[28] m a d r i d

142 10 6
                                    

A caminho do aeroporto, São Paulo parecia diferente

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A caminho do aeroporto, São Paulo parecia diferente. Talvez fosse o fato de que eu estava deixando para trás não apenas a cidade, mas tudo que construí nela. Luma estava ao meu lado, dirigindo em silêncio. Não precisávamos de palavras agora. Ela sabia, melhor que ninguém, o quanto essa viagem representava. Não era apenas um novo capítulo na minha carreira; era um recomeço, uma tentativa de me afastar de tudo que o Brasil, e Memphis, significavam.

E eu já tinha me despedido de Garro, por isso ela quis vir me acompanhar pessoalmente.

Quando chegamos ao aeroporto, respirei fundo, tentando absorver cada sensação daquele momento. Meu coração batia pesado no peito, e o nó na garganta parecia maior a cada passo em direção ao check-in.

── Tem certeza de que quer fazer isso? ── Luma perguntou, enquanto tirava as malas do carro.

Eu dei um sorriso leve, tentando parecer mais confiante do que realmente me sentia.

── Não tenho certeza de nada, Lu, mas preciso tentar.

Ela assentiu, aproximando-se para um abraço.

── Madrid vai te tratar bem, tenho certeza. E quem sabe, você não volte mais forte do que nunca?

Sorri, me permitindo acreditar, mesmo que por um segundo, que tudo ficaria bem. Despedir-me de Luma foi mais difícil do que eu esperava, mas ela era uma rocha, alguém que eu sabia que sempre estaria lá, mesmo à distância.

No avião, enquanto a aeronave ganhava altitude, olhei pela janela, observando as nuvens passarem lentamente. O Brasil estava ficando para trás. São Paulo estava ficando para trás. Memphis estava ficando para trás.

Ele fez sua escolha, repeti para mim mesma, como um mantra que precisava acreditar. Mas o peso da última conversa que tivemos, a tensão em cada palavra trocada, ainda estava presente em mim. Eu queria entender o que tinha dado errado, queria uma explicação que fizesse sentido. No fundo, sabia que não a teria.

Ao chegar em Madrid, fui recebida pelo caos do aeroporto. O fuso horário, o cansaço da viagem, tudo parecia turvo. Um motorista do clube já me esperava, com uma plaquinha com meu nome. Madrid era uma cidade vibrante, cheia de vida, e enquanto o carro me levava pelas ruas largas e ensolaradas, tentei absorver o que estava prestes a começar.

Quando finalmente cheguei ao meu novo apartamento, a cidade se estendia à minha frente como uma nova promessa. Tudo era tão diferente, desde o som dos carros até a arquitetura. "Um recomeço", pensei. Mas, por mais que tentasse focar nisso, havia um vazio que eu não sabia como preencher.

No dia seguinte, a grande reunião no CT do Real Madrid. Ao entrar nas instalações, fiquei impressionada com a grandeza de tudo. Era um clube lendário, e estar ali me fazia sentir parte de algo maior. Os corredores eram impecáveis, a estrutura era imponente, mas o que mais me marcou foi a energia. O Real Madrid tinha algo único, algo que pulsava nas paredes.

𝘫𝘰𝘨𝘢𝘥𝘢𝘴 𝘥𝘰 𝘢𝘤𝘢𝘴𝘰, 𝐌𝐄𝐌𝐏𝐇𝐈𝐒 𝐃𝐄𝐏𝐀𝐘 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora