Como um quebra cabeça usado recém aberto,um navio em alto mar, entreterimento da tripulação,
um desenho perfeitamente re-montado,
com exceção de uma peça que falta.
E toda vez que sinto algo novo,
tenho esse sentimento
de que será pela última vez.
Soa tão ruim e irreal se sentir bem.
Vejo a realidade ser feita de blocos, placas e tábuas,
das quais me imagino tentando encaixar,
mas não chego de fato a acreditar que
eu consiga.
Rostos por todos os lugares,
sinais do apocalipse em todos os ventos,
pessoas desaparecidas em olhares,
e um mistério em todas as direções da rosa.
Entre tantas complexidades,
a vida nunca pareceu fazer tanto sentido sem um.
Vejo, observo, não consigo decifrar, mas sinto que é possível.
Atrações, desejos, dores, nunca soaram tão reais e iguais,
experiências parecem passar longe de individuais.
O mundo está solido, e apesar de destruído, vivo,
remontado, como um navio, e sentindo, pela primeira vez
como se estivesse compartilhando o mar gelado
com outros milhões de navegadores,
que veem o mesmo azul que eu.
Ainda, eu não consigo me livrar do sentimento
de que todas as respostas,
estão na peça que falta.
Mesmo que seja ilógico apenas um item alterar todo o sentido.
Apesar de toda a ciência do mundo e dos ventos funcionarem,
as mesmas criaturas de asas e cores fantasiosas,
quando olho lá para baixo, eu ainda vejo.
Por quanto tempo esse navio irá aguentar, me pergunto.
Será temporário, ou meu destino é, de fato,
viver com as entidades que sonho,
no fundo do mar?
Caralho, eu realmente não nasci para ser um
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(H) Arts
PuisiQuase um cofre poético. Deposito de frases. Leitor, cuidado, conteúdo frágil. Alguns sentimentos deram duro para construí-las.