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A noite mais imperfeita tornou-se a melhor oportunidade para uma festa do pijama

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A noite mais imperfeita tornou-se a melhor oportunidade para uma festa do pijama. O céu claro e a brisa fresca que entrava pela janela davam um toque especial. A luz suave da sala de TV criava uma atmosfera acolhedora.

Eu me acomodei em um canto do colchão enorme que estava disposto na sala, cercada pela Jheny, Tasha e Mady — minhas bees — e Adam, que estava ali deitado com a gente, ainda como meu namorado e parte do trisal que somos com o Justin.

Todos vestiam pijamas confortáveis e riam despreocupados. O filme de comédia passava ao fundo, mas eu não conseguia me concentrar nele. Em vez disso, absorvia o momento, a sensação de estar rodeada por pessoas que, agora percebo, significavam tanto para mim.

Tasha estava com um prato de pipoca, oferecendo para todos, enquanto Jheny e Mady discutiam animadamente sobre a próxima festa de fraternidade a ser escolhida. Adam, com seu jeito descontraído, participava da conversa com entusiasmo, arrancando risadas de todos. Olhar para aquele grupo, com cada um contribuindo de sua maneira única, fez um nó apertar no meu estômago.

Era tudo tão... normal. E eu? Eu não sabia o que era ser isso.

Eles estavam aqui, comigo. Fomos em uma caçada ao Anônimo, passei por uma briga horrível com o Justin, e mesmo assim, cá estamos.

Eles poderiam estar em casa, longe dos meus problemas, do meu caos. Mas ficaram. Escolheram ficar. Sem nada em troca. Isso devia me trazer conforto, mas em vez disso, só aumentava a minha confusão mental. Uma parte de mim queria aceitar esse calor, esse cuidado... mas outra parte, a que me dominou por tanto tempo, gritava que eu não merecia. Não depois de tudo.

Enquanto a conversa seguia, senti uma pressão crescente no peito. Algo me consumia por dentro, uma vontade de falar, de abrir o que eu sentia. Mas eu não queria parecer fraca. Não queria parecer... humana. Balancei a cabeça, na tentativa de afastar o pensamento.

Eu não sabia lidar com isso.

Abracei minhas pernas, como se isso pudesse conter a inquietação. Olhei para os rostos ao meu redor, tão despreocupados, tão confortáveis. Como eles faziam isso parecer tão fácil? Tão natural? Sentir, confiar, ser vulnerável... As palavras começaram a subir pela minha garganta, e eu lutei para segurá-las.

Não. Não agora.

Mas elas vieram. Teimosas. Insistentes.

— Sabe... — comecei, quase num sussurro, como se tentasse frear a avalanche que estava por vir — eu preciso dizer uma coisa. — Minha voz estava trêmula, quase quebrada, como se cada palavra fosse uma batalha interna. — Estar aqui com vocês, assim... — fiz uma pausa breve, ainda incerta do que dizer — só reforça o quanto eu estou... gostando dessa nova fase da nossa amizade.

Gostando.

Nem ousava falar mais do que isso. O calor no meu peito era tanto que quase me sufocava. Eu não sabia o que era esse sentimento, essa mistura de gratidão, medo, e algo mais profundo, mais vulnerável.

Abelha-Rainha 🐝Onde histórias criam vida. Descubra agora