[38] p i z z a

125 7 0
                                    

As batidas do meu coração eram uma música própria, uma sinfonia irregular que ecoava no silêncio tenso do quarto

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

As batidas do meu coração eram uma música própria, uma sinfonia irregular que ecoava no silêncio tenso do quarto. Era surreal como a realidade se desvanecia ao meu redor, deixando apenas Melina e eu nesse espaço fechado, onde tudo se resumia a nós dois. O mundo lá fora, com suas expectativas e obrigações, parecia não existir; eu só queria absorver cada instante.

Quando nossos olhares se cruzaram, havia uma eletricidade no ar que eu podia quase tocar. Era uma conexão que ia além do físico; era uma necessidade quase primordial. Melina era a tempestade que eu não sabia que precisava, e eu era o raio que havia a atingido. E agora, estávamos aqui, no olho do furacão, prontos para deixar tudo ao nosso redor em ruínas.

Eu a observei por um momento, tentando memorizar cada detalhe ── o jeito como seus cabelos caíam em ondas soltas sobre os ombros, como se tivessem vida própria; o brilho dos olhos dela, que dançava com uma mistura de incerteza e desejo; a curva de seu sorriso, que parecia me convidar a me perder ainda mais. Tudo isso se misturava em uma confusão deliciosa na minha mente.

A tensão que preenchia o espaço era quase palpável, como um fio prestes a se romper. Quando ela sussurrou que sempre quis, eu quase perdi o controle. Aquela declaração disparou em mim uma onda de emoções que eu não conseguia controlar. A paixão reprimida que carreguei por tanto tempo ameaçava me consumir, e eu só queria que ela soubesse o quanto significava para mim. A ideia de que ela pensou que era a culpada por tudo aquilo era uma facada no meu coração.

O quarto, agora pequeno e sufocante, tinha o cheiro dela, um aroma que eu nunca souberia descrever, mas que estava gravado na minha memória como um traço de sua essência. Eu queria respirar Melina, sentir cada parte dela, como se não houvesse outra chance. E quando a segurei, a sensação de sua pele contra a minha era como um antídoto para a dor que eu carregava, um bálsamo que acalmava tudo o que estava agitado dentro de mim.

Então, no meio daquela paixão intensa, quando a fiz sentir o desejo que havia por tanto tempo guardado, as barreiras que construímos se desfizeram. As ameaças de Flora e todas as incertezas que nos cercavam se tornaram insignificantes. Eu queria estar ali, naquele momento, completamente presente, sem medo de tudo que poderia acontecer depois.

── Me deixa te mostrar o que eu sinto… ── eu disse, a voz grave e quase um pedido. Era um convite que, ao mesmo tempo, soava como uma confissão. Meu desejo de estar com ela era imenso, e eu queria que ela sentisse isso da mesma forma.

Cada toque, cada movimento entre nós, foi uma explosão. O quarto escureceu em nossa volta, e tudo se tornou uma dança de desejo e necessidade. Quando a puxei mais perto, fui tomado por uma onda de emoções que fluiam como um rio indomável. Não havia palavras, apenas a urgência de nossas respirações e o calor que nos envolvia.

Em meio a tudo isso, eu também sentia uma leveza, como se toda a pressão da vida estivesse se dissipando. Era quase cômico pensar que um simples beijo poderia ser uma solução para tanta bagunça emocional. Mas era exatamente isso que estava acontecendo ── nós éramos um caos harmonioso, um enigma sem resposta, e eu não queria que aquilo acabasse.

𝘫𝘰𝘨𝘢𝘥𝘢𝘴 𝘥𝘰 𝘢𝘤𝘢𝘴𝘰, 𝐌𝐄𝐌𝐏𝐇𝐈𝐒 𝐃𝐄𝐏𝐀𝐘 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora