Acordamos com o cheiro do café fresco invadindo o quarto. O sol já começava a iluminar as cortinas, e Melina estava ali, ao meu lado, com os olhos ainda fechados, mas os lábios curvados em um leve sorriso. Eu me levantei devagar, tentando não fazer muito barulho, mas ela logo abriu os olhos, como se sentisse minha falta antes mesmo de eu sair da cama.
── Bom dia, bella ── sussurrei, inclinando-me para beijar sua testa.
Ela murmurou alguma coisa incompreensível, puxando o cobertor sobre a cabeça, mas logo desistiu, espiando por entre as dobras do tecido.
── Que horas são? ── Sua voz ainda rouca de sono.
── Hora de conhecer mais da Holanda ── respondi, puxando-a pela mão.
Depois do café, tivemos um tempo com minha mãe. Eu podia ver nos olhos de Melina que ela estava um pouco mais relaxada agora, talvez aliviada que o primeiro contato com minha mãe tivesse sido tranquilo. Cora, como sempre, havia sido receptiva e calorosa, e o fato de Melina e ela terem se entendido tão bem me trouxe uma sensação de alívio que eu não sabia que precisava.
Após nos despedirmos, decidi que era hora de mostrar a Melina um pouco mais do meu mundo, além do ambiente familiar. Levei-a para dar uma volta pela cidade, caminhar pelas ruas que eu conhecia tão bem, mostrando os lugares que marcaram minha infância. Não falávamos muito, e não precisávamos. O silêncio entre nós era confortável, e, quando olhei para ela, percebi que estava absorvendo cada detalhe do que via.
Chegamos a uma praia. Uma das minhas favoritas. O vento batia forte, trazendo consigo o cheiro salgado do mar, e as ondas quebravam suavemente na areia. Era um daqueles dias em que o céu parecia infinito, uma faixa azul sem nuvens, que contrastava perfeitamente com o cinza das águas do Mar do Norte.
Caminhamos pela praia por algum tempo, de mãos dadas, nossos passos afundando na areia molhada. O vento brincava com o cabelo de Melina, e ela riu algumas vezes quando os fios teimavam em voar para o rosto dela. Eu a observava, como sempre, admirando o jeito despretensioso que ela tinha de se encantar com tudo ao seu redor.
Depois de algum tempo, paramos. O mar estava à nossa frente, e a praia deserta ao nosso redor dava a sensação de que éramos as únicas duas pessoas no mundo.
── E então? ── perguntei, quebrando o silêncio. ── O que você está achando da minha terra?
Ela sorriu, olhando para o horizonte antes de responder.
── É tudo o que eu imaginava e um pouco mais. ── Seus olhos se voltaram para mim, e havia algo neles que me fez querer mergulhar fundo em tudo o que estávamos construindo juntos. ── E você?
── Eu? ── Fingi não entender, mas ela me conhecia o suficiente para perceber.
── Suas expectativas... comigo? ── Ela mordeu o lábio de leve, como sempre fazia quando estava vulnerável, algo que eu raramente via, mas que, quando aparecia, fazia meu coração bater mais rápido.
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𝘫𝘰𝘨𝘢𝘥𝘢𝘴 𝘥𝘰 𝘢𝘤𝘢𝘴𝘰, 𝐌𝐄𝐌𝐏𝐇𝐈𝐒 𝐃𝐄𝐏𝐀𝐘 ✓
Fanfiction[Concluída] Memphis Depay, o mais novo craque do Corinthians, só queria driblar a pressão e manter a cabeça no lugar. Melina Campos, uma psicóloga brilhante que, nas horas vagas, troca o divã por um vinho apenas tenta viver sem causar muito alarde p...