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Naquele dia, acordei sem muita expectativa, apenas mais uma manhã de treino

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Naquele dia, acordei sem muita expectativa, apenas mais uma manhã de treino. Acordar e seguir a rotina era a maneira que eu tinha encontrado para manter o foco, para não me perder no turbilhão que tinha virado minha vida nos últimos dias. Mas, enquanto eu estava no vestiário, ainda suado depois de uma sessão intensa de musculação, algo me fez parar. Meu celular vibrou no bolso e, ao desbloquear, ali estava. Uma notificação do Instagram, uma daquelas que você tenta ignorar, mas que parece gritar dentro da sua cabeça.

Era uma postagem da Melina. Não stories, não algo passageiro que eu pudesse evitar, mas uma foto no feed, fixada, cravada para todo mundo ver. Ela estava em Madrid. Sentada no sofá de uma sala, sorrindo ao lado de Rodrygo Goes.

A legenda ecoava na minha mente:

"Nova casa, novos rostos. Eu e o Rayo."

A simplicidade da frase doeu mais do que eu poderia admitir. “Nova casa, novos rostos.” Como se ela tivesse deixado tudo pra trás — como se eu não passasse de uma lembrança distante, uma página virada. Rodrygo estava ao lado dela, rindo com aquele jeito despreocupado que eu conhecia bem dos vídeos e entrevistas.

Senti algo estranho se revirar dentro de mim, um incômodo que eu não conseguia descrever. Não era raiva, não era tristeza... era outra coisa. Ciúmes. Sim, uma ponta de ciúmes que me fez apertar o celular mais forte na mão. Uma parte de mim tentou racionalizar: ela estava apenas se adaptando, conhecendo os jogadores. Era óbvio que iria se enturmar, especialmente com caras como o Rodrygo, que eram conhecidos por serem extrovertidos e bons de papo.

Eu respirei fundo e desci para os comentários. O que esperava encontrar ali? Não sabia, mas me deixei levar pela curiosidade. Os torcedores do Real Madrid estavam em êxtase:

"Bem-vinda ao maior do mundo, Melina!"

"Agora o psicológico do time tá em boas mãos!"

"Cuidado com o Rodrygo, ele é perigoso, hein!"

Essa última me fez cerrar os dentes. Meu dedo pairou sobre a tela, quase instintivamente querendo responder, mas o que eu diria? Nada. Não tinha o direito de interferir. Ela não era mais parte da minha vida, e eu tinha aceitado isso... ou ao menos tentava.

Rodrygo, por sua vez, tinha comentado algo simples, mas que me incomodou mais do que eu esperava:

"Minha parceira de guerra agora. Vamos nessa!"

Minha parceira de guerra... Como se ele já a tivesse ao lado dela em tudo. Como se ele tivesse a confiança dela, como se fosse o único em quem ela poderia contar nesse novo ambiente. Fechei os olhos por um segundo, sentindo o peso dessas palavras. Por que aquilo estava me afetando tanto? Eu sabia que ela precisava seguir em frente, e eu mesmo a tinha afastado para protegê-la, mas ver aquilo... doía de uma maneira que eu não estava preparado.

Um dos meus companheiros de time me chamou de volta para a realidade.

── Depay, bora! Hora de ir pro campo.

Guardei o celular no bolso e me levantei, tentando não deixar transparecer o que eu estava sentindo. Mas enquanto caminhava para o campo, o eco daquelas palavras, a imagem do sorriso de Melina ao lado de Rodrygo, me acompanhava como uma sombra. Mesmo que eu quisesse afastar esses pensamentos, eles estavam lá, enraizados, uma lembrança constante do que eu tinha perdido — e do que eu não podia mais ter.

Ao pisar no gramado, a ponta de ciúme ainda permanecia, como um espinho que eu não conseguia arrancar.

Ao pisar no gramado, a ponta de ciúme ainda permanecia, como um espinho que eu não conseguia arrancar

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𝘫𝘰𝘨𝘢𝘥𝘢𝘴 𝘥𝘰 𝘢𝘤𝘢𝘴𝘰, 𝐌𝐄𝐌𝐏𝐇𝐈𝐒 𝐃𝐄𝐏𝐀𝐘 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora