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Encostei o cartão de acesso no identificador e ele rapidamente ficou verde

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Encostei o cartão de acesso no identificador e ele rapidamente ficou verde. Girei a maçaneta e entrei na enorme suíte presidencial, onde o luxo era palpável. O quarto era panorâmico, oferecendo uma vista deslumbrante de Nova York, mas a paisagem era a última coisa que eu precisava naquele momento.

Um som ambiente, no estilo lofi, ressoava de forma branda. Fechei a porta atrás de mim e dei passos cautelosos pelo cômodo. Não demorou para eu ver a silhueta do meu nêmesis rente a uma das grandes janelas. Vestia preto da cabeça aos pés, com um capuz cobrindo sua cabeça, semelhante ao que usava no dia do decathlon acadêmico. Estava de costas para mim, com os braços à frente do corpo. Olhei ao redor e parecia que estávamos a sós.

O observei de costas e percebi que ele era mais alto que eu, porém magro. A iluminação quente dos spots nas extremidades do quarto criava um clima aconchegante, contrastando com o estado de nervosismo que me consumia. A cama estava desarrumada, com uma toalha em cima, e uma caixinha que depois percebi ser maconha dichavada. Antes que eu pudesse absorver mais detalhes, ele se mexeu e instantaneamente todos os meus músculos foram acordados, tamanho o estado de alerta que eu entrei. Tremores sutis começaram a se manifestar nas minhas mãos e um medo incontrolável se aconchegou ao redor de mim.

Levou uma mão até o capuz e enquanto arrastava o tecido para baixo, percebi suas unhas pintadas na cor azul.

Instantaneamente minha testa franziu em confusão e, ao repousar o capuz em suas costas, pude ver o laranja avermelhado do seu cabelo. Cabelo esse que estava repartido ao meio e parecia ter suas pontas viradas para frente do corpo do Anônimo. Ou melhor, da Anônima.

Minhas mãos fecharam-se em punhos pela raiva que se formava no meu peito, visto que o medo iminente de ser abusada e morta por um homem havia dissipado. Dei mais alguns passos inaudíveis em direção a pessoa a minha frente, de forma sorrateira, e percebi que sua silhueta não era estranha. Parecia com...

Com...

A ruiva que estava no colo do Justin no dia que o encontrei em uma festa. A irmã do Justin.

Antes que eu pudesse buscar ainda mais detalhes no corpo em pé a minha frente, um fichário aberto em cima da mesa me chamou a atenção. Ao olhá-lo, vi os dizeres da minha mãe, escritos pela própria caligrafia dela. Franzi a testa e não controlei minha curiosidade.

Ao me aproximar ainda mais, vi que ali haviam instruções acerca de como me manipular, a forma que eu me sentia quando os gatilhos certos eram despertados, o quanto meu semblante ficava torturado com sua frase "pequeno ser desprezível"... O quanto minha necessidade de aprovação era a minha maior força, mas também minha maior fraqueza.

Também vi anotações com outra letra, que julgo ser da minha perseguidora, com o nome e as informações obtidas. Esquadrinhei as informações o mais rápido que consegui. Vi as dicas do Justin e de mais algumas pessoas que faziam parte do meu ciclo social. Achei a informação acerca da minha virgindade e vi que foi dito por uma das meninas do meu grupo de torcida.

Abelha-Rainha 🐝Onde histórias criam vida. Descubra agora