Tinha uma corda em meu pulso e não foi ela que me fez perder a circulação,
e o metal o qual carrego conseguiu estraçalhar meu coração.
Eles já foram guardados.
E mesmo quando deveria ter parado
eu ainda não me sinto aliviado.
As armas já foram jogadas e eu ainda me sinto quebrado
as luzes foram acesas e eu ainda continuo no teatro
eu quero gritar e tentar fazer o mundo entender que eu não mereço ser humilhado
ainda assim, eu não sinto que mereço ser admirado
quero voltar pra casa à noite e me sentir de volta iluminado
quero chorar, secar as lágrimas e ver que eu ainda estou do seu lado
quero mudar
quero crescer
mas eu também quero me sentir amado
e meu deus
como pode eu ter me enganado?
Como eu posso ter idealizado?
Como pode eu ter esperado
como pode, em um piscar de olhos eu já não ser mais respeitado
e mesmo em outros estados, eu nunca vou entender como o amado é deixado
E eu sei que em minha natureza fiz coisas horríveis,
que se apagam no passado
das quais não existiriam se eu tivesse
captado, pensado, lembrado ou esperado
mas meu Deus, eu imploro
eu não sou um culpado
eu quero viver coisas incríveis
quero respirar e suspirar sem pensar em sumir
eu não mereço ser apagado
quero por um momento ter a certeza de que aguento o peso que pretendo assumir
de que eu sinta o amor chegando, assim como sinto ele partir
quero escrever sentimentos bons novamente que não sejam pura invenção
e com tantos desejos, eu já nem entendo meu coração
mas pensando realmente
eu só queria a certeza
de que isso não é tudo em vão
Infelizmente a minha dor e amor são grandes demais pra qualquer lixeira, poema ou música de superação.
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(H) Arts
PoetryQuase um cofre poético. Deposito de frases. Leitor, cuidado, conteúdo frágil. Alguns sentimentos deram duro para construí-las.