luminária com carinho e a coloquei na mesa ao lado do Moisés da Nina. Aquilo seria um lembrete constante do amor e das pessoas que sempre me apoiaram, mesmo em espírito.

Fui para o meu quarto e coloquei a Nina no tapetinho musical. Ela estava bem animada, brincando muito. Deixei a babá eletrônica ligada e fui até o quarto ao lado. O Liam já tinha tirado todos os papelões e jornais do chão e a parede já estava com o papel de parede, embora não nela toda. As demais estavam pintadas de rosa, e o papel de parede era de jardim com um castelo.

— Está ficando lindo — falei, e ele sorriu.

— Também estou achando. Me ajuda, por favor; está difícil de colocar — ele falou, e fui ajudar.

Realmente não era fácil de colocar, mas conseguimos. No quarto do Ítalo foi até mais fácil. Infelizmente, só deu para fazer isso e tive que me arrumar para ir trabalhar.

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