[24] d e s c u l p a

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Minha manhã começou tranquila, sem muitas surpresas

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Minha manhã começou tranquila, sem muitas surpresas. Luma e eu tínhamos marcado de nos encontrar no clube antes do treino. Agora que ela e Garro finalmente estavam juntos, parecia que o mundo ao redor de mim e Memphis também tinha se alinhado. Era engraçado como, aos poucos, tudo começava a fazer sentido. Com Luma, as conversas eram sempre leves, ela conseguia transformar qualquer situação em algo engraçado ou, no mínimo, suportável. Estávamos nos vestiários, enquanto ela amarrava o cabelo e me contava sobre a última sessão de fisioterapia do time.

── Você sabia que o Garro ronca? ── ela perguntou, revirando os olhos com uma risada. ── Não sei como você aguentou ele a vida toda!

Eu ri, balançando a cabeça.

── Sabe que nunca prestei atenção? Talvez eu tenha sido abençoada com a ignorância. ── Pisquei, e ela deu de ombros, rindo.

── Bom, agora sou eu quem tem que lidar com isso ── ela disse com uma falsa indignação.

Passamos parte da manhã juntas, entre risadas e algumas conversas mais sérias sobre o time. Eu estava feliz por ela e Garro, e parecia que tudo estava começando a se alinhar para nós quatro. O Corinthians estava em uma boa fase, e o clima entre todos estava leve, como se o peso que carregávamos antes tivesse desaparecido.

No final da tarde, já em casa, me peguei olhando para o espelho com uma sensação de inquietação. Decidi me arrumar mais do que o normal, escolhendo um vestido simples, mas que sempre me fazia sentir bem. Arrumei o cabelo, coloquei uma maquiagem leve e decidi passar em uma loja de vinhos no caminho até a casa dele.

Peguei o vinho que ele mais gostava, um tinto encorpado que combinava com nossas conversas noturnas, e segui para a casa de Memphis. O sol começava a se pôr, tingindo o céu com tons alaranjados e rosados, e por algum motivo, eu me sentia otimista. Queria que a noite fosse especial, sem grandes expectativas, apenas eu e ele, aproveitando a tranquilidade que só nós dois conseguíamos compartilhar.

Cheguei à casa dele com um sorriso, pronta para uma noite tranquila. Toquei a campainha, e foi quando tudo desmoronou. A porta se abriu lentamente, mas quem apareceu não era Memphis. Era Flora. Ela me encarou com aquele sorriso cínico que já havia se tornado sua marca registrada. Meu coração deu um salto, mas tentei me manter calma, embora a situação já gritasse que algo estava errado.

── Ora, ora, se não é a Melina ── Flora disse, inclinando a cabeça de forma provocativa, ainda com aquele sorriso de quem sabe que está jogando com vantagem. ── Memphis está ocupado, mas tenho certeza de que ele vai gostar de te ver.

Antes que eu pudesse responder, Memphis apareceu logo atrás dela, com um semblante controlado, mas que não escondia a tristeza que ele tentava mascarar. Minha respiração ficou pesada por um segundo, e a pergunta que surgia em minha mente era inevitável: o que ela estava fazendo ali?

── Flora, já está na hora de ir ── ele disse com firmeza, sem tirar os olhos de mim. Havia algo em seu olhar que me fez sentir um frio percorrer a espinha. Um pedido de desculpas silencioso.

𝘫𝘰𝘨𝘢𝘥𝘢𝘴 𝘥𝘰 𝘢𝘤𝘢𝘴𝘰, 𝐌𝐄𝐌𝐏𝐇𝐈𝐒 𝐃𝐄𝐏𝐀𝐘 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora