Catorze

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Uns dias depois, o aniversário de 1 ano de namoro havia finalmente chegado. O sol entrava suave pelas cortinas do quarto, aquecendo o ambiente de forma agradável. Felix sentiu o peso do colchão ao seu lado mudar e abriu os olhos lentamente, ainda meio sonolento. Ele foi recebido pelo sorriso caloroso de Jisung, que segurava uma bandeja com um café da manhã caprichado — torradas, frutas frescas e uma xícara de café que exalava um aroma aconchegante.

— Feliz um ano, amor — Jisung disse, a voz suave, antes de se inclinar e beijar os lábios de Felix delicadamente.

Felix sorriu contra o beijo, suas mãos subindo para acariciar o rosto de Jisung enquanto retribuía o gesto.

— Obrigado — Felix murmurou, a voz ainda rouca de sono, mas seus olhos refletiam um afeto genuíno.

Jisung ajeitou a bandeja na cama, se acomodando ao lado de Felix, com um brilho nos olhos. Felix se aconchegou no corpo dele, se aninhando de forma natural, como se aquele fosse o lugar certo para estar. Eles ficaram assim por um momento, apenas curtindo a proximidade.

— Você realmente se superou — Felix comentou, observando a bandeja com um sorriso. Ele pegou um morango, levando-o à boca e o mordendo lentamente. — Tá uma delícia.

Jisung riu, com um orgulho discreto.

— Eu só queria que esse dia fosse especial pra você — ele respondeu, pegando uma torrada e dando uma mordida. — A gente merece.

Felix assentiu, ainda aninhado no peito de Jisung, e pegou a xícara de café, sentindo o calor reconfortante contra as mãos. Ele tomou um gole devagar, deixando o líquido quente descer suavemente pela garganta. Apesar do gesto tranquilo, seu coração ainda carregava um peso que ele tentava ignorar.

— Um ano já, né? — Felix disse suavemente, como se estivesse falando consigo mesmo, mas o comentário pegou Jisung de surpresa. Ele olhou para Felix com um sorriso esperançoso.

— Pois é... passou rápido — Jisung disse, com uma leve risada. Ele afastou uma mecha dos cabelos loiros de Felix, que caía sobre seus olhos. — E tem sido o melhor ano da minha vida.

Felix desviou o olhar por um segundo, sentindo o peso daquelas palavras. Ele queria poder dizer o mesmo com o mesmo entusiasmo, com a mesma sinceridade, mas havia algo em seu coração que ainda o prendia ao passado. Ele sabia que, para Jisung, tudo aquilo era verdadeiro e intenso. Mas para ele... tudo ainda era um esforço para seguir em frente, para tentar se reconectar de verdade com alguém.

— Eu te adoro, amor — Felix disse, sua voz suave enquanto seus dedos traçavam círculos no braço de Jisung. O não uso do "eu te amo" ainda carregava um peso invisível, um que Jisung sempre tentava ignorar, mas que nunca passava despercebido. Ele apenas sorriu, como sempre fazia, e retribuiu o carinho no rosto de Felix com a ponta dos dedos.

— Eu também te amo, Lix — Jisung respondeu, inclinando-se mais uma vez para beijá-lo.

O beijo foi longo e cheio de carinho, mas Felix sentiu algo apertar em seu peito. Ele sabia que Jisung merecia ouvir as mesmas palavras, merecia ser amado com a mesma intensidade, mas, por mais que ele quisesse, as palavras ainda não saíam de sua boca. Ele tentou se concentrar no momento, no café da manhã, na presença de Jisung ao seu lado, enquanto se aconchegava mais no corpo dele.

— Então... o que você quer fazer hoje? — Jisung perguntou, quebrando o silêncio enquanto cortava um pedaço de fruta e oferecia a Felix, que aceitou com um sorriso.

— Eu não sei... Qualquer coisa que você queira tá bom pra mim — Felix respondeu, um tom de leveza aparente, mas Jisung percebeu que não havia muito entusiasmo nas palavras dele.

— A gente pode sair... ou ficar por aqui mesmo, só nós dois — Jisung sugeriu, tentando medir o que Felix preferiria.

— Pode ser que a gente fique por aqui... — Felix disse devagar, deitando a cabeça no ombro de Jisung e fechando os olhos por um instante. — Só nós dois, num dia tranquilo.

Jisung sorriu, apertando o corpo de Felix contra o seu mais uma vez, como se quisesse dizer que tudo estava bem, mesmo que soubesse que algo dentro de Felix ainda não estava completamente curado. Ele não queria forçar nada, mas também não sabia como lidar com o silêncio de Felix sobre certas coisas.

Eles ficaram ali por mais um tempo, compartilhando o café da manhã e palavras suaves, mas o silêncio de Felix ainda pairava entre eles, algo que Jisung se esforçava para ignorar enquanto tentava fazer daquele dia o mais especial possível.

Depois daquele café da manhã, a atmosfera entre Felix e Jisung tornou-se ainda mais leve e agradável. O sol invadia o apartamento de forma suave, aquecendo o ambiente enquanto eles continuavam sua rotina matinal. Felix havia sugerido que tomassem um banho juntos, e Jisung, sempre disposto a tornar cada momento especial, aceitou com um sorriso caloroso.

Enquanto a água quente enchia a banheira, criando uma névoa que cobria o vidro do banheiro, Felix se despiu lentamente, sentindo o olhar de Jisung acompanhá-lo. Havia uma tranquilidade no ar, uma cumplicidade silenciosa entre eles. Logo, os dois estavam mergulhados na água morna, seus corpos próximos, e Felix se aconchegou no colo de Jisung.

— Você sempre tem essas ideias, hein? — Jisung comentou, o tom brincalhão em sua voz, enquanto traçava um dedo ao longo do ombro de Felix, subindo até o pescoço dele e parando no queixo.

— Só queria aproveitar o momento... — Felix murmurou, sua voz baixa e relaxada, embora sua mente ainda estivesse distante, como se uma parte dele estivesse sempre fora do presente.

Mesmo assim, Felix decidiu se entregar. Naquele momento, ele queria deixar tudo de lado e apenas sentir. Ele começou a se mover, acomodando-se melhor no colo de Jisung, deixando que seu corpo reagisse ao toque familiar. A água da banheira balançava suavemente enquanto Felix cavalgava Jisung, segurando-se no pescoço dele para manter o equilíbrio.

— Você é tão... — Jisung tentou dizer, mas sua voz foi cortada por um gemido baixo quando Felix intensificou os movimentos.

Felix se inclinou mais, os lábios roçando no pescoço de Jisung, sentindo a respiração quente dele contra sua pele. O corpo de Felix respondia, mesmo que sua mente estivesse em outro lugar, pensando em coisas que não deveria naquele momento. Mas ele se concentrou no presente, no prazer que seu corpo sentia com os toques e os beijos de Jisung, algo que ele não podia negar.

— Eu gosto disso — Felix sussurrou, sua voz rouca, sentindo os músculos de Jisung tensos sob suas mãos. Ele fechou os olhos, tentando se concentrar nos sons e sensações, afastando os pensamentos que tentavam invadir sua mente.

Jisung segurava os quadris de Felix com firmeza, puxando-o mais para perto, os movimentos ritmados e cheios de desejo. Ele sussurrava o nome de Felix entre beijos, suas mãos explorando cada centímetro do corpo dele.

— Você é tudo o que eu preciso — Jisung murmurou, os lábios colados ao ouvido de Felix, sua voz carregada de emoção e desejo.

Felix apenas assentiu, os lábios entreabertos, enquanto se movia mais rápido. Ele sabia que, apesar de seus sentimentos conflitantes, seu corpo ainda respondia ao de Jisung, e ele gostava disso. Sentia o calor, o prazer físico, o toque familiar que trazia conforto, mesmo que sua mente continuasse a vagar. Jisung notou a entrega de Felix e intensificou seus movimentos, seus corpos se entrelaçando de forma perfeita.

Quando os dois chegaram ao ápice, os sons suaves de prazer se misturavam com o barulho da água ao redor deles. Felix se jogou nos braços de Jisung, seu rosto enterrado no pescoço dele, enquanto tentava controlar sua respiração.

— Isso foi... — Jisung começou, mas Felix o interrompeu com um beijo calmo, porém profundo.

— Foi bom — Felix completou suavemente, uma expressão tranquila no rosto, embora algo ainda pesasse em seus olhos.

Os dois permaneceram abraçados na banheira por um tempo, sem dizer muito. O corpo de Felix ainda estava relaxado, mas seu coração, em algum nível, permanecia distante. No entanto, naquele momento, ele apreciava o que tinha. E Jisung, por mais que não dissesse nada, sempre percebia o que Felix tentava esconder. Mesmo assim, ele só queria aproveitar o momento, esperando que, um dia, todo o amor que ele oferecia fosse plenamente retribuído.

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