[16] c o n f i s s ã o

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De volta a São Paulo, a rotina parecia lentamente voltar ao normal

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De volta a São Paulo, a rotina parecia lentamente voltar ao normal. Depois de alguns dias intensos em Santiago, eu só queria um pouco de sossego. No entanto, Luma tinha outros planos. Como sempre, a energia dela era contagiante, e assim que voltamos, ela insistiu para que fossemos todos para sua casa, uma resenha "de boas" para descontrair, segundo ela. Claro que Garro e Memphis concordaram na hora.

A casa de Luma era o tipo de lugar que te fazia sentir em casa, com sofás confortáveis e aquela mistura de aromas de café e algum incenso que ela adorava acender. Eu estava sentada no chão da sala, ao lado de uma mesinha de centro cheia de petiscos, enquanto Garro e Memphis riam de algo bobo, provavelmente uma das milhares de piadas internas deles.

── Vocês dois são insuportáveis ── comentei, revirando os olhos, mas com um sorriso no rosto. Era sempre bom ver Garro tão à vontade assim. Ainda que ele nunca fosse admitir, a amizade com Memphis tinha feito muito bem a ele.

Luma saiu da cozinha com um sorriso enorme no rosto, segurando uma bandeja de caipirinhas.

── Pronto! Agora sim estamos completos. ── Ela serviu um copo para cada um de nós e se sentou em uma das poltronas, toda animada. ── Gente, eu tô pensando em fazer uma festinha no meu aniversário. Algo íntimo, nada muito grande.

── Festinha? ── Garro arqueou uma sobrancelha, já sabendo onde aquilo ia parar. ── Isso tem a cara de virar um evento enorme.

Luma riu e balançou a cabeça, como se a ideia de uma festa gigante fosse absurda.

── Não! Dessa vez, é sério. Vai ser algo pequeno, prometo. Só alguns amigos mais próximos. E... eu tava pensando, sabe... em contratar alguém para cuidar do cardápio, algo mais... caprichado.

── Se é festa da Luma, não vai ser simples, isso é fato ── brinquei, me esticando para pegar mais um pedaço de queijo da mesa.

Foi então que Memphis, que estava quieto até então, olhou para Luma e soltou a ideia:

── Paula pode ser uma boa opção para isso. Ela é ótima com festas, sabe organizar tudo e ainda cozinha absurdamente bem.

E aí estava o nome que eu não queria ouvir. A simples menção a Paula foi o suficiente para me deixar tensa. Era como se alguém tivesse jogado água fria nas minhas costas. Eu tentei disfarçar, mantive o sorriso no rosto, mas por dentro, minha mente estava a mil. Paula, de novo. Claro que tinha que ser Paula.

Eu sabia que ele não estava sugerindo aquilo para me provocar. Na verdade, isso era o que me incomodava mais. Ele estava sendo sincero. Paula era boa no que fazia, e ele confiava nela para algo importante como o aniversário da Luma. Mas não era fácil ignorar aquele aperto que senti no peito assim que o nome dela saiu da boca dele.

Luma pareceu animada com a ideia.

── Ela faz umas festas bem badaladas, não faz?

── Sim, ela mesma. ── Memphis confirmou, bebendo um gole de sua caipirinha. ── Eu posso falar com ela, se quiser. Tenho certeza que ela vai adorar organizar algo assim.

𝘫𝘰𝘨𝘢𝘥𝘢𝘴 𝘥𝘰 𝘢𝘤𝘢𝘴𝘰, 𝐌𝐄𝐌𝐏𝐇𝐈𝐒 𝐃𝐄𝐏𝐀𝐘 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora